quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Wim Wenders mostra o significado da rotina no filme 'Dias Perfeitos' - O Tempo - inglês

São dois movimentos que o diretor alemão Wim Wenders empreende em “Dias Perfeitos”, o seu mais recente longa-metragem, em cartaz a partir desta quinta-feira (29) nos cinemas. O primeiro deles é convencer o espectador de que há beleza na rotina e um significado nobre na banalidade.

Embora se passe no Japão, onde a cultura oriental valoriza a paz espiritual, o filme não carrega qualquer aspecto religioso. O realizador de obras-primas como “Asas do Desejo” e “Paris, Texas” não está interessado em mostrar a simplicidade como sinônimo de elevação.

Acompanhamos o protagonista Hirayama, um senhor de meia-idade que vive sozinho num sobrado em Tóquio, levantando-se antes de o sol raiar e se dirigindo diligentemente para o seu trabalho, como encarregado da limpeza dos banheiros públicos da cidade.

Não há nada de realmente relevante ou instrutivo no que ele realiza cotidianamente, numa série de atividades repetitivas e sem graça. Mas, de alguma forma, nos sentimentos tocados por esse excesso de monotonia, especialmente pela maneira como é mostrado, em contraste com aqueles que rodeiam o personagem.

As músicas das décadas de 1960 e 1970, que ele toca – em fitas cassetes – no carro, chamam a atenção das pessoas que vão cruzando seu caminho, dando algum sentido para a vida delas. Assim como os livros de papel que coleciona, vários deles clássicos.

Seria um homem à moda antiga, com os seus valores muito arraigados, mas não é disso que “Dias Perfeitos” trata. Gradualmente vamos percebendo o outro movimento do filme: o do exercício do controle, num grande esforço para não permitir que o caos se estabeleça.

Esse caos que vez ou irrompe na programação de Harayma, de forma mais irrisória ou contundente, deixa claro que a perturbação é natural da vida do ser humano, incapaz de determinar seu futuro, pois ele sempre está sujeito a mudanças improváveis.

Não é simplesmente entender, por viés quase patológico, que o caos e a ordem são duas faces da mesma moeda. No caso de “Dias Perfeitos”, Wenders vai além dessa dualidade para estabelecer uma origem para o caos, quando o passado bate à porta.

É quando percebemos que a rotina de Harayma nada mais é do que o preenchimento de um buraco emocional, como se reiniciasse cada dia com um apagamento, buscando o que é seguro e conhecido para que não se machuque novamente.

Apesar dessas muitas camadas, Wim Wenders filma com a transparência e a leveza que nos remetem ao olhar virginal de seus anjos em “Asas do Desejo”, numa grande manifestação de amor ao que é humano. 

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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Significado de sonhar com borboleta: veja quais são - Terra - inglês

Sonhar com borboleta é algo comum e muitas vezes deixa uma sensação de fascínio. Mas o que esses sonhos podem estar tentando nos dizer?

28 fev 2024 - 12h00

(atualizado às 18h08)

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Você já teve um sonho em que uma bela borboleta voava em meio a um campo florido ou talvez pousasse gentilmente em sua mão? Pois bem, se sim, você não está sozinho. Afinal, os sonhos com borboletas são comuns e muitas vezes deixam uma sensação de fascínio e curiosidade. Mas o que exatamente esses sonhos podem estar tentando nos dizer? Vamos explorar juntos o significado que há por trás de sonhar com borboleta!

Significado de sonhar com borboleta

Sonhar com borboleta é algo comum e muitas vezes deixa uma sensação de fascínio. Mas o que esses sonhos podem estar tentando nos dizer?

Sonhar com borboleta é algo comum e muitas vezes deixa uma sensação de fascínio. Mas o que esses sonhos podem estar tentando nos dizer?

Foto: Shutterstock / João Bidu

Transformação e renovação

A borboleta é um símbolo universal de transformação e renovação. Por isso, quando aparece em nossos sonhos, pode estar nos lembrando da importância de nos libertarmos de velhos padrões e abraçarmos a mudança. Além disso, talvez você esteja passando por uma fase de transição em sua vida, e o sonho com borboletas é um lembrete sutil para confiar no processo e permitir que sua verdadeira essência brilhe.

Liberdade e leveza

As borboletas são conhecidas por sua graça e por sua leveza enquanto voam de flor em flor. Da mesma forma, sonhar com borboletas pode simbolizar um desejo de liberdade e expansão. Pode ser um sinal para deixar para trás qualquer peso emocional ou restrições que estejam te segurando e permitir-se voar livremente em direção aos seus objetivos e suas aspirações.

Beleza e espiritualidade

Além de sua aparência deslumbrante, as borboletas também têm sido associadas a aspectos espirituais e celestiais. Sonhar com borboletas pode indicar uma conexão mais profunda com sua espiritualidade interior ou até mesmo a presença de entes queridos que já partiram. Esteja aberto para receber mensagens do universo e confie na orientação que está sendo oferecida a você.

Transitoriedade e efemeridade

Assim como a vida de uma borboleta é efêmera, os sonhos com essas criaturas também podem nos lembrar da transitoriedade da vida e da importância de viver cada momento com gratidão e apreciação. É um lembrete para aproveitar ao máximo cada experiência e abraçar a beleza da impermanência.

Reflita sobre o simbolismo desses sonhos a partir de sua própria experiência

O significado de sonhar com borboletas pode variar de pessoa para pessoa, dependendo de sua própria jornada e do contexto de sua vida. Portanto, é importante refletir sobre o simbolismo desses sonhos a partir de sua própria experiência e da sua intuição.

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terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

massiva significado - Emoção no Mundo do Bacará: Jogadores tailandeses exploram novas tecnologias - Prefeitura de Campo Bom - inglês

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massiva significado - Emoção no Mundo do Bacará: Jogadores tailandeses exploram novas tecnologias  Prefeitura de Campo Bom

"Olá, viva!": qual o significado da saudação que virou marca de António Oliveira no Corinthians - globoesporte.com - inglês

Tonhão da Fiel: técnico português cai nas graças da torcida

Tonhão da Fiel: técnico português cai nas graças da torcida

São pouco mais de duas semanas e apenas cinco jogos no comando, mas o bastante para António Oliveira cair nas graças dos torcedores do Corinthians. Mais do que isso: alguns gestos e palavras ditas pelo novo treinador do Timão têm viralizado entre os corintianos.

Na apresentação ao clube, a saudação "olá, viva!" respondida pelo técnico a cada pergunta feita por jornalistas viralizou e se tornou uma espécie de cumprimento obrigatório a cada vez que António Oliveira é mencionado em alguma postagem.

– É uma saudação feliz. Quer dizer: olá, estamos vivos. Quer dizer que estamos vivos. Então viva, viva minha conversa, viva meu interlocutor, viva aquela pessoa com quem eu estou falando. Então o "olá, viva!" é um sinal de satisfação – explica Luis Faro Ramos, embaixador de Portugal no Brasil.

António Oliveira em jogo do Corinthians contra a Ponte Preta — Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

António Oliveira em jogo do Corinthians contra a Ponte Preta — Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Os primeiros dias da passagem de António Oliveira chamam atenção não só pelos bons e imediatos resultados conquistados pelo português, mas também pelo bom trato com funcionários, jogadores e até imprensa.

Estudioso do comportamento humano, António Oliveira preza pela cordialidade no trato com qualquer pessoa. O técnico entende que a educação e a boa relação entre as pessoas potencializam os resultados esportivos.

– Ele tem aquilo que é fundamental para um treinador: liderança, essa você não compra no mercado, ou tem ou não tem; comunicação, hoje é algo fundamental até pelas redes sociais para dentro do clube, da equipe e com jogadores e com a imprensa para falar antes e depois do jogo; conhecimento, que é determinante compreender o jogo e entender que não se sabe tudo de futebol, não se resume apenas tático, tem que prestar atenção no jogador e no homem – disse Toni Oliveira, pai de António e ídolo do Benfica como jogador e treinador.

António Oliveira e Gustavo Henrique em Palmeiras x Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag Corinthians

António Oliveira e Gustavo Henrique em Palmeiras x Corinthians — Foto: Rodrigo Coca/Ag Corinthians

O embaixador de Portugal ainda explicou outra saudação comum dos portugueses e que pode ser utilizada por António Oliveira futuramente no Corinthians.

