domingo, 31 de dezembro de 2023

Que cor deve usar na passagem de ano? Veja o que cada uma atrai (e sim, uma envolve dinheiro) - TVI - inglês

Antes de recebermos Maria Helena Martins, a taróloga mais famosa do país, tivemos acesso ao significado de cada cor e o que atrai.

Antes de recebermos Maria Helena Martins, a taróloga mais famosa do país, para nos dar as previsões do novo ano. Tivemos acesso ainda ao significado de cada cor e o que atrai. Para os mais supersticiosos, fique a par e escolha a que vai usar na passagem de ano:

Azul – paz, serenidade, clareza mental, nobreza e distinção. Ideal para entrar no novo ano com a mente limpa. Atrai paz, harmonia, e novas oportunidades a todos os níveis.

Vermelho - ação, garra, coragem e paixão. Ideal para encontrar um novo amor ou para animar a sua relação. Para quem tem metas ambiciosas e precisa de força de vontade, o vermelho é uma boa cor.

Cor-de-rosa – afeto, romance, harmonia a dois e em família. Ideal para ter uma vida mais feliz e serena, boas relações.

Verde - saúde, da cura espiritual e física. Ideal para restabelecer o equilíbrio e ter proteção a nível de saúde. É uma cor favorável para quem sofreu por amor e precisa de curar um coração magoado, traz esperança.

Amarelo - dinheiro, prosperidade, sorte a nível financeiro. Ajuda a ter criatividade e dinamismo.

Cor de Laranja - determinação para criar novas oportunidades e para tirar o melhor partido dos recursos que tem. Ideal para melhorar a sua vida, progredir na carreira e ter força.

Violeta - espiritualidade e transformação interior. Ideal para desenvolver dons a nível espiritual e aprofundar conhecimentos, para quem deseja uma transformação interior.

Branco - cor da pureza, ajuda a começar o ano "limpo" de tudo o que ficou para trás. Bom para começar de novo e iniciar uma nova fase na vida.

Castanho - estabilidade, segurança e firmeza. Ideal para construir bases sólidas e ter estabilidade material.

Preto – tem um forte poder de proteção, mas não é auspiciosa para usar na passagem de ano, porque limita a expansão. Contudo, se é a sua cor preferida, use-a com cores fortes, como vermelho, laranja, amarelo, verde ou azul forte, ou com brilhos, que ajudam a atrair uma energia de prosperidade.
 

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Como traduzir textos usando o ChatGPT | Guia Prático - Terra - Dicionário

Confira como solicitar traduções ao ChatGPT e algumas dicas extras para facilitar a tarefa e compreender melhor como funciona o recurso

30 dez 2023 - 11h00

(atualizado em 31/12/2023 às 09h03)

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Além de responder perguntas sobre diversos assuntos e ajudar em tarefas do dia a dia, há como traduzir no ChatGPT usando diferentes abordagens e recursos de conversação. Não somente em texto, mas você também pode usar sua própria voz para solicitar respostas — o que torna essa capacidade da IA ainda mais versátil.

Foto: Matheus Bertelli/Pexels / Canaltech

Como usar o ChatGPT como tradutor

Para traduzir textos ou até como conversas por áudio no ChatGPT, siga os tutoriais abaixo e aprenda todos os métodos disponíveis.

Por texto

O jeito mais simples e direto de traduzir um texto no ChatGPT é abrindo a caixa de textos e perguntando o que você deseja conferir convertido em outro idioma. Faça o seguinte:

  1. Na tela inicial, selecione a caixa de texto;
  2. Solicite o que você gostaria que a IA traduzisse;
  3. Toque no botão de envio e aguarde a resposta.
O ChatGPT é capaz de traduzir textos em diversos idiomas (Imagem: Captura de tela/Fabrício Calixto/Canaltech)

O ChatGPT é capaz de traduzir textos em diversos idiomas (Imagem: Captura de tela/Fabrício Calixto/Canaltech)

Foto: Canaltech

Por voz

É possível traduzir textos no ChatGPT usando a própria voz no melhor estilo áudio do WhatsApp. Vale avisar, no entanto, que esse recurso está disponível somente para o aplicativo de Android e iOS.

Veja como converter o idioma de textos nesse esquema:

  1. Na tela inicial, selecione o botão de frequência sonora;
  2. Solicite o que você quer que a IA traduza;
  3. Toque em "Stop" e no botão de envio para receber a resposta.
É possível usar a própria voz para solicitar traduções no app do ChatGPT (Imagem: Captura de tela/Fabrício Calixto/Canaltech)

É possível usar a própria voz para solicitar traduções no app do ChatGPT (Imagem: Captura de tela/Fabrício Calixto/Canaltech)

Foto: Canaltech

Por diálogo

Outra função que permite traduzir textos usando o ChatGPT é entrando no modo diálogo, no qual você conversa com a IA como se ela fosse uma pessoa de verdade. Inclusive, esse modo é uma boa pedida para quem deseja praticar um idioma batendo papo com o chatbot.

O recurso em questão do ChatGPT detecta o idioma de forma automática e é acessível somente nos apps para Android e iOS, podendo ser usado da seguinte forma:

  1. Na tela inicial, toque no ícone de fone de ouvido;
  2. Toque em "Choose voice" e escolha a voz desejada;
  3. Faça a pergunta desejada e toque na parte preta para enviá-la.
O ChatGPT pode ser usado como tradutor no modo bate-papo (Imagem: Captura de tela/Fabrício Calixto/Canaltech)

O ChatGPT pode ser usado como tradutor no modo bate-papo (Imagem: Captura de tela/Fabrício Calixto/Canaltech)

Foto: Canaltech

No final, você ainda pode conferir toda a sua conversa de forma escrita em uma tela que apresenta o histórico do bate-papo. Assim também é possível conferir a tradução textual do conteúdo abordado.

Dicas para traduzir usando o ChatGPT

É claro que não existe uma abordagem única e o ChatGPT é capaz de traduzir textos de diversas formas. Para você não ficar perdido na hora de consultar a IA, procure fazer o seguinte:

  • Seja claro na sua solicitação e vá direto ao ponto;
  • Especifique o idioma para o qual deseja traduzir o seu texto;
  • Se precisar, forneça um contexto para situar melhor a IA sobre o que ela deve traduzir para você, como se você estivesse pedindo para um tradutor em pessoa;
  • Se houver mais de um idioma, especifique isso e peça para que a plataforma organize a tradução para melhor compreensão;
  • Caso a tradução não esteja do seu agrado, peça para o ChatGPT reformular o texto e oferecer respostas alternativas;
  • Se atente ao uso de gírias e termos muito incomuns que possam gerar confusão no chatbot;
  • Cuidado com a quantidade de informações fornecidas, pois é recomendável usar frases curtas ou médias para que a tradução não fique "quebrada" demais.

Além das dicas acima, você mesmo pode questionar o chatbot e pedir sugestões de como elaborar suas solicitações de forma mais otimizada para obter resultados mais precisos e satisfatórios.

