terça-feira, 24 de agosto de 2021

Bíblia: Como se estuda Camões para ler «a beleza dos seus versos», é preciso estudar São Paulo para compreender o significado de «submissão» - Agência Ecclesia - inglês

«Os textos não se mudam, mas educam-se os leitores a entendê-los e a atualizá-los», afirma a Conferência Episcopal numa Nota de Esclarecimento

Lisboa, 24 ago 2021 (Ecclesia) – A Conferência Episcopal Portuguesa afirmou hoje numa “nota de Esclarecimento” a propósito da “leitura de São Paulo sobre as mulheres” que é necessário “interpretar textos e tradições” com origem noutras culturas, indicando o significado das palavras “amor” e “submissão”.

“Não se trata de mandar submeter ou depreciar ninguém, mas de cuidar e dar prioridade no dom e no serviço do dia a dia”, afirma a Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.

A CEP lembra que é “claro para a Igreja e para quem quiser interpretar textos e tradições com origem noutras culturas e noutros tempos” que “os textos não se mudam, mas educam-se os leitores a entendê-los e a atualizá-los”.

“Não se mudam os versos épicos de Camões, porque não correspondem à mentalidade atual e até, em alguns casos, podem causar escândalo. Isso seria cair na arbitrariedade e na ditadura das modas e na imposição da cultura única. É por isso que se estuda Camões nas escolas, para que todos tenham acesso à beleza dos seus versos, dentro dos condicionalismos da sua época”, refere o comunicado da CEP.

A “nota de esclarecimento” hoje divulgada surge após comentários publicados nas redes sociais, com repercussão na comunicação social, a propósito de uma leitura da Bíblia, da Carta de São Paulo aos Efésios, lida nas Missas do último domingo em todas as igrejas do mundo, sobre o relacionamento familiar.

As primeiras afirmações do excerto da carta de São Paulo aos Efésios que que foi lido nas Missas do último domingo são: “sede submissos uns aos outros no temor de Cristo. As mulheres submetam-se aos maridos como ao Senhor, porque o marido é a cabeça da mulher, como Cristo é a cabeça da Igreja, seu Corpo, do qual é o Salvador”.

A CEP começa por referir que são afirmações “justamente lidas no contexto vivo e atual das perspetivas preocupantes da situação das mulheres no Afeganistão”, mas que é necessário “ver com atenção alguns aspetos da leitura de São Paulo, procurando fazer justiça ao sentido do texto”.

“O que causa ‘escândalo’, nos dias de hoje, é o conceito de ‘submissão’ proposto à mulher. Não se trata, porém, de algo exclusivamente aplicada às mulheres, mas a todos. A leitura começa precisamente por dizer: ‘Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo’. Em Paulo, esta submissão não significa menor importância ou subserviência, mas o dar prioridade aos outros, como forma de atenção e cuidado; não centrar a vida e o pensar em si próprio, mas no amor que deve regular todo o relacionamento entre pessoas”, indica o comunicado da CEP.

O documento acrescenta que “o ‘amor’ e a ‘submissão’ não se aplicam apenas a um dos esposos, mas são a lei básica do relacionamento humano, segundo o Evangelho.

“É à luz de Cristo que se entende a dimensão do amor, até à total entrega e ao dom da vida por aqueles que se ama. E é também essa a norma para a correta interpretação de qualquer autoridade, representatividade ou primazia. Não se trata de mandar submeter ou depreciar ninguém, mas de cuidar e dar prioridade no dom e no serviço do dia a dia”, afirma o comunicado

“Na perspetiva de Jesus, bem presente em Paulo, a liderança é serviço e dom de si mesmo, pois Ele veio “não para ser servido, mas para servir e dar a vida”. O verdadeiro exemplo e medida de submissão e de serviço, como dom e amor, é o próprio Jesus, para os esposos e para qualquer outro membro da família e da Igreja”, acrescenta.