– Outra expressão boa que nós usamos também emprestada dos nossos amigos moçambicanos é "até mais vezes". Quer dizer que queremos voltar a encontrá-los. Só um é que pode ganhar no fim, mas trabalho sério sempre recompensa, não é? E eu desejo a melhor das sortes pro António Oliveira e pro Corinthians – explica Luis Faro Ramos.

Em meio aos gestos, saudações e muito trabalho, António Oliveira soma três vitórias, um empate e uma derrota nos cinco primeiros jogos à frente do Corinthians. No sábado, às 16h (de Brasília), o técnico comanda a equipe contra o Santo André, na Neo Química Arena, pela 11ª e penúltima rodada da primeira fase do Campeonato Paulista.

Central do ge comenta sobre primeira semana livre do Corinthians em 2024

Central do ge comenta sobre primeira semana livre do Corinthians em 2024

+ Assista: tudo sobre o Corinthians na Globo, sportv e ge

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tradução musica flames david guetta - Despedida: Jogadores tailandeses mergulham no emocionante mundo das ... - Prefeitura de Campo Bom - Dicionário

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tradução musica flames david guetta - Despedida: Jogadores tailandeses mergulham no emocionante mundo das ...  Prefeitura de Campo Bom

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

evoé significado - Jogar jogos online e ganhar dinheiro: Recomendações e promoções - Prefeitura de Campo Bom - inglês

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evoé significado - Jogar jogos online e ganhar dinheiro: Recomendações e promoções  Prefeitura de Campo Bom

Mauricinho exalta hexa do Brasil e Bola de Prata: "Significado muito grande" - globoesporte.com - inglês

Além do hexa da Copa do Mundo de Futebol de Areia, Maurinho terminou o torneio disputado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, com o prêmio de segundo melhor jogador da competição. Após conquistar os troféus, ele exaltou o título e disse ter ficado surpreso com a Bola de Prata.

Mauricinho foi eleito o Bola de Prata na Copa do Mundo de Futebol de Areia — Foto: Aitor Alcalde - FIFA/FIFA via Getty Images

Mauricinho foi eleito o Bola de Prata na Copa do Mundo de Futebol de Areia — Foto: Aitor Alcalde - FIFA/FIFA via Getty Images

- É um significado muito grande pra mim. Estou muito feliz de poder colocar o Brasil no topo novamente, fazer parte de uma história, uma responsabilidade muito grande vestir esta camisa que é a mais vitoriosa da modalidade, carregar um legado que foi deixado por tantos craques. Estou muito feliz. Cada apoio e palavra positiva nos ajudou muito - afirmou.

Mauricinho só não foi melhor na Copa do Mundo de Futebol de Areia do que o brasileiro naturalizado italiano Josep, que ficou com a Bola de Ouro. O bielorrusso Ihar Bryshtel foi eleito Bola de Bronze.

- Para mim, foi uma surpresa ter sido eleito o Bola de Prata, não esperava. Vim para a Copa com um só pensamento, que era ser campeão, ajudar meus companheiros. Mas agradeço a Deus também pelo feito. Costumo dizer que nunca um título individual vai ser mais importante que um título coletivo - disse Mauricinho.

- Acho que o prêmio foi justo para o Josep. Acho que dois jogadores que podiam ter levado eram o Ihar Bryshtel, meu companheiro no Kristall, ou o próprio Josep. Foi justo, mas estou feliz de ter sido Bola de Prata e também com o hexacampeonato - acrescentou.

Brasil 6 x 4 Itália - Veja os gols da final da Copa do Mundo de Futebol de Areia

Brasil 6 x 4 Itália - Veja os gols da final da Copa do Mundo de Futebol de Areia

O Brasil foi campeão da Copa do Mundo de Futebol de Areia ao vencer a Itália na final por 6 a 4. A Seleção conquistou o título de maneira invicta: já tinha vencido Omã, Portugal e México na fase de grupos, Japão nas quartas de final e Irã na semifinal.

O Brasil é disparado o maior campeão da Copa do Mundo de Futebol de Areia. A seleção já havia conquistado o título em 2006, 2007, 2008, 2009 e 2017. A Rússia soma três troféus, Portugal tem dois e a França tem um. A Itália segue sem título e voltou a ser vice para o Brasil, como tinha acontecido na final de 2008.

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“Sou Tripeiro e ser campeão no FC Porto tem um significado muito especial”. As frases mais marcantes de Artur Jorge - Porto Canal - inglês

Artur Jorge, antigo selecionador português e treinador campeão europeu pelo FC Porto partiu esta quinta-feira, aos 78 anos, deixando o universo ‘azul e branco’ órfão de uma lenda.

Artur Jorge afirmou-se como um dos grandes nomes do desporto nacional, tendo sido um homem e um treinador diferente do comum. Extremamente culto, autor de um livro de poesia, melómano e colecionador de arte, foi autor de algumas célebres frases que o Porto Canal reuniu, na hora do último adeus.

“Sou Tripeiro e ser campeão no FC Porto tem um significado muito especial”. “Futebol não é espetáculo só para homens, mas para gente que gosta de presenciar coisas bonitas”.

“O povo do Norte serviu-se desta vitória para trazer cá para fora um conjunto de anseios. Foi uma maneira de dizer ao podere central que nós existimos, temos direito a existir”. São algumas das frases mais marcantes do na antigo dos ‘Dragões’.

Artur Jorge Braga de Melo Teixeira nasceu no Porto a 13 de fevereiro de 1946, foi inscrito como sócio do FC Porto ainda em criança e deu os primeiros pontapés na bola nas equipas de miúdos que cresciam no Campo da Constituição.

Em 1964, com apenas 18 anos de idade, estreou-se pela formação principal num jogo da Taça de Portugal frente ao Peniche e marcou um golo. Disputaria mais cinco e marcaria mais um, antes de rumar a Coimbra, onde se formou em Filologia Germânica, e à Académica, clube em que se afirmou como um dos avançados mais importantes do futebol português.

A carreira como atleta prosseguiria ao serviço do Benfica, do Belenenses e dos norte-americanos Rochester Lancers e valeu-lhe a conquista de quatro campeonatos e duas taças de Portugal pelos encarnados. Pela seleção portuguesa realizou 16 jogos e marcou um golo.

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Qual o significado do nome ravióli? | Band Receitas - UOL - inglês

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Qual o significado do nome ravióli? | Band Receitas  UOL

domingo, 25 de fevereiro de 2024

A tradução não quer ser o parente pobre da literatura e vincou-o no Correntes d'Escritas - Público - Dicionário

Quando a obra vencedora do Prémio Literário Casino da Póvoa 2024, o romance Temporada de Furacões, da mexicana Fernanda Melchor, foi anunciada na abertura da 25.ª edição do festival literário Correntes d’Escritas, os nomes dos tradutores da obra para língua portuguesa, Cristina Rodrigues e Artur Guerra, não tiveram direito a menção.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.

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sábado, 24 de fevereiro de 2024

pairam significado - Apostas em futebol ao vivo: Experimente apostar e prever os resultados dos jogos - Prefeitura de Campo Bom - inglês

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pairam significado - Apostas em futebol ao vivo: Experimente apostar e prever os resultados dos jogos  Prefeitura de Campo Bom

Livros: Melhorar o acesso no segundo país da Europa onde menos se lê - Expresso - Dicionário

Guilherme Pires, tradutor

"Antes de mais, uma nota relevante: faço parte de um coletivo recém-formado de tradutores literários que pretende criar espaço para sermos ouvidos e resolver os problemas que a classe enfrenta. As ideias que apresento sobre tradução e inteligência artificial resultam da reflexão e trabalho conjunto dessas pessoas.

Para promover a leitura, o livro, a tradução e a escrita, para tornar o mercado editorial mais viável, nada de duradouro se fará sem primeiro se cavar fundo e ir à raiz do problema: aumentar a literacia e os hábitos de leitura. Para isto, urge melhorar a qualidade da educação e a promoção do livro nos vários escalões de ensino, e aumentar os orçamentos das bibliotecas municipais para a aquisição de obras. É aqui que começa a captação de novos leitores e a construção de um público fiel à leitura e com espírito crítico.