Outras características

O ChatGPT conta com algumas particularidades e regras quando o assunto é traduzir texto. Veja abaixo o que é bom você saber antes de fazer sua solicitação à IA genetativa:

  • Você pode inserir textos para tradução no ChatGPT, mas a IA não aceita upload de arquivos;
  • Não há um limite máximo em relação ao tamanho do texto, mas quanto maior for o número de caracteres na solicitação, mais "truncado" pode ser o resultado. Inclusive, a IA pode acabar dividindo a resposta a fim de organizá-la;
  • O tempo para cada tradução pode variar com o tamanho do texto fornecido: quanto maior e mais complexo for o pedido, mais tempo pode levar até a entrega do resultado;
  • Não se sabe ao certo quantos idiomas o ChatGPT é capaz de traduzir, mas a IA é capaz de converter qualquer conteúdo para as principais línguas, como português, inglês, espanhol, francês, alemão, italiano, português, chinês, japonês, coreano e russo.
O ChatGPT é capaz de traduzir textos em diversos idiomas, embora não informe quais e quantos são (Imagem: Captura de tela/Fabrício Calixto/Canaltech)

O ChatGPT é capaz de traduzir textos em diversos idiomas, embora não informe quais e quantos são (Imagem: Captura de tela/Fabrício Calixto/Canaltech)

Foto: Canaltech

ChatGPT X Google Tradutor

Em comparação ao Google Tradutor, o ChatGPT possui um modelo de linguagem mais amplo, capaz de realizar uma série de tarefas para além da tradução — enquanto o Google Tradutor é especializado exatamente nessa função.

Sendo mais específico no último, o Google Tradutor possui um método praticamente único de ouvir a pronúncia de uma palavra em diversos idiomas e acaba oferecendo uma interface mais amigável para a tarefa, já que é dedicado à tradução — além de também permitir entradas em texto e em áudio.

Nesse caso, vale a pena você comparar as plataformas e aprender como funciona o Google Tradutor e como inserir textos, links e fotos para que a plataforma realize a conversão de idiomas.

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Três traduções de García Lorca: de Afonso Félix de Sousa, de William Agel de Mello e a minha - Jornal Opção - Dicionário

Yuri Baiocchi

Especial para o Jornal Opção

Há tempos observo uma certa constância de goianos em determinadas áreas de atuação. Melhor dizendo: uma recorrência fruto da maior aptidão no que toca ao desempenho de funções públicas e privadas específicas, bem como de algumas atividades artísticas e intelectuais ou domínio de determinados assuntos.

Essa observação se confirma no caso a seguir: o goiano José Leopoldo de Bulhões Jardim desempenhou, ao longo de dois períodos em governos distintos, o cargo de ministro da Fazenda do Brasil; assim como o seu sobrinho-neto Octávio Gouvêa de Bulhões (filho de goianos); seu primo distante Francisco Clementino de San Tiago Dantas (de família goiana); de forma interina, o dr. Sebastião Sant’Anna e Silva (goiano e pais dos escritores Sônia Sant’Anna, Sérgio Sant’Anna e Ivan Sant’Anna) e também Fernando Henrique Cardoso (com origem na velha capital de Goiás) e Henrique Meirelles, este último natural de Anápolis.

Federico García Lorca: poeta espanhol assassinado pelo franquismo, na década de 1930 | Foto: Reprodução

A vocação dos goianos para a gestão financeira não se limitou à chefia do Ministério da Fazenda: Henrique Meirelles e Gustavo Loyola presidiram o Banco Central (o primeiro chegou a ser presidente do BankBoston, nos Estados Unidos). Há de se mencionar as boas publicações referentes à história do Ministério da Fazenda do Brasil, de autoria de Tobias Cândido Rios, Nuno Pinheiro de Andrade e Augusto de Bulhões, todos estes altos funcionários da pasta, que teve outros dois goianos como destaques na primeira metade do século XX: Tobias Cândido Rios Filho e Josino Porto.

Na iniciativa privada cito, de memória, os nomes de Sylvio de Bulhões (no Bank of Tokyo), Mirella Santomé (ex-vice-presidente para investimentos do Credit Suisse) e Ana Carla Abrão Costa (atual vice-presidente da Bolsa do Brasil e doutora em Economia pela USP).

Na área acadêmica temos Leonardo Almeida Bursztyn (ex-guitarrista da banda de rock “Móveis Coloniais de Acaju” e neto do comunista goiano Alberto Xavier de Almeida, que fundou o jornal “Estado de Goiaz”), PhD em Economia pela Universidade Harvard, atualmente professor titular de Economia da Universidade de Chicago e editor do “The Journal of Political Economy”.

Artes visuais

O mesmo acontece nas artes visuais: num curto período de menos de 15 anos, isto é, de 1937 a 1950, nasceram em Goiás quatro de seus artistas mais valorizados no mercado: Mirian Inez da Silva (1937), Ana Maria Pacheco (1943), Siron Franco (1947) e Lúcia Nogueira (1950).

Teríamos aqui apenas uma coincidência de proximidade de datas ou o resultado do ambiente gestado pela Escola Goiana de Belas Artes e seus fundadores? Fico com as duas respostas, visto que o estudo acadêmico de qualquer área contribui sempre para o aprimoramento teórico e técnico.

No entanto, não vimos outra boa leva de artistas goianos (de nascimento) nas décadas seguintes — mesmo com o aumento do número de cursos (inclusive com título de graduação), a criação de museus, a abertura de galerias e a facilitação advinda das inúmeras bolsas e programas de acessibilidade (hoje com genuíno interesse no interior do país). Roos (1947), Leonam Fleury (1951) e Dineia Dutra (nascida um pouco depois, em 1954) são mais exemplos daquela excelente safra, embora tenham trilhado suas carreiras em Goiás num período em que apreciar a arte produzida no interior do país, mais precisamente no Centro-Oeste, não parecia rentável nem se encaixava em nenhuma cartilha político-ideológica — portanto, agora que voltamos a ser (re)descobertos, estes três nomes são fortes candidatos à especulação do mercado.

Afonso Felix de Sousa: poeta e tradutor | Foto: Reprodução

É preciso me fiar, entretanto, à questão central deste artigo, a qual se faz valer ainda na seara dos dicionários. O primeiro dicionário intitulado de “Língua Brasileira” fora publicado pelo goiano Luiz Maria da Silva Pinto (em 1832), seguido depois por outras publicações: “Manual de Anályse Syntáctica Portuguesa” (de Tobias Cândido Rios Filho); “Dicionário Analógico da Língua Portuguesa” (do professor Francisco Ferreira dos Santos Azevedo e cujos originais estão comigo junto com o negativo do mapa de Goiás – também de sua autoria);  “Gramática da Língua Luso-Brasileira” (de Jacintho Luiz da Silva Caldas); “Dicionário do Brasil Central” (de Bariani Ortêncio) e até mesmo o ótimo “Dicionário Tocantinense de Termos e Expressões Afins (de José Liberato Costa Póvoa).

Há poucos dias o historiador Antônio Caldas trouxe ao meu conhecimento um exemplar da “Grammática Latina”, organizada por Francisco Ignácio de Sousa, publicada pelas “Officinas da Livraria Magalhães” no ano de 1920 (em São Paulo).