A CEP afirma que a “Palavra de Deus permanece viva e atual e é importante que seja escutada sempre com a sua sonoridade original”, seguindo o exemplo de leitura de Jesus “ao relê-la e reinterpretá-la à luz da nova realidade que era Ele próprio e a situação daqueles a quem se dirigia”.

“Conservar a Palavra de Deus e a Tradição é continuar a fazê-las soar em assembleias vivas, como as pautas de música dos grandes autores, constantemente atuais, porque continuam a alegrar corações, a criar sonhos e a gerar estéticas novas, cada vez que se executam, conclui a nota de esclarecimento da Conferência Episcopal Portuguesa.

PR

A propósito da leitura de São Paulo sobre as mulheres

A Bíblia diz que Deus não existe – Acerca da polémica sobre a Carta de S. Paulo aos Efésios

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Justiça em Família: Título esconde comovente significado - Observatório do Cinema - inglês

Jogos Paralímpicos e Olímpicos e o significado da Educação - Política Estadão - inglês

João Francisco Salomão. FOTO: DIVULGAÇÃO

Nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, assim como se observou na recente Olimpíada realizada na capital japonesa, destacam-se países cuja educação é forte, acessível e de excelência. Não é coincidência que alguns deles, além de ganharem muitas medalhas nessas competições, sejam desenvolvidos, tenham alto patamar de renda per capita, economias muito competitivas e ocupem posições de destaque no contexto global. O Brasil tem avançado na conquista de lugares nos pódios, muitas vezes resultantes até mesmo do esforço de superação e mobilização dos próprios atletas, mas ainda estamos muito distantes no que diz respeito ao ensino.

Algumas nações fazem do esporte um meio de democratização da escolaridade, com a concessão de numerosas bolsas de estudo aos atletas. Isso é importante, sem dúvida. Porém, no caso brasileiro, a prioridade é propiciar, por meio de políticas públicas eficazes, acesso universal a uma rede pública de excelência em todas as etapas, da Educação Infantil à universidade, passando pelo Fundamental, o Médio e o Técnico.

Infelizmente, seguimos defasados nessa área tão decisiva. Antes da pandemia, 8,8% dos nossos jovens de 15 a 17 anos estavam fora da escola. A taxa de abandono no Ensino Médio da rede pública era de 6,7%, sendo de 14,3% no turno da noite, refletindo ser mais acentuado o problema para os que trabalham (fonte: Observatório da Educação).

Quatro por cento dos alunos do quinto ano estavam no nível insuficiente em língua portuguesa; 3.269 municípios tinham menos de 20% dos estudantes com aprendizado adequado em matemática no nono ano; 29% dos matriculados no Ensino Médio estavam em distorção idade-série; 4,6, numa escala de zero a 10, era o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) da rede pública nos anos finais do Fundamental (fonte: Censo Escolar).

Se todos esses indicadores já eram suficientemente preocupantes, cabe atenção ao alerta de um relatório global da Organização Internacional do Trabalho (OIT): o impacto desproporcional da Covid-19 sobre os jovens aumentou a desigualdade e pode prejudicar o potencial produtivo de uma geração inteira. Desde o início da pandemia, mais de 70% dos que estudam ou combinam a escola com o trabalho foram adversamente afetados pelo fechamento dos estabelecimentos de ensino. A situação é mais grave para os que vivem em países de baixa renda, onde há grandes lacunas no acesso à internet para aulas virtuais e na disponibilidade de equipamentos e, às vezes, até de espaço em casa.

Fica muito claro que o Brasil necessita, com urgência, melhorar muito sua estrutura educacional. Tal prioridade é mais enfática no contexto do boom tecnológico acelerado pela pandemia. A boa formação escolar e acadêmica, sempre importante, torna-se agora indispensável à empregabilidade e, portanto, à promoção da distribuição de renda e justiça social. Nossa única opção é vencer o desafio de qualificar e universalizar o sistema público. Caso contrário, independentemente do número de medalhas que conquistarmos em olimpíadas e paralimpíadas, continuaremos fora do pódio das nações vencedoras na economia global.