Os poderes políticos devem também investir na promoção do livro enquanto objeto desejável, de entretenimento, partilha de saber e aprendizagem, aproveitando para potenciar um certo ressurgimento da leitura que se tem verificado nos públicos mais jovens, com o aumento da venda de livros dos segmentos de young adult e novelas gráficas, ou o crescimento de comunidades em redes sociais como o TikTok e o Instagram, e em clubes de leitura que alguns autores e tradutores estão a promover com assinalável êxito.

Surge aqui uma figura recorrentemente ignorada na discussão sobre a promoção da leitura, do livro e do mercado editorial: o tradutor literário. Os tradutores desempenham um papel vital na difusão da cultura, na educação dos leitores, na valorização da diferença e na defesa das línguas num mundo cada vez mais globalizado e homogeneizado. São essenciais num mercado como o português, em que os livros traduzidos representam uma parcela enorme de tudo o que se publica (mais de 60% das obras de ficção, por exemplo). Apesar disto, estes profissionais enfrentam condições de trabalho e de vida cada vez mais degradadas, com a estagnação dos seus rendimentos desde o início do século e a erosão do seu estatuto autoral. Isto deve-se quer à interpretação nebulosa da dimensão fiscal da profissão, quer a más práticas editoriais e de divulgação do livro, passando por contratos em que se lhes negam direitos com o subterfúgio de «obra por encomenda» e pela omissão do nome do tradutor em muitos contextos.

Há um aspeto em que o poder político pode (e deve) intervir para ajudar a resolver o problema: o estatuto do tradutor junto da Autoridade Tributária (AT). Os tradutores literários são criadores. Os textos que produzem têm valor intelectual e artístico e estão abrangidos pelo Código de Direito de Autor e dos Direitos Conexos, que os equipara aos autores traduzidos e reconhece o seu estatuto autoral. Por isso, devem poder ter acesso ao regime fiscal de direitos de autor.

Todavia, a AT entende que este não os abrange, porque a «tradução» (termo generalista, que engloba tanto a literária como a técnica e científica) já está prevista no código das atividades económicas. Esta interpretação tem gerado problemas graves na vida fiscal e financeira de vários tradutores, que se viram alvo de auditorias e multas pesadas por emitirem as faturas enquanto trabalhos de criação artística e literária, enquadramento fiscal muito mais favorável do que o que a AT quer impor, a prestação de serviços. E muitos optam por ser prestadores de serviços, com receio de represálias da parte do fisco, prejudicando os seus rendimentos.

A definição clara, pelo governo, do estatuto de criador artístico dos tradutores literários resultaria num alívio fiscal necessário e justo, bem como no reforço do seu estatuto autoral, extensível a tantas outras dimensões do ofício.

O papel da inteligência artificial (IA) no meio editorial também assume uma importância cada vez maior. Pensando no futuro do livro e da cultura, o novo governo deverá regulamentar de imediato o uso da IA na tradução e revisão de livros, proibindo-a sempre que infrinja direitos de propriedade intelectual (o que acontece sempre que se usam estas plataformas) e penalizando fortemente os que o façam. Não há volta a dar: é dever dos agentes políticos (bem como dos editores, autores, tradutores e revisores) rejeitar o uso destas ferramentas. Além de infringirem a lei, o seu uso degrada gravemente os textos e anula a voz autoral, prejudicando todos os que gostam de livros e desincentivando a leitura.

Existem, claro, outras medidas que poderiam beneficiar a leitura e o mercado editorial, já propostas e discutidas por colegas editores e livreiros. Por exemplo, alterar de novo a Lei do Preço Fixo, tornando-a mais apropriada ao tempo de vida do livro e às necessidades de agilização do PVP; aplicar ao livro um escalão de IVA de 0%, para promover o consumo; criar medidas de apoio financeiro a quem queira criar uma livraria, tanto ao nível fiscal como da especulação imobiliária. Deixo o desenvolvimento destas ideias para outras vozes."

Helena Rafael, editora (Gradiva)

"As medidas passíveis de ser implementadas prioritariamente e que teriam impacto no caso das editoras de média dimensão, poderiam começar por:

  1. O apoio público à tradução de livros que sejam considerados de relevância cultural, uma vez que a tradução representa uma fatia muito expressiva na estrutura de nos custos de um livro e consideramos que o trabalho de tradução deve ser justamente remunerado pelo valor acrescentado que traz à edição e aos leitores.
  2. Um apoio público reflectido na compra de matérias-primas como o papel, que encareceu muito no pós-pandemia. O aumento exponencial de preços trouxe um incremento no preço do livro e, na hora de fazer opções, este torna-se uma opção cara para as famílias.
  3. O preço fixo do livro, que a legislação fixa agora em 24 meses, destina-se a supostamente proteger o livreiro, mas dificulta a vida ao editor. É este quem assume o risco: edita, produz, distribui, promove, coloca nas livrarias. Após um período de curta exposição, o livro é devolvido ao editor sem que este possa flexibilizar o preço em campanhas que promovam melhores condições para os leitores."


Clara Capitão, diretora Editorial do grupo Editorial Penguin Random House

"O recente crescimento de venda de livros e, mais importante ainda, a aparente melhoria do indicador dos hábitos de leitura não retiram urgência e pertinência à necessidade de atuar a vários níveis para salvaguardar a saúde, sustentabilidade e diversidade do setor do livro, tendo em conta o seu papel inestimável na formação de uma sociedade mais esclarecida.

O livro é a mais intemporal e comprovada plataforma de aquisição de conhecimento, de alargamento de horizontes e de desenvolvimento de empatia, tolerância e pensamento crítico. Uma sociedade que lê muito é uma sociedade mais preparada e, habitualmente, mais próspera. Os tempos recentes mostram que quem não lê (sejam jornais, sejam livros) é mais permeável a notícias falsas e teorias da conspiração do que quem lê e exercita diariamente o músculo do pensamento crítico. E neste campo, apesar dos tímidos avanços, Portugal tem um registo que nos deve preocupar a todos.

Portugal é o segundo país da Europa com hábitos de leitura mais fracos, com mais de 50% dos portugueses a assumir não ter lido um único livro no ano anterior. Na pirâmide invertida dos hábitos de leitura na Europa, Portugal está na base da pirâmide, só à frente da Roménia. Curiosamente, esta pirâmide é em muito semelhante à pirâmide do PIB per capita destes mesmos países europeus. Alicerçar o setor do livro em bases mais sólidas é inevitável se queremos ter uma sociedade esclarecida, justa e diversa. O setor do livro é, dentro da área da cultura, o que gera mais rendimento e o que menos apoios estatais recebe.

As minhas propostas para a área do livro em Portugal tentam contemplar toda a cadeia de valor do livro, desde a criação (momento-zero que é muitas vezes esquecido na hora de definir políticas), à edição, distribuição e comercialização.

  • IVA zero nos livros, uma medida fundamental no reconhecimento do livro como bem essencial
  • Aumentar o valor do Cheque Livro, de forma a estimular a leitura num segmento etário que se encontra em franco crescimento mas que, na sua grande maioria, ainda não tem hábitos de leitura consolidados. Um jovem leitor que precisa de escolher em que livros investir o seu cheque-livro sentir-se-á muito mais estimulado a lê-los do que a ler livros que lhe são impostos pelo currículo escolar.
  • Oferta de kit de livros em centros de saúde e afins para distribuição na consulta pediátrica dos 2 anos, dos 4 anos e dos 6 anos.
  • Celebração do Dia Mundial do Livro, à semelhança do World Book Day do Reino Unido, com distribuição de livros grátis em escolas e disponibilização de um seleto catálogo de livros a preços muito acessíveis. Passo a passo, democratizaria o acesso à leitura nas camadas mais jovens e poria mais uma vez o livro no centro da atenção pública.
  • Rejuvenescer o papel das bibliotecas escolares e públicas como centros de acesso ao livro e do debate em torno dele. Para isso seria necessário, entre outras medidas: robustecer muito consideravelmente o orçamento das bibliotecas escolares e públicas para a aquisição de livros; dar mais formação e recursos aos bibliotecários; incentivar a criação de programas culturais para públicos diversos; criação de clubes de leitura e escrita nas escolas, com recursos humanos e financeiros que lhes permitam ser verdadeiros polos dinamizadores dos hábitos de leitura e escrita.
  • Criar um pacote de apoio a livrarias independentes, que inclua benefícios fiscais, rendas acessíveis e incentivos à dinamização cultural destes espaços.
  • Promover a presença do livro e dos seus autores na comunicação social, em todas as suas vertentes, com incentivos diretos aos agentes de comunicação social para que produzam, em muito maior quantidade, programas ou rubricas sobre a produção cultural nacional. Todos os meios de comunicação social deveriam ter limites mínimos de espaço dedicado aos livros. Portugal é dos países europeus em que o livro tem menor presença na imprensa, na rádio e na televisão, e em que os escritores estão mais afastados da vida pública.