William Agel de Melo

Merece um parágrafo à parte (aliás, um outro artigo) a saga do diplomata goiano William Agel de Mello, autor de mais de uma dezena de dicionários. Agel de Mello mostra-se um apaixonado pela lexicografia. Foi graças a dois trabalhos de sua autoria, “Dicionário Português-Romeno” e “Dicionário Geral das Línguas Românicas”, que pude desvendar o sentimento fraterno dos meus ouvidos ao conversar com um casal romeno, em Paris, e só depois de muitas frases perceber que o que falavam não era Português.

William Agel de Mello é goiano de Catalão, mesma terra da família dos irmãos Sant’Anna, dos poetas Ricardo Paranhos, Roquinho (autor de poemas eróticos), Gastão de Deus e Alceu Victor Rodrigues. Em Catalão moraram outros dois poetas: Fagundes Varella e Bernardo Guimarães (mais conhecido por seus romances). Foi também na região de Catalão/Ipameri que parte da família síria Cosac se instalara, pertence a esta família (com muitos parentes em grau próximo residindo em Goiás) o editor Charles Cosac (por sinal, a Cosac voltou a editar livros… e o primeiro da nova é sobre Siron Franco). Em matéria de editores graúdos Goiás tem outros três nomes: Moacyr Félix (da “Editora Civilização Brasileira” e de outras), Maria José Rios Peixoto da Silveira (da “Editora Marco Zero”) e Plínio Martins (da Ateliê Editorial e da Edusp).

William Agel de Mello: escritor, dicionarista e tradutor | Foto: Fábio Costa/Jornal Opção

 Como já dito, William Agel de Mello é diplomata — como outros inúmeros goianos o foram: Godofredo de Bulhões (chegou a embaixador e suicidou-se na China, em 1924), Felippe de Santa Cruz Guimarães (serviu em Bombaim quando ainda pertencia ao Império Britânico), Ignácio Soares de Bulhões (também serviu na Índia, em Calcutá, suicidando-se mais tarde ao saltar do cimo do morro do Corcovado, no Rio), Arrhenius Fábio Machado de Freitas (chegou a ministro e foi representante permanente do Brasil na FAO, em Roma, onde faleceu vítima de infarto).

Pedro Ludovico Teixeira Júnior, filho do fundador de Goiânia, foi adido cultural na Embaixada do Brasil em Roma, já Pedro Ludovico Estivallet Teixeira, filho de Mauro Borges Teixeira, foi aprovado em boa colocação para os quadros do Instituto Rio Branco, de onde foi desligado por motivos de saúde, seguindo depois o mesmo destino de seus parentes Godofredo e Ignácio de Bulhões. Estes, juntamente com Santa Cruz Guimarães, curiosamente descendem diretamente de Ângela Ludovico de Almeida, a mulher que se amasiara e tivera filhos com o governador nomeado de Goiás e depois, com a partida deste, casou-se com o próximo governador (o primeiro goiano de nascimento). Ângela é personagem central do romance “Chegou o Governador”, de Bernardo Élis.

Outros três diplomatas, que chegaram a embaixadores, mantiveram estreitas relações com Goiás: o mineiro Hugo Gouthier de Oliveira Gundim (notabilizado por adquirir por uma pechincha o belíssimo Palazzo Pamphili, na Piazza Navova, para sede da Embaixada do Brasil), que se casou com Laís Sayão Gouthier, filha de Bernardo Sayão, cujos laços com Goiás não se desfazem nunca; Sérgio Silva do Amaral, com residência em Pirenópolis, falecido recentemente e, por último, Rodrigo do Amaral Souza, hoje chefe da missão diplomática brasileira em Trinidad e Tobago, também com residência em Pirenópolis por ser casado com a goiana Laís Afonso do Amaral.

E, já ia me esquecendo, o cônsul Alcindo Carlos Guanabara (filho de Alcindo Guanabara, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras), que se casou com as goianas Laíla de Amorim e Marisa de Castro e Silva (filha do professor Colemar Natal e Silva e neta de Eurydice de Bulhões Natal), falecido em Goiânia. Por fim, cito o embaixador Carlos Alberto França, que foi ministro das Relações Exteriores do Brasil no último governo e, muito pelo seu comprometimento e experiência adquirida pelos anos de carreira, a diplomacia brasileira não viu em posição ainda mais desconfortável. Carlos França é natural de Goiânia e sobrinho do artista plástico Siron Franco.

Traduções de García Lorca

Mas vamos ao que interessa: as recorrências. E acontece que William Agel de Mello, além de diplomata e dicionarista, é também tradutor. São famosas as suas bem-acabadas edições da obra de Federico García Lorca para o Português.

Como não podia deixar de ser, temos goianos também no ofício de São Jerônimo: Oscar Sabino Júnior (traduziu Rilke e Joyce), Zilah Xavier de Almeida (com ótimas traduções de filosofia — traduziu Kant), Domingos Félix de Sousa (traduziu poetas italianos para jornais e antologias cariocas), Maria Luiza Borges (a mais premiada dos goianos), Maria José Silveira, Sônia Sant’Anna, José J. Veiga (“Pescar Truta na América”, de Richard Brautigan; “Contos Cortantes”, de Breece DJ Pancake; além de traduções de escritores franceses para a Unesco. Traduziu também contos de Hemingway), Afonso Félix de Sousa (traduziu poesias do inglês, francês, italiano e espanhol), Galeno Machado de Freitas (o primeiro a traduzir “As Veias Abertas da América Latina” para o Português e cujo resultado, segundo Eduardo Galeano, fez com que a versão em Português soasse “melhor do que em Espanhol”; traduziu também “Eu o Supremo”, de Augusto Roa Bastos, que já havia enfurecido o ditador Stroessner. E foi jornalista da “Folha de S. Paulo”).

Vejamos que o ministro Arrhenius Fábio Machado de Freitas era irmão do jornalista e tradutor Galeno de Freitas. Sobre o ministro Arrhenius Fábio, transcrevo aqui um depoimento do também embaixador e ex-ministro Rubens Ricupero à Biblioteca Mário de Andrade: “Agora, eu devo o ingresso no Rio Branco à Biblioteca Municipal de São Paulo. Eu queria até prestar esse meu testemunho de gratidão à Biblioteca. Nesse ano, isso foi em 1957, 1958, eu tive um colega na faculdade de Direito, que já morreu há muito tempo, que era de Goiás, ele chamava-se Arrhenius Fábio Machado de Freitas. Ele era filho de um deputado estadual de Goiás, de Jaraguá, e tinha vindo para São Paulo, porque ele havia saído do seminário, a intenção inicial dele era ser padre Salesiano. No seminário, ele chegou a ensinar latim e grego, mas, quando ele estava para terminar o curso e se ordenar, ele viu que não era a vocação dele. Saiu e veio para a faculdade aqui, onde nós fomos muito amigos. Aliás, eu também na época fui colega, poderia dizer amigo, do Raduan Nassar, com quem eu andava pelas ruas, tomávamos chope e conversávamos sobre a vida. Eu nunca mais vi o Raduan. Eu nunca suspeitei que ele tivesse romances na gaveta e nunca mais o vi, mas o Raduan foi meu colega e companheiro frequente”.