*João Francisco Salomão é empresário

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Congresso do PS: Os quatro sucessores vão estar em montra no congresso. César senta-os a todos ao lado de Costa - Expresso - inglês

O congresso socialista deste fim de semana em Portimão vai ter uma montra de luxo. No palco, na linha da frente, vai estar não só o presidente do partido, Carlos César, como António Costa e os quatro socialistas que são falados para a sua sucesssão: Ana Catarina Mendes, Fernando Medina, Mariana Vieira da Silva e Pedro Nuno Santos. Os nomes escolhidos por Carlos César para a mesa do congresso, em concertação com Anónio Costa, apurou o Expresso, ainda têm de ser votados, mas o significado político que o presidente do PS quis dar é evidente.

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Não se ofenda: em Portugal, certas palavras têm outro significado - Diário do Nordeste - inglês

No final da tarde, um amigo brasileiro, então recém-chegado a Portugal, foi pegar o filho no “infantário” — o jardim de infância, aqui em Portugal — e ouviu da professora a seguinte frase: “Hoje, tive que limpar o rabo do puto duas vezes”.

Meu amigo ficou escandalizado com o que julgou ser uma impressionante falta de modos. Ao chegar em casa, comentou que seria o caso de tirarem o menino daquela escola, urgente. Afinal, era inadmissível que uma educadora usasse tipo de linguajar tão chulo.

No dia seguinte, ao discutir o caso com alguns pais de coleguinhas do garoto, meu amigo ficou sabendo que, na verdade, a professora fora apenas solícita. Ficara preocupada com a possibilidade de o aluno poder estar sofrendo de alguma indisposição alimentar.

Pois “rabo”, aqui, é uma forma afável, equivalente ao nosso “bumbum”. E “puto” não é palavrão. É sinônimo de “menino”. A propósito: mulheres não usam calcinhas; mas “cuecas”. Ninguém veste camiseta; e sim “camisola”.

Bebês — aliás, “bebés”, com som aberto e acento agudo, como se diz e se escreve por cá — não têm chupeta ou mamadeira; mas “chucha” e “biberão”. Um sujeito bacana é um “porreiro”. O contrário disso seria alguém que “não vale nem um pentelho de saco de velho”.

Para além desse léxico que nos remete a sentidos dúbios e pode até nos fazer ruborizar, há centenas de outras palavras e expressões que temos de nos habituar a ouvir — e a articular, se quisermos ser bem entendidos. Geladeira, aqui, por exemplo, é “frigorífico”; celular é “telemóvel”; ônibus é “autocarro”; usuário é “utente”; açougue é “talho”, balas e bombons são “rebuçados”.

Se alguém lhe disser que “és bué fixe”, não se ofenda. Trata-se de um elogio. Significa que você é um cara legal, boa praça. Caso lhe chamem de “giro”, fique ainda mais feliz. Quer dizer que lhe acham lindo.

Quando telefonar a alguém, não se assuste quando ouvir, do outro lado da linha, a exclamação aparentemente óbvia: “Estou!”. É só a forma de os portugueses dizerem alô. Em visita a amigos lusitanos, em caso de necessidade, em vez de perguntar onde é o banheiro da casa, pergunte onde é a “casa de banho”.

Na farmácia, no lugar de band-aid, peça uma caixinha de “penso rápido”. E saiba que, após acordar, aqui não se toma o café da manhã; faz-se um “pequeno almoço”. No restaurante, em vez de um chope, peça um “fino” ou um “imperial”, a depender da cidade em que esteja, Porto ou Lisboa. Para espantar o calor, em vez de sorvete, tome um “gelado”.

A esta altura, portanto, talvez seja bom acrescentar que “tomar uma pica no rabo”, por cá, não é o que podemos vir a imaginar, maldosamente. “Pica”, em Portugal, é injeção.

* Esse texto reflete, exclusivamente, a opinião do autor.

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