A sobrevivência de uma comunicação social com qualidade passa também por todos os meios – não só imprensa, como rádio e televisão – dedicarem mais espaço à divulgação de livros e eventos literários e serem prescritores de livros. A título de exemplo, um telejornal tem habitualmente mais de 60 minutos de duração e passam-se meses sem uma notícia sobre um livro, um autor ou um evento literário. Uma possível ideia seria a criação de um talk show itinerante sobre livros, que fosse filmado a cada semana num lugar diferente: uma livraria independente, um clube de leitura, um festival literário, uma biblioteca, uma casa-museu.

  • Reforçar em muito o investimento em bolsas de criação literária, de forma a poder apoiar mais autoras e autores, em etapas diferentes da sua carreira, abolindo a necessidade de dedicação exclusiva. Enquanto os autores não tiverem tempo e condições para escrever, o panorama de produção literária nacional continuará a ser subdesenvolvido, longe de cumprir o seu potencial. Em vários países da Europa e da América Latina assiste-se, nos últimos anos, a uma incrível efervescência de novas vozes literárias, fenómeno que infelizmente não tem ainda paralelo em Portugal.
  • Manter o apoio à internacionalização da produção literária internacional, dotando-a de maior investimento e sobretudo garantindo que as diversas instituições que nela trabalham (Instituto Camões, DGLAB) o façam de forma mais coesa, mais integrada e mais orientada a resultados. Dou exemplos de quatro medidas possíveis que, implementadas de forma integrada, poderiam trazer excelentes resultados: a presença de Portugal nas principais feiras do livro internacionais merece ser repensada e modernizada; deveria ser criado um catálogo anual da melhor produção literária nacional do ano anterior, com excertos traduzidos e apoio à tradução garantido, à semelhança do que se faz em muitos países europeus; criação e formação, nas equipas das instituições que se dedicam a estes apoios, de recursos humanos dedicados à apresentação destes catálogos nas feiras, à semelhança do que se faz, e muito bem, nos Países Baixos e na Catalunha; programa de apoio à tradução de amostras (primeiros capítulos) de obras literárias para sua apresentação internacional.
  • Apoiar entidades (sejam editoras, associações culturais ou outras) que pretendam criar clubes de leitura em contextos desfavorecidos: estabelecimentos prisionais, instituições de acolhimento, bairros economicamente desfavorecidos ou socialmente problemáticos, entre outros.
  • Adaptar a Lei do Preço Fixo aos tempos de hoje, de modo a evitar a desvalorização do livro e a assegurar a sustentabilidade de negócios de pequena dimensão, fundamentais para a garantia da diversidade editorial
  • Apoio aos agentes do livro, sobretudo editoras, empresas produtoras de papel, gráficas e distribuidoras, para que façam a sua certificação ambiental e possam adaptar os seus meios tecnológicos e humanos, e assim contribuir para uma cadeia do livro mais verde e sustentável."

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“O tradutor é o autor da pele do texto”, diz Caetano W. Galindo - Itaú Cultural - Dicionário

por Milena Buarque

Sessenta e dois itens figuram na seção intitulada “Livros traduzidos” no site dedicado à produção profissional de Caetano W. Galindo. Professor do Departamento de Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), pesquisador, escritor e tradutor brasileiro, Caetano é hoje um dos principais nomes da cena da tradução literária brasileira. Sua versão para o português de Ulysses, do escritor irlandês James Joyce, recebeu os principais reconhecimentos literários do país, incluindo o Prêmio Literário 2013, concedido pela Academia Brasileira de Letras (ABL).

“A tradução do Ulysses é tudo para mim. Ela me proporcionou minha carreira de tradutor, minha carreira de pesquisador na academia, a posição que ocupo no sistema acadêmico aqui na Universidade Federal do Paraná, e, eventualmente, fora dela, e me proporcionou um crescimento monstruoso como leitor, como tradutor, como pessoa. Ela me deu tudo”, conta, ao relembrar o trabalho iniciado durante seu doutorado em linguística, há mais de uma década.

Em entrevista ao site do Itaú Cultural (IC), Caetano compartilha parte de seu caminho na tradução literária até aqui, avalia com otimismo o que ele chama de “amadurecimento” do atual mercado da tradução no país e menciona a inteligência artificial como um ponto de inflexão.

“Tudo que a gente lê altera a gente para mais ou para menos, de um jeito ou de outro, e acaba formando a gente como leitor. Tudo que é literário e que não é literário.”

Como você iniciou a sua carreira como tradutor? Você tem na memória um momento de decisão pelo ofício? Foi uma tentativa já no papel, durante uma leitura em outro idioma?

Foram muitas incepções. Hoje, olhando a posteriori, eu vejo que, em várias situações, estive interessado e envolvido em projetos de tradução. Sou formado em francês pela Universidade Federal do Paraná. Certa vez, uma professora lançou como desafio para os alunos a tradução de um soneto do poeta Arthur Rimbaud. Então, sentei em casa e imediatamente percebi o quanto aquilo era prazeroso, não apenas traduzir entre idiomas, mas também encaixar aquilo em uma grade, encontrar as rimas e botar o metro no lugar. Deu-me uma sensação muito grande de estar lidando com um quebra-cabeça. Fiquei muito feliz em produzir uma tradução. Ainda na universidade, tinha uma amiga que gostava muito de Teatro do Absurdo, mas não sabia inglês. Eu tinha lido uma peça do Tom Stoppard e achei que ela iria gostar de ler, então meio que criei o pretexto de que queria dar aquilo de presente de aniversário. Esse texto, curiosamente, acabou sendo depois republicado no volume Rock ‘n’ roll e outras peças, lançado pela Companhia das Letras em uma versão completamente diferente, até porque o próprio Stoppard já tinha mexido no texto a essa altura.

Portanto, houve várias ocasiões em que me vi envolvido com tradução, mas isso só ficou razoavelmente claro para mim depois que um colega, o Mauricio Mendonça Cardozo, que se formou em tradução e fez um doutorado na área de teoria da tradução quando isso não era muito comum, teve a ideia de criar uma área de estudos da tradução na UFPR. Eu e o Mauricio nos formamos juntos e entramos como professores juntos na universidade. Eu já vinha conversando com ele e pensei que me interessaria em integrar essa ideia de formar uma área de tradução. Foi a partir desse viés acadêmico, da tradução de Ulysses, que algumas editoras começaram a falar da minha tradução e a me convidar para fazer uma coisa ou outra. Em 2003, comecei a trabalhar como tradutor e nunca mais parei. Então, aí é que a coisa se concretizou, a partir desse incentivo acadêmico, por assim dizer.

Capa do livro
Capa do livro Rock n'roll e outras peças, de Tom Stoppard (imagem: Capa do livro)

A tradução do clássico Ulysses, de James Joyce, lançado em 2012 pela Companhia das Letras, lhe rendeu três importantes prêmios: Academia Brasileira de Letras, Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) e Jabuti. Quais foram os maiores prazeres e adversidades dessa tradução?

A tradução do Ulysses é tudo para mim. Ela me proporcionou minha carreira de tradutor, minha carreira de pesquisador na academia, a posição que ocupo no sistema acadêmico aqui na Universidade Federal do Paraná, e, eventualmente, fora dela, e me proporcionou um crescimento monstruoso como leitor, como tradutor, como pessoinha. Ela me deu tudo. É muito difícil traduzir Ulysses, por mais que eu sempre diga que foi muito mais fácil para mim do que para tradutores que vieram antes. Os anos passam, há mais fortuna na crítica disponível, aparato on-line para você sanar suas dúvidas. Embora a minha situação fosse mais fácil, ainda é mais difícil do que quem está fazendo hoje. Eu fiz o meu trabalho em dez anos, e o crescimento dessa fortuna crítica de Ulysses foi exponencial. Hoje está de fato muito mais fácil acessar o livro. Inclusive por causa dos trabalhos dos tradutores. A coisa é cumulativa. 