Mais tarde, Rubens Ricupero, enquanto professor na UnB, teria o aluno goiano Leonardo Vieira Lacerda por dois anos como seu monitor. Leonardo Lacerda, influenciado por Ricupero — que assinou a sua carta de recomendação para a School of Advanced International Studies, da Universidade Johns Hopkins, de reconhecida formação mais progressista. Leonardo Lacerda, que também descende de Ângela Ludovico de Almeida, não quis seguir carreira diplomática. Aposentou-se há pouco como diretor global de clima da The Nature Conservancy (TNC) — a maior ong ambiental do planeta. Lacerda desconhecia a relação de Ricupero, que foi seu grande incentivador, com outro goiano (Arrhenius Fábio Machado de Freitas) e se surpreendeu também ao saber que este conterrâneo também se enveredou pelo Latim e Grego. Lacerda se dedica atualmente à tradução de poemas do Grego Moderno.

Afonso Félix de Sousa e William Agel

Arrhenius de Freitas chegou a produzir algumas traduções no tempo de universidade. Estas se encontram publicadas em jornais e antologias paulistas. Os textos, embora fiéis, são duros/sem lirismo — muito diferentes das traduções assinadas por seu irmão Galeno, que jamais seguiu carreira diplomática. Essa comparação entra aqui pois o mesmo acontece ao colocarmos lado a lado as versões de Afonso Félix de Sousa e William Agel de Mello da obra de García Lorca.

Agel me parece preciosista e, ao buscar o significado exato das palavras, sacrifica o verso ou, no pior caso, o lirismo do poema. A crítica e tradutora Bárbara Heliodora (também com parentes em Goiás na família Carneiro de Mendonça), autoridade na obra de Shakespeare, certa vez palestrando em meu colégio do Rio, disse-nos (aos alunos) que toda boa tradução deve respeitar a forma de igual modo que ao conteúdo. Ela criticava a tradução de versos e peças de Shakespeare fugindo à métrica original ou mesmo dispensando as rimas (quando elas estavam presentes). No caso das peças, ela dizia que havia uma razão fundamental para diferenciar as falas dos personagens principais em versos e dos demais em prosa. Ou mesmo para os monólogos ou as reflexões serem quase sempre em prosa.

Maria Luiza Xavier de Almeida Borges, a mais premiada dos tradutores goianos, por sua vez defende que a tradução mais exata é a que preserva a forma e o sentido, sendo que este pode não ser igual à tradução literal do conteúdo. E não recomenda jamais inovar ou dizer mais do que o autor. Tanto Borges como Heliodora são avessas às adaptações. Borges, acostumada a traduzir títulos de Psicanálise, Filosofia e Economia, recebeu inúmeras premiações por traduções de livros infantis. Disse que jamais adaptou nenhuma das traduções pro público infantil, pois isso seria subestimar o leitor (além de desrespeito ao autor).

Em entrevista à Carta Fundamental, Maria Luiza Borges afirmou:  “A questão da fidelidade é complexa. Se o texto soa natural e fluente no original, deve soar assim também na tradução, o que será impossível se o tradutor ficar colado à letra do original. O que interessa é obter o mesmo efeito, ainda que por vezes seja preciso usar recursos um pouco diferentes. Mas creio que se deve ter a fidelidade possível, respeitados os limites da língua-alvo. Quanto à criatividade, seria conveniente não tentar ser mais criativo que Perrault, os irmãos Grimm ou Andersen”.

Vejo na versão de Afonso Félix de Sousa as boas qualidades preceituadas por Bárbara Heliodora e Maria Luiza X. de A. Borges, quais sejam: respeito à forma e ao sentido.

Antes de analisar o poema principal “Romance Sonámbulo”, vamos ao soneto “Noche del amor insomne”:

 Trata-se de um soneto decassílabo, no esquema de rimas: ABBA/ABBA/CDC/DCD. A versão de Afonso Félix de Sousa, além de ser a mais poética, respeita a métrica e a rima do original. A de William Agel não preocupa em seguir nem a métrica (apresenta versos de 10, 9 e oito sílabas poéticas) nem o esquema de rimas (ABCA/AB*BA/DED/EFE). O que mais me chamou atenção, no entanto, foi a literalidade na tradução dos primeiros períodos dos primeiros versos dos quartetos: “noite acima os dois com lua cheia”/”noite abaixo os dois” que, definitivamente, não soam bem em Português. Afonso adotou: “a noite sobre os dois com lua cheia”/”a noite sob os dois”, que, sem dúvida, têm um sentido mais fácil e mais poesia, sem trair ao sentido original nem à métrica e rima. 

No terceiro e quarto versos do primeiro quarteto, entretanto, Agel consegue se sair melhor do que Afonso ao inovar com a palavra “sombrias” para atender à rima, colocando-a de uma forma invertida que, mesmo estando dentro do ritmo, incomoda ao ouvido.

Já nos demais versos do soneto, Afonso Félix de Sousa mostra com todo fulgor as vantagens de ser um poeta tradutor. Afonso adota: “por longes tão remotos tu gemias”, enquanto Agel vem com o duríssimo e estranho “choravas tu por fundas distâncias”. Nos dois tercetos o poeta, sem medo de ouvir os versos originais (e não apenas lê-los), derrota de vez o diplomata (vide acima).

Segue agora o poema “Romance sonámbulo”, sem dúvida o mais conhecido de Lorca não só aqui no Brasil como em todo o mundo, talvez até mesmo em Espanha.

Mais uma vez, fico com a tradução feita pelo poeta Afonso Félix de Sousa. Aliás, sobre ela vale dizer que consta em “Romance Gitano” (Editora Civilização Brasileira, 1957), quando o vate contava com 35 anos. Outros projetos de tradução da obra de Lorca viriam depois: “Antologia Poética” (Editora Leitura, 1966) e “Sonetos do Amor Obscuro e Divã do Tamarit” (Editora Bertrand, 1998).

William Agel de Mello também enfrentou mais uma vez o desafio de traduzir o cantor andaluz: “Obra Poética Completa” (Editora Martins Fontes, 1989), “Antologia Poética” (Editora Martins Fontes, 2001) e, com mesmo título desta, em edição de bolso (Editora L&PM, 2005) — embora a edição de bolsa não traga os originais em espanhol, vem com mais poemas.

Relendo arquivos da década de 1950, pude ver que o a versão de Afonso Félix foi bem recebida pela intelectualidade da época, porém com algumas restrições relativas à insistência da palavra “gitana” em detrimento de “cigana” e outros reparos de menor importância.

Particularmente, admiro a persistência quase heroica do poeta Afonso Félix em lutar com as redondilhas maiores e octassílabos do original. De uma forma impressionante, ele consegue seguir a métrica de Lorca do início ao fim. Entretanto, por mais que sobre lirismo, em alguns determinados momentos (como veremos), não consegue passar a exatidão das imagens originais e por vezes lhe falta precisão. Já precisão é algo que não falta na versão de Agel, o que uma vez mais sacrifica alguns versos. Também neste poema Agel não atende à forma original, isto é, opta por uma tradução sem preocupação com a métrica. Em alguns raros momentos, vale dizer que eles existem aqui, o diplomata se sai melhor do que Afonso.

Até então jamais havia me proposto a traduzir uma linha sequer de literatura vinda do Espanhol. Anos atrás, de forma despretensiosa, traduzi poemas de Lamartine (numa brincadeira de tentar me sair próximo à tradução de meu tio, o poeta Joaquim Xavier de Almeida, e de meu primo Xavier Júnior) e outros poetas de minha predileção, pelo que recebi alguns cumprimentos que, pelos meus 15 anos, não levei a sério. Relendo o que fiz, vejo que não ficou de todo ruim, muito pelo contrário e, quem sabe, eu volte a este jornal com os versos que traduzi de Lamartine. Fui alfabetizado em português, inglês e espanhol — daí a minha pretensão de trazer para cá uma outra versão do poema de Lorca.

Não tem esta minha versão a intensão de ser a mais precisa, quiçá tenho a elegância de Afonso ou o conhecimento de William Agel. Traduzi, unicamente, o que senti e usei em minha versão as palavras que foram tocadas em meu coração, que é goiano de pia.

Na primeira estrofe as diferenças entre as versões de Afonso e Agel são mínimas, mas distantes. O mesmo estribilho foi adotado pelos dois, mesmo havendo outros tradutores que utilizaram a variante “ramos” ou “galhos”. Sem dúvida, prefiro “ramas”.

No terceiro verso, não sei se para fazer cumprir a métrica, Afonso Félix adota: “o barco vai sobre o mar”, o que dá a indubitável ideia de movimento à cena expressa no verso e também no seguinte. Agel, por sua vez, traduz literalmente: “O barco sobre o mar”, que não expressa necessariamente movimento, podendo passar a impressão de que tanto o barco como o cavalo apenas repousam na paisagem.

Vale lembrar que Lorca conta em “Romance Sonâmbulo” a história de um contrabandista que abandona tudo e troca a vida de antes por… (não vou antecipar nada agora). A imagem do barco e do cavalo são um prenúncio do que se seguirá depois. O fato é que em movimento ou não, ambas as cenas podem expressar a mesma imagem do abandono e uma troca de rumo de vida. No verso seguinte, Afonso utiliza “com a sombra pela cintura”, enquanto Agel prefere “na cintura”, o que não me parece tão assertivo, assim como o verbo “olhar” nos dois últimos versos, que de fato não alcançam o “mirar” de Afonso. Nesta mesma estrofe, Agel traduz “baranda” como “balcão”. A tradução é correta, mas se distancia do leitor brasileiro. Enquanto eles abundam em Espanha, eu mesmo conheço apenas um balcão (ou “muxarabi”, do árabe) em Goiás, por coincidência na casa do Leonardo Lacerda, em Goiás Velho. A opção por “sacada” aproximaria os versos do público brasileiro, no entanto não me soa bem. Assim, “varanda”, que foi a escolha de Afonso, não é de todo boa nem ruim, mas passa a mensagem e agrada os ouvidos de quem escuta. Como veremos no decorrer do poema, o próprio Agel passa a adotar “varanda” mais adiante, o que me faz indagar se ele teve dúvidas quanto ao entendimento do leitor.

García Lorca: poeta e dramaturgo da Espanha | Foto: Reprodução

Na segunda estrofe temos a palavra “escarcha”, que em espanhol é exatamente a mesma. Embora exista no nosso idioma, é cada vez menos usada. Afonso e Agel optam por ela: precisão de “escarcha” ou “geada”. Mais adiante, Afonso prefere “nascem com o peixe de sombra”, enquanto Agel vai pela tradução literal. Os confrontos entre lirismo e literalidade se mantém ao longo da estrofe, como por exemplo em “rasga” (Afonso, em referência às escamas do peixe) e “abre” (Agel, tal qual no original); “raspa” e “esfrega”. Merece citação especial a adoção de “gato selvagem” por parte de Afonso. Na Província Ibérica há a ocorrência do “gato-montês” ou “gato-bravo”, um gato silvestre e arredio. Afonso traduz como “gato-selvagem”, Agel prefere “gato larápio”, que pode servir inclusive a um gato doméstico. Enquanto Agel traduz “mar amargo”, tal qual o original, Afonso escolhe “água amarga”, muito provavelmente pela feia sonoridade do primeiro. Em relação a “puertos de Cabra”, a escolha de Afonso por “passagens” e não “portos” (como Agel) foi mais acertada no que toca à tradução. Lorca refere-se aqui aos caminhos por entre as serras. Um pouco depois, “trato” (adotado por Agel) parece mais condizente eafinado com o personagem do que “negócio” (de Afonso). No estribilho dessa estrofe, Agel é bem mais certeiro ao utilizar “lar”, pois “mi casa” não é apenas uma casa, mas a casa do personagem. Em Espanhol, lembra-me o amigo Lacerda, diz-se: “mi casa es su casa” com o sentido de lar. Um pouco depois, “morrer com decência” (de Afonso) soa melhor do que “morrer decentemente” (de Agel). A variação de cama “de ferro” ou “de aço” não representa algo imporante. Vale mencionar os “lençóis de cambraia” adotados por Afonso em detrimento dos desusados “lençóis de holanda”. Já mais adiante, quando Afonso traduz “pechera” como camisa, fico com a versão de Agel que traz “peitilho”, muito mais assertivo embora também desuso. “Camisa” altera muito a imagem original. Já “balaustradas da lua” (de Afonso)  para “barandales”, mesmo também sendo um pouco antiquado, é sem dúvida melhor do que “corrimões da lua” (de Agel) que, além de tudo, é uma variação vulgar em Português.

Na terceira estrofe, “pequenos faróis” (de Afonso) pareceu uma solução para a métrica. Já “candeeirinhos” (de Agel), embora candeeiros costumem ficar fixados às paredes (o que se opõe ao trecho do poema), é mais a proposta de Lorca.

Na quarta estrofe, nem “raro gosto” nem “gosto esquisito” parecem bons correspondentes. Mais uma vez, atenção para o ouvido do poeta Afonso que alternou a ordem “hiel, menta y de albahaca”, que resultaria em “fel, menta e alfavaca”, para “menta, fel e alfavaca” a fim de extirpar o desagradável “fel+menta”, que parece não ter incomodado William Agel de Mello. Em “su niña amarga”, Afonso opta por “sua filha amarga”, já Agel escolhe “sua jovem amarga”. Nunca vi alguém perguntar cadê “o jovem” ou “a jovem” de outra pessoa, mas sim a filha, a menina, a mocinha – mas nunca “a jovem” de alguém.

Na última estrofe, pela primeira vez o poeta Afonso adota a literalidade. É que há nessa literalidade muito de poesia, embora também haja imprecisão. Obviamente, o “rosto da cisterna” se trata da superfície. Agel adota “boca da cisterna” que, embora certeiro, sacrifica a poesia do verso. Versos depois, em “carámbano de luna”, nenhum dos dois parecem ter encontrado correspondentes à altura do original. Nem “ponta gelada de lua” (palavroso e sem poesia) , nem “carambano” (tirado de alguma catacumba). Mais adiante, prefiro “a noite se fez tão íntima” do que “a noite tornou-se íntima”, esta já não parece intimista ao fim da leitura do próprio verso. Fico com o Afonso. E, por fim, creio que faltou ao Agel a citação de “guardas-civis” e não apenas “guardas”, isso como sabemos faz toda a diferença para os espanhóis.