Então, houve muita complicação e muito sofrimento, mas eu nunca classificaria o processo dessa forma. O processo de tradução, seguido pelos de edição e de publicação, e a recepção do livro, para mim, são uma história de grande satisfação e prazer. Como eu mencionei antes, achei divertido encaixar um soneto em uma grade. Achei divertido lidar com os problemas mais complicados de Joyce. Fico empolgado com a ideia de transposição da dificuldade. Foi isso que me revelou o quanto eu estava destinado a permanecer na tradução de literatura e, de certa forma, na tradução de literatura estranha desde aquele momento.

A parte superior da capa traz o nome Ulysses em letras grandes e como que formando um grafismo.Sim, e
Capa do Ulysses, de James Joyce (imagem: Capa do livro)

Você lê para traduzir? Digo, lê a obra antes de traduzi-la? Já conversei com tradutores com abordagens diferentes: alguns costumavam ler, mas passaram a traduzir enquanto fazem a leitura, descobrindo o livro à medida que avançam, muitas vezes por causa de prazos – ou então pelas surpresas da narrativa; outros fazem uma leitura rápida antes da tradução. Como é o seu processo? Existe algum?

Em alguns casos, acabei traduzindo livros que já tinha lido. E aí você retorna. Em Graça infinita, de David Foster Wallace, fui traduzir um livro que já tinha lido, relido, repensado, traduzido como teste. Um autor cuja obra havia lido inteira já pensando em traduzir. Ou seja, foi um livro em que sentei para traduzir já com muitas decisões tomadas, com muitas escolhas resolvidas na minha cabeça, o que talvez, inclusive, seja uma das razões pelas quais às vezes acho que não fico tão satisfeito com o resultado da tradução, porque eu pessoalmente prefiro sentar diante da primeira página com uma sensação de completo desconhecimento.

Eu gosto de me manter sentado na ponta da cadeira, traduzindo tenso, interessado pelo livro, pela leitura, para onde vai. Gosto da expectativa, de traduzir imerso no ritmo do próprio livro. Eu traduzo muito rápido essa primeira versão, quase num ritmo de leitura para muitas pessoas. Então, gosto dessa sensação de ir traduzindo enquanto leio, ela me deixa mais atilado, mais esperto, mais desperto e gera um resultado mais interessante para mim. É lógico que isso acaba fazendo com que você tenha que calibrar certas decisões. Você nem sempre entende o tom de um personagem, de um livro, de um narrador na primeira linha, na primeira página. Aí, na hora da revisão, você vai ter que arrumar essas primeiras páginas. Mas é bem verdade também que, com um pouco de experiência de leitor e com um pouco de experiência de tradutor, você consegue fazer essa recalibragem muito rápido e muito cedo na maior parte dos livros. Então, não é um problema maior também.

Capa do livro
Capa do livro Graça infinita, de David Foster Wallace (imagem: Capa do livro)

O que as suas traduções lhe ensinaram?

Todos os grandes autores e autoras que eu já traduzi me ensinaram muito como pessoa, me ensinaram muito como leitor, leitor de livros e leitor de coisas, prestador de atenção, de uma maneira muito ampla. E me ensinaram muito como tradutor. Eu ainda sou de uma geração que se formou na tradução literária fazendo a tradução literária. A geração que está se formando hoje vem com muita frequência de cursos de tradução, estudou. Isto é um privilégio, você poder já compartilhar da experiência de outros tradutores, vivência, técnica, prática. A gente se formou fazendo, e foram esses livros que me fizeram, foram esses livros que me ensinaram em que prestar atenção, como prestar atenção, o que merece mais detalhe. Basicamente, tudo merece atenção, detalhamento e concentração. No meu caso, eu aprendi traduzindo literatura de excelente qualidade, tive essa sorte de que a minha carreira até aqui foi basicamente caracterizada por traduzir grandes autores, grandes autoras, obras de altíssimo nível. E é como jogar futebol – embora eu não jogue futebol – num time que está cheio de craques: você se esforça para jogar em outro nível. Você aprende que precisa estar à altura.

Certa vez você mencionou o fato de a tradução de romances ocupar as famosas “horas vagas” do dia, tendo em conta as suas muitas outras atividades. Para esta coluna muitos tradutores e tradutoras relataram o mesmo: as múltiplas jornadas e até a impossibilidade de viver apenas de tradução literária. Como essas dinâmicas se dão por aí?

Eu sou professor universitário, tenho um emprego estável que me permite certa flexibilização de jornada. Eu consigo encaixar outras coisas. Então, para mim, não é um problema como é para boa parte das pessoas, mas é uma constatação, eu acho que é inviável para qualquer pessoa hoje, ontem, muito pior amanhã, viver de tradução literária. É uma atividade que tem que ser realizada nessas proverbiais horas vagas por pessoas que têm outras atividades que permitem pagar as contas.

Não posso reclamar de nada. Traduzo quantos livros eu consigo traduzir, no tempo em que eu consigo traduzir, porque é uma atividade que me dá prazer, é uma atividade que, com o passar do tempo, começou a caminhar com a minha formação, com a minha carreira acadêmica. Eu dou aula de tradução literária, produzo sobre tradução literária, pesquiso sobre tradução literária, oriento trabalhos sobre tradução literária e produzo tradução literária. As coisas se alimentam. Se eu parar de traduzir hoje, meu trabalho acadêmico vai ficar mais ralo. Mas não é fácil encontrar uma situação de vida em que isso seja viável dessa maneira.

Em algumas outras entrevistas, você trata da questão do tradutor como autor, algo que, apesar de não ser uma concepção nova no meio literário, tem estado bastante em pauta recentemente. Editoras têm apresentado em suas capas quem fez a tradução com mais frequência, coletivos de tradutores têm se formado para debater aspectos da profissão. No perfil da Festa literária internacional de Paraty (Flip) em uma rede social, durante a divulgação do evento em 2023, leitores demandavam saber os nomes dos tradutores nas legendas do conteúdo publicado. Como você avalia o momento atual nesse sentido, especificamente em relação ao mercado editorial brasileiro?

O tradutor literário é um coautor, ele é autor da pele do texto que você vai receber. Foi ele ou foi ela quem escreveu aquelas palavras. Cada vez que você for elogiar o estilo de um autor ou autora que está lendo em tradução, saiba que esse estilo foi filtrado por outra pessoa, e foi essa pessoa que reagiu bem ou mal, competentemente ou não, àquele estilo. Isso é um fato.

O mercado editorial nem sempre lida com isso desse jeito, mas também há muita mudança positiva. Há uma maior tendência a dar crédito e divulgar com mais destaque o nome da pessoa que traduziu. Também um amadurecimento muito grande do próprio mercado, da própria atividade de tradução literária no Brasil, que se profissionalizou de uma maneira diferente. Hoje conta com muita gente muito capaz que possui uma formação sólida em tradução literária, com gente que já foi criada no mundo em que o bilinguismo literário é bem mais comum, frequente e profundo.

Um universo muito grande de gente que também está escrevendo e traduzindo, de criadores que estão traduzindo e de tradutores que estão criando. Isso gerou, e acho que é a geração imediatamente posterior à minha, uma espécie de “era de ouro” da tradução no Brasil. A tradução de legendas no Brasil está num nível muito bom hoje. À medida que esse mercado amadurece, a qualidade desse serviço aparece, e forma-se um grupo de leitores também mais conscientes dessas figuras. E, por incrível que pareça, até as redes sociais tiveram um papel nisso, porque possibilitaram que esses profissionais mostrassem quem eles eram e passassem a ser conhecidos, gerando uma espécie de fidelização. Você acompanha uma tradutora no Instagram e sabe o que ela está publicando, você vai atrás da grife daquela pessoa, por assim dizer.

“O tradutor literário é um coautor, ele é autor da pele do texto que você vai receber. Foi ele ou foi ela quem escreveu aquelas palavras. Cada vez que você for elogiar o estilo de um autor ou autora que está lendo em tradução, saiba que esse estilo foi filtrado por outra pessoa, e foi essa pessoa que reagiu bem ou mal, competentemente ou não, àquele estilo.” 