 Quanto a minha versão, é bem possível que “braços”, “salmoura” e “hortelã” não agradem a todos. Mas os mantenho sob a mais íntima convicção. O restante do julgamento deixo a cargo dos leitores.

 Como vemos, a famosa recorrência dos goianos para determinados assuntos também me fisgou ao me interessar pela obra de Lorca e intentar traduzir seus versos. Isso certamente não me despertaria o mesmo ímpeto se Afonso Félix de Sousa e William Agel de Mello, meus conterrâneos, não tivessem palmilhado este caminho com galhardia, cultivando o respeito das grandes editoras e a admiração dos milhares de leitores. Diante disso, a eles primeiramente o meu muito obrigado.

Agradecimentos

Meus agradecimentos a minha prima Maria Luiza Xavier de Almeida Borges e a minha tia-avó Regina Lacerda, bem como aos amigos Antônio Caldas, Leonardo Lacerda, Maria Lúcia Félix Bufáiçal e Filipe Soares pelas conversas que têm sido bastante instrutivas nessa minha brincadeira séria de traduzir poemas de Federico García Lorca. Só Deus sabe quantas vezes tenho ligado, a cada nova tradução de poema, a fim de lhes pedir sugestões.

Yuri Baiocchi é pesquisador e crítico literário.

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sábado, 30 de dezembro de 2023

'Ássia', novela de Ivan Turguêniev, ganha nova tradução para o português - Estado de Minas - Dicionário

O escritor russo Ivan Turgueniev - (crédito: Ilya Yefimovich Repin )

O escritor russo Ivan Turgueniev

crédito: Ilya Yefimovich Repin

Aparentemente, ao leitor desatento, a novela “Ássia”, que acaba de ganhar nova edição e tradução no Brasil pela editora 34, contém uma narrativa linear romântica, sem maiores pretensões, sobre a amizade de três jovens russos no interior da Alemanha em meados do século 19. Seriam apenas incertezas e devaneios juvenis sem compromisso com a maturidade e o futuro. Mas logo essa impressão superficial é dissipada, assim que o leitor mergulha na obra e reflete sobre o contexto literário e histórico em que foi escrita sob a pena de Ivan Turguêniev (1818-1883), um dos três mais importantes escritores russos do século 19 – ao lado de Fiódor Dostoiévski (1821-1881) e Liev Tolstói (1828-1910) – e o primeiro autor russo a se consagrar no Ocidente. Ele morreu há 140 anos, em 3 de setembro de 1883, e é mais conhecido no Brasil por “Pais e filhos”, que teve grande impacto quando foi lançada e também acaba de ganhar nova edição no Brasil.

“Eu tinha então uns vinte e cinco anos. Havia acabado de conquistar minha independência e partir para o exterior, 'não para completar a formação', como se dizia na época, mas simplesmente porque queria ver esse mundo de Deus. Eu era jovem, alegre, saudável, tinha dinheiro bastante e era ainda livre de preocupações – vivia ao deus-dará, fazia o que bem entendia, em suma, era como uma flor a desabrochar. Nem me passava pela cabeça que o homem não é uma planta e não tem como desabrochar para sempre. A juventude se alimenta de pães de mel folheados a ouro e acha que é esse, justamente, o pão de cada dia, mas chega o tempo em que se faz de tudo até por um pãozinho comum. Viajava por qualquer objetivo, sem planos, detinha-me em todos os lugares que me agradavam e seguia adiante tão logo vinha-me o desejo de ver novos rostos”.

Assim, N.N., narrador e protagonista de “Ássia”, começa a contar sua história, quando viajou para a Alemanha e conheceu o jovem pintor Gáguin e Ássia, a irmã de 17 anos. Ele relembra a breve história de seu amor pela garota numa cidadezinha às margens deslumbrantes do Rio Reno, um dos mais importantes da Alemanha e da Europa. Desde as primeiras páginas de “Ássia”, a beleza lírica da descrição da natureza desperta uma nostalgia ancestral no leitor, mesmo que ele não tenha conhecido a região narrada.

“Diante de nós, o Reno estendia-se todo prateado, com as margens esverdeadas, e, a certa altura, parecia arder sob o púrpura-dourado do poente. A cidadezinha abrigada à margem exibia todas as suas casas e ruas, havia campos e colinas espalhados por todos os lados (…) impressionaram-me, sobretudo, a pureza e a profundidade do céu e a transparência radiante do ar. Fresco e leve, ele também ondulava suavemente e rolava em vagas, como também se estivesse mais à vontade nas alturas. (…) A lua despontou e pôs-se a brincar sobre o Reno, tudo se iluminou, escureceu, transformou-se, até o vinho em nossas taças facetadas começou a reluzir com um brilho enigmático, como se tivesse fechado as asas, e tornou-se imóvel, da terra soprava um calor noturno e perfumado”, conta N.N.

E mais: “Ouvi a delicada flagrância de resina na floresta, o canto e a batida dos pica-paus, o marulho contínuo dos regatos límpidos com trutas variegadas no fundo arenoso, os contornos não muito acentuados das montanhas, os rochedos sombrios, as aldeolas limpinhas com antigas árvores e igrejas veneráveis, as cegonhas nos prados, os moinhos aconchegantes com rodas que giravam com agilidade, semblante hospitaleiro dos aldeões, seus camisões azuis e meias cinzentas, as carroças lentas e rangentes atreladas a cavalos gordos e às vezes às vacas, jovens de cabelos longos transitando por estradas limpas, ladeadas de macieiras e pereiras silvestres...”

OLHOS GRANDES

É nesse ambiente romântico que N.N. encontra casualmente o casal de irmãos e, no correr do tempo, se apaixona por Ássia. “Seus olhos grandes fitavam de modo ousado, sereno e direto, mas às vezes as pálpebras se contraíam levemente, e então, de súbito, seu olhar tornava-se profundo e meio (…). Compreendi porque essa menininha estranha, não era apenas a atração pelo encanto semisselvagem que transbordava de todo o seu corpo delicado: era a sua alma que me agradava”.

A jovem vira a cabeça de N.N. “Olhei para ela toda banhada por um raio brilhante, toda tranquila e dócil. Tudo resplandece alegremente ao redor, abaixo e acima de nós – o céu, a terra, as águas, até o ar parecia saturado de brilho.

– Veja como é lindo! – disse eu, baixando sem querer a voz. – Sim, é lindo – respondeu, também baixinho sem olhar para mim. – Se eu e você fóssemos pássaros... poderíamos levantar voo e sair voando... E poderíamos mergulhar nesse céu azul... Mas não somos pássaros. – Mas podemos criar asas – retruquei. – Como? – Viva e verá. Há sentimentos que nos tiram do chão. Não se preocupe, ainda terá asas”.

Chega um momento, então, que N.N. tem de admitir: “De repente, comecei a sentir uma palpitação secreta no coração (…) O que eu sentia não era aquela sensação angustiante, recentemente experimentada, dos desejos que a tudo abarcam, quando a alma se expande e ressoa, quando lhe parece tudo compreender e tudo amar. Não! O que despertou em mim foi uma sede de felicidade. Ainda não ousava chamá-la pelo nome – mas era felicidade, uma felicidade que sacia, era isso o que eu queria, era por isso que eu ansiava.”

REVIRAVOLTA

A novela de Turguêniev “tem um sentido puramente poético, não tem nenhum dos chamados lados negros da vida”, seus personagens “são pessoas das melhores entre nós, muito instruídas, esplendidamente humanas, imbuídas dos mais nobres pensamentos”, escreveu o crítico Tchernichéviski, à época do lançamento da obra, em 1857, como conta a tradutora Fátima Bianchi no posfácio de “Ássia”. Mas é exatamente nesse mundo paradisíaco que surge uma “síndrome” marcante da história e da literatura russa da primeira metade do século 19 e que é um ponto forte em na obra – e também na trajetória do próprio Turguênev: o homem supérfluo, que tem a indecisão e a impotência como suas principais características e que levam à inação, tornando-o inútil. Dessa forma, é uma pessoa supérflua, por não ser necessária a ninguém, segundo Tchernichéviski e a visão corrente naquela época.

É o que ocorre com N.N. diante da dificuldade de declarar seu amor a Ássia. “O herói se mostra bastante ousado enquanto não se exige dele nenhuma ação concreta, quando se trata apenas de ocupar um tempo ocioso, preencher uma cabeça ociosa ou um coração ocioso com conversas e sonhos; mas basta chegar a hora de expressar seus sentimentos e desejos de forma direta e precisa e a maior parte e já começa a sofrer certo retardo na língua. Assim são as nossas melhores pessoas. O caráter do herói reproduz fielmente a nossa sociedade”, avalia o crítico.

N.N. encarnava a própria geração de Turguêniev, formada por intelectuais idealistas, eloquentes, mas incapazes de transformar suas ideias em ação. O protagonista é um alter ego de muitos jovens de sua geração que, após estudar no exterior, regressavam à Rússia cheios de energia, percebiam o atraso em relação à Europa, mas se viam paralisados pelo ambiente político repressor do czar Nicolau I, na primeira metade do século 19.

BIOGRAFIA

Em 1850, com a morte da mãe e a herança que recebeu, Turguêniev, que vinha de uma família de proprietários rurais abastados, ficou rico. A partir de então, viveu longas temporadas na Europa, onde manteve estreitas relações com outros escritores de obras clássicas, como os franceses Émile Zola (1840-1902) e Gustave Flaubert (1821-1880). E, principalmente, para ficar perto de Pauline Viardot (1821-1910), que ele conheceu em 1843, uma das maiores cantoras líricas de sua época. O marido dela, Louis Viardot, era um dos grandes colaboradores das suas traduções da literatura russa para o francês, conta Fátima Bianchi. Turguêniev nunca se casou, mas teve uma filha ilegítima com uma serva de sua família, que foi criada com as filhas do casal Viardot

Já em 1852, depois de um mês de prisão por publicar obituário de Nicolai Gógol (1809-1852) – outro gigante da literatura russa – não autorizado pela censura, Turguêniev foi condenado a cumprir pena de exílio domiciliar de mais de um ano em Spásskoi, a aldeia onde nasceu. Mas, segundo Fátima Bianchi, a opinião corrente na época indicava que sua condenação foi decorrente do seu ataque implícito à servidão nos contos de “Memórias de um caçador” – livro de grande êxito que ele escreveu entre 1847 e 1852. No exílio, o Turguêniev escreveu o seu conto mais famoso, a narrativa de um servo que, por exigência de sua dona despótica, é obrigado a afogar num rio o seu único amigo, o cachorro Mumu, que dá nome à obra.

Turguêniev buscou a solidão para tratar uma doença que atormentava e o deixava angustiado já havia algum tempo. Fátima Bianchi ressalta que pode ser que essa doença estivesse relacionada a uma crise em sua relação com Pauline. Em “Ássia”, a confissão do narrador a Gáguin, de que se isolava na cidade de S. para curar o coração partido por uma bela viúva, pode ser “uma referência velada e nada lisonjeira a Pauline”.

DILETANTISMO

Em carta à condessa Lambert, Turguêniev afirma: “Nos últimos tempos, graças a várias circunstâncias, não fiz nada, nem pude fazer, comecei a sentir o desejo de lançar-me ao trabalho (…) Na vida de um homem, há momentos de mudança, momentos em que o passado morre e nasce novo; ai daquele que não sabe senti-lo e apega-se obstinadamente ao passado morto. Muitas vezes, pequei por impaciência ou teimosia; gostaria de se mais sábio agora. Tenho quase quarenta anos, já se passaram não só a primeira, mas a segunda e a terceira juventudes – está na hora de eu me tornar se não uma pessoa útil, pelo menos uma pessoa que saiba para onde está indo e aonde quer chegar. Não conseguiria ser outra coisa a não ser escritor, mas até agora não tenho passado de um diletante. Isso não haverá de acontecer daqui para a frente”.

O escritor parece se enquadrar no perfil do homem supérfluo e está na iminência de ser salvo dessa situação pela literatura. O homem supérfluo guiou o seu caminho literário. Seu primeiro romance, “Rúdin” (1856), enquadra-se nesse perfil ao retratar um intelectual idealista, extremamente eloquente, mas incapaz de transformar suas próprias ideias em ação. Em 1850, Turguêniev já havia lançado “Diário de um homem supérfluo”, um relato íntimo de um jovem à beira da morte refletindo sobre a infeliz paixão por Liza, filha de um proprietário de terras e sobre seu sentimento de desajuste com a vida.

Mas foi em 1862 que Turguêniev lançou a obra que o consagrou. “Pais e filhos”, um livro revolucionário. Menos de uma década depois de desagradar ao regime czarista com “Memórias de um caçador”, ao atacar a servidão, Turguêniev faz em “Pais e filhos” uma representação da guinada histórica da Rússia na segunda metade do século 19, com o surgimento da nova geração de intelectuais proveniente das classes médias, em contraponto à aristocracia e aos grandes proprietários rurais om lastros feudais e românticos.

O niilismo – doutrina filosófica que seria celebrizada pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) com visão cética e radical da realidade em praticamente todas as áreas do conhecimento – ganha corpo em “Pais e filhos” com Bazárov. Ele é o primeiro personagem niilista da literatura. O estudante Arkádi Nikolaitch volta para casa acompanhado de Bazárov, seu amigo e mentor, que vai confrontar qualquer autoridade, tem postura antissocial, se diz niilista e desagrada profundamente ao pai do jovem estudante. O homem supérfluo dá o lugar ao niilista, que não nutre ilusões perdidas e não se apega a principios morais ou religiosos.