Estou lendo Latim em pó: um passeio pela formação do nosso português, lançado no ano passado pela Companhia das Letras, e gostando bastante dessa viagem. Você também publicou Sim, eu digo sim: uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce (2016), finalista do Prêmio Rio de Literatura, Ensaio sobre o entendimento humano (2013), vencedor do Prêmio Paraná de Literatura em 2013, e o livro de contos Sobre os canibais (2019). Em que medida a sua atividade como tradutor influencia a sua escrita literária?

A influência é total. É como se você tivesse passado dez anos como mecânico, desmontando motores, consertando motores, remontando motores, e de repente você resolve elaborar um motor, fazer um motor, fazer um carro, projetar um carro. Você treinou, você aprendeu – e, no meu caso, como eu já disse, aprendi com os melhores. Eu traduzi muita literatura muito boa. E traduzir literatura é entender os mecanismos, é fuçar embaixo do capô, lidar com as pecinhas, é ter que reproduzir coisas muito delicadas e fazer com que elas continuem funcionando em português. Idealmente, você aprende a fazer, porque você precisa fazer como tradutor. E então, quando vai escrever, primeiro, seu repertório já é grande, porque você estudou muitos autores diferentes ao traduzir. Acho que é uma plataforma muito interessante, quase que de formação, mais do que de influência.

Como a tradução literária pode refletir a identidade cultural de um país? Você acredita que a tradução pode desempenhar um papel na promoção da diversidade cultural?

A tradução literária também é decorrente da identidade cultural de um país. Culturas centrais e culturas periféricas, entre muitas aspas nos dois casos, lidam com isso de maneiras diferentes: traduzem mais, traduzem menos, traduzem deste lugar ou daquele lugar. Isso acaba afetando como funciona e quanto funciona o sistema de tradução literária em determinada cultura. E a tradução é talvez o mecanismo mais forte que temos na literatura, nas artes verbais, para promover a percepção da diversidade cultural e a penetração da diversidade cultural em determinado sistema.

Um sistema que poderia estar isolado, produzindo de si para si, fechadinho em si mesmo, de repente se vê exposto a outras formas de pensar, outras formas de dizer, outros gêneros, outros estilos. Eu acho que isso é um serviço que a tradução presta quase que automaticamente. Quanto mais tradução, quanto mais versões de uma mesma obra traduzida e quanto mais abordagens diferentes de tradução, mais isso tende a ampliar.

Qual conselho você daria a tradutores iniciantes ou a quem deseja ingressar na profissão?

O primeiro deles é estudar português brasileiro, mas não estudar no sentido escolar, no sentido de imersão total. Leia muito, leia de forma ampla e variada, leia literatura boa e ruim, literatura e não literatura, literatura barata e literatura elevada. Ficção, não ficção, todos os tipos de texto, todos os períodos e textos diferentes. Leia textos antigos, textos novos, textos que estão publicados em livro, textos da internet. Preste atenção, seja uma criatura onívora das possibilidades de uso do português brasileiro ao longo de sua história. Você tem que jogar fora toda e qualquer noção de superioridade e inferioridade, adequação e inadequação, isso pode, isso não pode, isso deve, isso não deve.

A língua é o que é. É esse universo amplo, maravilhoso e quase inconcebível na sua variedade de formas divergentes e contrastantes de expressão. E você precisa se encantar por isso, precisa gostar disso. Você precisa gostar de escrever mal, gostar de escrever bem, gostar de escrever feio, ridículo, elevado, lírico, motivador e repulsivo. Todas essas coisas precisam fazer parte do seu repertório, muito mais importante do que estudar uma língua estrangeira nesse grau. A língua estrangeira é, obviamente, uma parte importante do arsenal e trabalho de alguém que trabalha com tradução literária, mas as dúvidas na língua fonte são respondíveis. Você pode consultar alguém, pode procurar no dicionário, pode procurar uma fonte, pode buscar informações. Tapar buracos no seu repertório de criação em português é muito mais complicado, porque você não vai perceber o problema, vai achar que resolveu, vai achar que tem a resposta, e isso é muito traiçoeiro.

Estude com pessoas, tem muita gente comentando sobre a carreira. Eu acho que isso é muito precioso. Essa ideia de guilda, trabalhar com alguém que já trabalha, pedir orientação e mostrar o seu trabalho.

Mas o outro conselho é: não faça isso. 

Capa do livro
Capa de Sim, eu digo sim: Uma visita guiada ao Ulysses de James Joyce, escrito por Caetano Galindo (imagem: Capa do livro)

Por quais razões?

Não sei se é uma boa hora para entrar na profissão de tradução literária. A tradução literária, tirando poucas exceções localizadas no espaço e no tempo, nunca foi uma carreira; ela é uma atividade que pode gerar alguma renda e algum tipo de crescimento na tua vida. No entanto, você pode se tornar um escritor, preparador de originais ou até mesmo trabalhar em uma editora. Mas é muito complicado pensar na tradução literária como uma carreira, pois não dá dinheiro suficiente para pagar as contas. Além disso, é uma atividade lenta, custosa, dolorosa e fisicamente intensa.

Hoje em dia, todo mundo trabalha como prestador de serviços, então não tem férias, não tem 13o, não tem nada. Você só ganha enquanto está trabalhando. Os modelos de pagamento de direitos autorais para tradutores ainda não são majoritários. Em geral, obras que estão em domínio público. Algumas editoras já começam a dar royalties, o que permite que o tradutor construa uma espécie de banco de aposentadoria se ele chegar a uma certa idade e tiver 30 a 40 livros traduzidos. Talvez ele tenha uma renda para poder diminuir um pouco seu ritmo de trabalho ou parar de trabalhar, quem sabe, mas não dá para contar muito com isso. Outro senão é que talvez a gente esteja num ponto de inflexão muito complicado da história da carreira hoje, com essa sombra meio ominosa da entrada desses modelos de tradução por inteligência artificial. Então, eu diria, pense bem, mantenha planos B, C e D em ordem. Se você foi mordido pelo bichinho da tradução literária, forme-se, trabalhe, siga em frente, mas provavelmente não é a melhor ideia pensar nisso como uma carreira que vai te orientar, vai orientar a tua vida e pagar os boletos daqui para o fim dos tempos.

Capa do livro
Capa do livro Latim em pó, de Caetano Galindo (imagem: Capa do livro)

Algum projeto futuro em que você está trabalhando e que gostaria de compartilhar com a gente? Alguma outra tradução na gaveta?

Tenho uma tradução de Jude, o obscuro, de Thomas Hardy, que foi feita para a TAG com a Companhia das Letras e ainda não foi publicada. Recentemente, entreguei para a Todavia a tradução de um livro chamado As planícies, de Gerald Murnane, um romancista australiano e eterno candidato ao Nobel. É um belíssimo livro. Tenho uma tradução pronta de Under milk wood, um drama para vozes escrito pelo Dylan Thomas que ainda não tem editora. Fiz porque quis para um projeto que, a princípio, tinha a ver com a Supersônica Audiolivros. Pensei em oferecer para a produtora, mas ainda está sem editora.

Projeto do coração, tenho vários. Tenho um nunca encaminhado, que é de um dia fazer uma tradução de P.G. Wodehouse, escritor que eu adoro e que acho que talvez seja impossível traduzir, porque é muito específico: oralidade inglesa britânica do começo do século XX. Ele é a perfeição em forma de prosa, mas talvez seja intraduzível e, por isso, ele me deixa sempre com uma coceirinha de fazer. Eu voltei de Nova York recentemente muito determinado a traduzir o poeta Walt Whitman, está andando. E tenho o meu projeto de sempre, o Finnegans Wake, do Joyce, que está rodando na minha cabeça há uns quase 20 anos e que, em breve, eu pretendo concluir e publicar também.

A minha lista de desejos e vontades e motivos tem diminuído muito. Já fui mais ansioso, já quis traduzir mais coisas. Hoje, acho que estou um pouco mais velho e pacificado.

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controverso significado - Jogar Online: Como se divertir e ganhar dinheiro com apostas - Prefeitura de Campo Bom - inglês

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controverso significado - Jogar Online: Como se divertir e ganhar dinheiro com apostas  Prefeitura de Campo Bom

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

frustradas significado - Promoções Especiais de Cassino Online: Incentivos para aumentar as chances de ganhar em ... - Prefeitura de Campo Bom - inglês

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frustradas significado - Promoções Especiais de Cassino Online: Incentivos para aumentar as chances de ganhar em ...  Prefeitura de Campo Bom

Mãe dá nome a filha sem saber que o significado é prostituta - Crescer - inglês

Então, um terceiro interveio, perguntando: "Por que as pessoas, que têm acesso ilimitado à informação na ponta dos dedos, se recusam a usá-la para uma simples pesquisa antes de arruinarem a vida de um bebê?". Professores também deram suas opiniões e compartilharam como lidariam com essa situação quando a pequena Harlotte estivesse em idade escolar. "A princípio, eu pensaria que foi um erro de digitação, depois insistiria que a criança usasse o apelido", escreveu um deles. "Se ela não tiver um, escolha um." "É melhor chamá-la pelo sobrenome", disse outro.

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Fortuna cassino - pending review blaze tradução - Extrema MG - Dicionário

Secretaria de Cultura

13/05/2019

Confira a programação do Trem Bão da cidade

As secretarias de Cultura, Assistência Social, Saúde e Esporte, Lazer e Juventude irão realizar uma tarde especial nos bairros da cidade. Com testes rápidos de saúde, corte de cabelo, brincadeira para as crianças, apresentações especiais e para o fechamento, teremos o Cinema Itinerante, com filmes para a população....

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Secretaria de Cultura

13/05/2019

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quinta-feira, 22 de fevereiro de 2024

Goucha recebe troféu com significado especial e é aplaudido de pé - SAPO Lifestyle - inglês

Manuel Luís Goucha protagonizou um dos grandes momentos da gala do 31.º aniversário da TVI, que aconteceu na noite deste domingo, 18 de fevereiro.

O apresentador, de 69 anos, foi homenageado com um troféu entregue por Cristina Ferreira e José Eduardo Moniz.

"Ainda não morri", começou por dizer o apresentador entre gargalhadas.

"Em momento algum da minha vida me arrependi do caminho que quis. Tenho sido muito feliz ao longo destes últimos 20 anos", garantiu, notando que, "apesar de não ser um homem do passado", reconhece que "já fez muita coisa". "Estou grato à TVI, grato a quem confia em mim, grato ao público e, sobretudo, grato à vida porque tem sido muito generosa comigo", disse por fim.

Cristina Ferreira fez questão de deixar as seguintes palavras: "Se há pessoa que é sinónimo desta caixinha mágica, com a qual eu tive o privilégio de durante 16 anos viver maritalmente muitas horas por dia, fazendo da televisão aquilo que a TVI sempre quis - um lugar de liberdade, de paixão, de emoção, de muita brincadeira e também de algum arrojo -, o Manel foi a pessoa que permitiu a mim, enquanto miúda que aqui cheguei, fazer tudo isso".

Por seu turno, José Eduardo Moniz afirmou que enquanto permanecesse na TVI, Goucha estava "proibido de se reformar".

O troféu, note-se, era simbólico. Tal como Cristina evidenciou, a parte de cima saía, tornando-se num alfinete de peito que Manuel poderá usar sempre que desejar.

Eis o momento.

Leia Também: Gala TVI. 'Juiz' Goucha para Cristina Ferreira: "Vai ter que casar!"

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Após grande polêmica, CEO da Soudal QuickStep culpa tradução por ofensas à esposa de Julian Alaphilippe - Giro do Ciclismo - Dicionário

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O que é a Quaresma? Como ela surgiu e qual o significado? - Entretenimento BOL - inglês

A Quaresma é o período de preparação para a Páscoa cristã, conhecido por práticas como jejum e caridade.

Tradicionalmente, dura 40 dias, mas atualmente esse período pode se estender para 44 dias. A prática começou no século 4 d.C. junto com criação da data da Páscoa.

A data da Páscoa é móvel e define o Carnaval e a Quarta-feira de Cinzas, que marca o início da Quaresma.

O que é a Quaresma?

A palavra "Quaresma" tem raízes no latim referentes ao quadragesima dies, quadragésimo dia dos dias, em português.

Acredita-se também que a palavra possa ter origem na palavra grega "tessarakonta", que significa "quarenta".

No final do inverno no hemisfério norte, diversas denominações cristãs pelo mundo realizam um período de 40 dias de jejum e oração chamado Quaresma.

Essa prática é uma preparação para a celebração da Páscoa, um feriado religioso que na fé cristã comemora a ressurreição de Jesus Cristo.dos mortos.

A prática do jejum por razões espirituais é encontrada nas três maiores fé abraâmicas: Judaísmo, Cristianismo e Islamismo. Em todas elas, abster-se de comer está intimamente ligado a um foco adicional na oração, e à prática de ajudar os pobres dando esmolas ou doando alimentos.

A Quaresma é uma prática observada pelos fiéis das tradições católica, ortodoxa, anglicana e luterana.

No Brasil, há muitos cristãos evangélicos, para quem a Quaresma não é uma prática comum, já que na tradição protestante, o jejum e a oração não se limitam aos 40 dias que antecedem a Páscoa.

Significado dos 40 dias da Quaresma

Não há uma explicação definitiva para os 40 dias da Quaresma, mas na Bíblia, vários eventos importantes ocorreram ao longo de um período de quarenta dias. Por exemplo:

  • Jesus jejuou no deserto por 40 dias;
  • O dilúvio durou 40 dias e 40 noites, do qual Noé e sua família sobreviveu;
  • Moisés e os hebreus atravessaram o deserto durante 40 anos.

Como surgiu a Quaresma na fé cristã?

A prática da Quaresma, teve suas raízes consolidadas no século 4 d.C., especificamente no ano de 325 d.C., durante o histórico Concílio de Niceia.

Este encontro, marcado pela presença de bispos, foi palco de discussões cruciais sobre os fundamentos da fé cristã nos primeiros tempos da Igreja. Foi lá que surgiu o Credo Niceno, uma declaração fundamental da fé cristã, e também onde se fixou a data da Páscoa, com base em cálculos astronômicos.

Foi neste contexto que a Quaresma foi mencionada pela primeira vez na história. Acredita-se que a prática de jejuns e penitências por 40 dias evoluiu ao longo dos séculos a partir de tradições cristãs antigas.

Entre essas tradições, destacam-se os jejuns realizados por aqueles que se preparavam para o batismo durante a Páscoa, bem como os jejuns praticados como preparação para as celebrações pascais em geral.

Há registros, como os de Tertuliano, um cristão dos séculos II e III do norte da África, que mencionam jejuns de dois ou três dias como preparação para a Páscoa. Outros relatos antigos sugerem diversas formas de preparação semelhantes.

Assim, acredita-se que a combinação da evolução dessas práticas ao longo do tempo, juntamente com o simbolismo do número 40 nos relatos bíblicos, tenha contribuído para a consolidação da Quaresma com a duração de 40 dias.

Como calcular as datas da Quaresma em 2024?

De acordo com o estabelecido pelo Concílio, a Páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira Lua cheia após o equinócio da primavera no hemisfério norte.

Para o ano de 2024, isso significa que a Páscoa será no dia 31 de março, visto que o equinócio da primavera no Hemisfério Norte é em 19 de março, a primeira Lua cheia após esse equinócio é em 25 de março, e o primeiro domingo após essa Lua cheia cai em 31 de março.

Considerando o Domingo de Ramos, a Quarta-Feira de Cinzas em 2024 foi celebrada no dia 14 de fevereiro.

Sendo assim, o período correspondente à Quaresma do ano de 2024 se inicia em 14 de fevereiro e segue até o dia 28 de março.

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quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Descubra o significado por trás de sonhar com dente caindo - R7 - inglês

Os sonhos intrigam a humanidade há séculos. Muitos estudos tentam entendê-los e explicar os seus significados. Pensando nisso, o Portal ND Mais lhe contará a possível definição do que é sonhar com dente caindo.Leia a matéria completa no nosso parceiro ND MaisLeia mais em ND Mais  • O que significa sonhar com dente caindo?  • A volta do Pedro Castro para o Avaí, a falta de criatividade da diretoria e a reação da torcida  • VÍDEOS: UPAs lotadas fazem prefeitura de Itajaí reforçar equipe; dengue é principal ‘demanda’ Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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Após grande polêmica, CEO da Soudal QuickStep culpa tradução por ofensas à esposa de Julian Alaphilippe - Giro do Ciclismo - Dicionário

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letra da musica flames tradução - Bacará na Tailândia: Jogadores excitados com o desafiante jogo - Prefeitura de Campo Bom - Dicionário

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letra da musica flames tradução - Bacará na Tailândia: Jogadores excitados com o desafiante jogo  Prefeitura de Campo Bom

terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

david guetta e sia flames tradução - Cassinos Populares Avaliados: Por que escolher jogar aqui é a melhor opção - Prefeitura de Campo Bom - Dicionário

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david guetta e sia flames tradução - Cassinos Populares Avaliados: Por que escolher jogar aqui é a melhor opção  Prefeitura de Campo Bom

BBB 24: revelado o motivo de Pitel questionar o significado de grupo - Metro World News - inglês

Pitel explodiu e questionou o significado de um grupo dentro do BBB 24. Depois do Sincerão, nesta segunda-feira (19), a alagoana não segurou o choro e nem os seus pensamentos dentro da cabeça e falou sobre o jogo de Raquele.

“Como é que você se posiciona contra o seu próprio grupo? Independente de quem viu…só se você não tiver nenhuma opção”, questionou ela, depois que viu a líder da semana rasgar uma carta e foto da família de Rodriguinho, seu aliado dentro do reality show.

Chorando muito, Pitel estava ao lado de outros aliados no quarto gnomo e lembrou que, durante a liderança, Raquele disse que votaria em Wanessa Camargo, mas isso não aconteceu: “Ela disse que iria botar a Wanessa, por que ela estava lá”.

BBB 24: Aliada de Rodriguinho, Pitel está chocada com "golpe nas costas" dado por Raquele

O Sincerão mexeu muito com a sister, que também soltou o verbo em Davi. No quarto, ela disse que não entende o motivo da carta do brother ficar intacta: “Todo mundo sabe o que o Davi fez. O Davi estava lá. O que é isso, gente?”, questionou Pitel.

LEIA TAMBÉM: BBB 24: Sumiço de ovos causa revolta e sister se oferece para ajudar Davi

Ao lado da sister, Fernanda ressaltou que era para Davi ter tido a carta destruída, afinal, ele foi “bem incoerente mesmo”. Depois disso, Michel perguntou quem ela colocou e a resposta foi direta: “A Leidy e o Lucas. Só que, quem ficou por último, poderia ter colocado o Davi também, a qualquer momento”, disse a confeiteira.

Por fim, Pitel fala sobre Mateus. A sister afirma que entende o motivo dele ter rasgado sua carta no Sincerão: “Está certo, eu rasgaria a dele, com dó. Ele já foi Anjo. Mas eu não rasgaria a de nenhum de vocês. Só se não tivesse nenhuma opção”, confirmou a alagoana.

Vale ressaltar que apenas Deniziane, Fernanda, Matteus, que são os emparedados da semana, a líder Raquele e o anjo Michel participaram da dinâmica e tiveram o poder de destruir as cartinhas e fotos da família dos seus rivais.

LEIA TAMBÉM: O guru mandou avisar para os signos de Leão, Virgem, Libra e Escorpião

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Galaxy Buds ganha tradução em tempo real por IA - Canaltech - Dicionário

A Samsung liberou uma atualização aos Galaxy Buds que dá funções de imersão e otimização por meio de inteligência artificial. Os fones de ouvido se integram ao ecossistema Galaxy AI e promete maior facilidade na tradução em tempo real e outros novos recursos, como o Áudio 360 e o Auracast. As novidades estarão disponíveis gradualmente nos modelos Galaxy Buds2 Pro, Buds2 e Buds FE.

Tradução em tempo real nos seus ouvidos

A função de tradução em tempo real por IA chegou ao Galaxy S24 no lançamento do aparelho, mas com a atualização do recurso nos Galaxy Buds, a Samsung promete um novo nível de experiência. Isso porque é possível separar o som durante a conversa para ouvir as traduções pelos fones de ouvido enquanto a outra pessoa fala por meio do microfone do celular.

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Há ainda uma nova opção de trocar a ordem do discurso com um simples apertar de botões, o que remove a necessidade do ajuste manual no aparelho.

Atualização aumenta a conexão com o ecossistema da Samsung

Além do aprimoramento na qualidade de som com o uso de IA, a atualização da linha Galaxy Buds traz maior integração com os equipamentos da marca sul-coreana.

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A empresa anunciou que o Auracast (padrão que possibilita a transmissão de áudio para mais de um aparelho simultaneamente) agora está liberado para alguns celulares da linha Galaxy, o que inclui o S24 e o S23, com o uso dos fones de ouvido da marca.

Além disso, o Áudio 360 finalmente chega para as TVs, pois antes estava disponível apenas nos dispositivos móveis e computadores. Com os Galaxy Buds, o movimento da cabeça do usuário poderá ser rastreado pela transmissão a fim de aumentar o nível de imersão.

Por fim, o update traz o Auto Switch, função que alterna automaticamente a conexão do fone de ouvido entre os dispositivos. Isto é, se você estiver conectado à TV durante um jogo e recebe uma ligação, o recurso mudará para o telefone e retornará ao game ao fim da chamada.

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segunda-feira, 19 de fevereiro de 2024

blaze significado - Bacará Online: Como jogar e ganhar dinheiro real - Prefeitura de Campo Bom - inglês

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blaze significado - Bacará Online: Como jogar e ganhar dinheiro real  Prefeitura de Campo Bom

O significado do presente oferecido a Goucha por Cristina Ferreira e José Eduardo Moniz - TVI - inglês

O apresentador Manuel Luís Goucha foi homenageado na gala de aniversário da TVI e foi surpreendido por Cristina Ferreira e José Eduardo Moniz.

Na gala do trigésimo primeiro aniversário da TVI, Ana Guedes e Goucha subiram a palco para um momento especial. O apresentador Manuel Luís Goucha não contava, mas teve umas imagens dedicadas a si. Cristina Ferreira e José Eduardo Moniz entraram ainda com um presente: um troféu que guarda uma pregadeira, que muitas vezes o apresentador usa nos seus visuais: «É um troféu que não é para guardar em casa, é um troféu para colar ao peito no lado do coração», disse Cristina Ferreira.

O momento deixou todos os presentes a aplaudir de pé:

Já de manhã, Manuel Luís Goucha recorreu às redes sociais para fazer um agradecimento extenso e comovente:

"Confesso que não gosto de surpresas por tanto querer controlar a minha vida mas vê-la assim em dois minutos nos muitos e tão diferentes desafios profissionais que na TVI cumpri nos últimos 22 anos deixou-me sem palavras. Tal como ontem o disse sou grato a quem sempre confiou em mim (José Eduardo Moniz acima de todos, mas seria injusto não referir aqui Bruno Santos, Cotrim de Figueiredo e José Fragoso a seu tempo igualmente na direção de programas da TVI), a si que há tantos anos me acompanha validando a minha função, aos parceiros de apresentação já que com eles aprendi a partilha (Cristina Ferreira, única na descoberta e arrojo ao longo de dezasseis anos, Júlia Pinheiro, eterno amor, Maria Cerqueira Gomes, Cláudio Ramos…) e a todos aqueles que diariamente do outro lado da magia a sustentam na produção, edição, realização …. Sou grato a quem há 25 anos trouxe para a minha vida o riso, a alegria, o amor, tudo facilitando para que me dê inteiro ao meu ofício (@ruideoliveiranunes ). Por fim, sou grato à Vida por ser tão incrivelmente generosa comigo. Obrigado. E agora “bora lá” que tenho um programa para preparar e fazer. Até logo!."

A gala de aniversário da TVI começou precisamente com Manuel Luís Goucha que, em dupla com Cláudio Ramos, apresentou um número musical com uma letra adaptada a várias caras da estação.

Houve ainda espaço para um momento de humor protagonizado pelo apresentador e pela jornalista Raquel Matos Cruz. Vestido de juiz para um número de humor, Goucha foi ter com Cristina Ferreira e protagonizou um momento cómico.

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