É o confronto entre a geração romântica e a nova geração combativa que varreu a Europa, retrato dos novos tempos vividos pela Rússia que culminaria com a queda da monarquia czarista quase seis décadas depois. A obra acaba de ganhar nova edição no Brasil pela editora Antofágica, com 90 ilustrações de William Galdino e tradução direta do russo de Lucas Simone. É uma obra essencial para compreensão do contexto histórico, filosófico e literário no século 19. E para entender porque Turguêniev, no conjunto de sua obra, foi tão importante para a sua época, ao captar com precisão a complexidade social na Rússia.

“ÁSSIA”

Ivan Turguêniev

Tradução de Fátima Bianchi

95 páginas

editora 34

R$ 53

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sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Significado de cada cor no Réveillon: Veja como escolher look - Universa - inglês

Amarela: usada para atrair prosperidade, riqueza e abundância.

Vermelha: representa a paixão e a sensualidade.

Azul: indicada para quem busca calma, racionalidade e clareza mental.

Roxa: associada à espiritualidade e intuição.

Rosa: é sinônimo de amor e sensibilidade.

Verde: para renovar a esperança e buscar saúde.

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Cores no ano-novo: saiba o significado e como usar cada uma - Estado de Minas - inglês

Independentemente do que você deseja atrair para 2024, o simbolismo das cores pode ser usado de diferentes formas. - (crédito: Pixabay)

Independentemente do que você deseja atrair para 2024, o simbolismo das cores pode ser usado de diferentes formas.

crédito: Pixabay

Na noite de 31 de dezembro, é possível avistar nas mais diversas comemorações, um mar de gente vestindo branco, costume tradicional apenas no Brasil. Alguns apostam no amarelo, mas afinal, o que significa cada cor para a virada do ano?


Em entrevista ao Estado de Minas, o astrólogo Bre (@bretanho) que viralizou nas redes sociais ao falar sobre astrologia, numerologia e dar previsões para 2023, explicou o significado das cores para usar no último dia do ano.


“Vale ressaltar antes dos significados, o porquê que é indicado. A numerologia das cores permite escolher as cores que emitem as vibrações certas com os números do ano pessoal de cada pessoa e, assim, reforçar a energia positiva de sua vida", explica Bre.


De acordo com o astrólogo, as cores estão ligadas aos números primários (do 1 ao 9). Assim, escolher a cor apropriada a cada momento da vida potencializa a vibração energética inerente. Emitir as vibrações certas, pode ajudar a alcançar o que deseja e a viver com maior tranquilidade.


Fugindo dos significados clássicos, de que branco traz paz, amarelo, dinheiro e vermelho, paixão, Bre traz os significados das cores de acordo com a numerologia. Pense nos seus maiores desejos para 2024 e escolha a cor ideal para usar na virada.


- Branco e Rosa: concedem e estimulam a generosidade, universalidade, sentido prático, objetividade, justiça, poder, sucesso material.


- Vermelho: concede e estimula liderança, ousadia, determinação, iniciativa, independência.


- Amarelo: concede e estimula a comunicação, expressividade, criatividade.


- Azul: concede e estimula a adaptação, liberdade, independência, desprendimento.


- Verde: concede e estimula a estabilidade, ordem, persistência, disciplina, organização.


- Roxo: muito ligada ao perfeccionismo, introspeção e intuição.


- Laranja: união, colaboração, coordenação, participação, flexibilidade, adaptação.


Para quem gosta de seguir a numerologia e escolher a cor certa para a virada, vem um questionamento comum: podemos usar preto no dia 31? De acordo com a numerologia, o preto pode representar a busca pelo autoconhecimento, a conexão com o inconsciente e a capacidade de enfrentar e superar os desafios da vida. Também pode ser associada ao luxo, elegância e refinamento.


O ponto da cor preta, muitas vezes, também pode ser o fato de que está também associada ao luto, melancolia e tristeza, pois é essa sensação que temos quando estamos em ambientes escuros. No fim, o preto na astrologia é sempre enfrentado como algo que "precisa de luz", pode representar o subconsciente/inconsciente, algo que precisa "vir à tona".


“Nunca recomendo a cor preta, pois pode simbolizar seu desejo em manter inconsciente algumas questões. Usar a cor que conceda e estimule o que você quer/precisa para 2024 é sempre o mais indicado. E, convenhamos, todos nós precisamos enfrentar nossas sombras, certo?” Conclui Bre.

 

@bretanho Seu signo está na lista? ???? #signos #astrologia #universo #sorte #2024 ? Last Hope - Steve Ralph


Qual a cor ideal para a virada de ano?


Se mesmo sabendo dos significados das cores você ainda está na dúvida da cor ideal para o ano novo, o astrólogo traz a dica: “Na numerologia, a cor de 2024, é o rosa, visto que é um ano 8. A cor é associada ao sucesso material, organização/planejamento, buscar estrutura e justiça. O marrom também é uma boa aposta por trazer significados parecidos”.


Independentemente do que você deseja atrair para 2024, o simbolismo das cores pode ser usado de diferentes formas. Se não quiser abrir mão da roupa branca para o ano novo, mas deseja mais que um ano de paz, aposte em sapatos, lingerie, acessórios e maquiagem. Só não deixe de traçar as metas e acreditar nos seus maiores desejos para o ano que chega.

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Tradução de chamadas do Galaxy S24 estará disponível para outros smartphones - 4gnews - Dicionário

Desde o seu anúncio, a funcionalidade de tradução de chamadas telefónicas em tempo real tornou-se uma das novidades mais aguardadas do Galaxy S24. E uma nova informação indica que essa ferramenta poderá ser utilizada em outros smartphones além da nova linha da Samsung.

De acordo com a página Nikkei Asia, a funcionalidade de tradução por Inteligência Artificial (IA) não ficará restrita a chamadas entre dois Galaxy S24. Ou seja, utilizadores de outros smartphones poderão aproveitar a tradução se a outra pessoa na linha tiver um S24 e esteja a utilizar a ferramenta.

AI Live Translate Call deve ter suporte inicial para inglês e espanhol

AI Live Translate Call
Imagem: Divulgação / Samsung

Parte do conjunto Galaxy AI, que será ainda complementado pelo modelo Gauss AI, o AI Live Translate Call promete obter traduções ao vivo para chamadas telefónicas. E também, segundo a Nikkei Asia, o recurso deve inicialmente ter suporte para inglês e espanhol.

A página afirmou, entretanto, que novos idiomas, como coreano e japonês, devem ser adicionados pouco tempo depois. Mas a grande novidade mesmo, caso se confirme, é a possibilidade de outros modelos de telemóveis usufruírem do AI Live Translate Call.

Isso significa que, caso tenhas um iPhone, Xiaomi ou um smartphone de outra marca, poderás utilizar a tradução em tempo real se estiveres numa ligação com um utilizador de um Galaxy S24 que tenha ativado a ferramenta.

Ainda não há mais informações, contudo, sobre quais modelos de outras marcas poderão ter suporte para o recurso da nova linha da Samsung, mas a expetativa é de que sejam os mais atuais, com sistemas operativos mais recentes.

Além do AI Live Translate Call, a série Galaxy S24 deve contar com muitos outros recursos de IA, conforme algumas fugas de informações sobre o One UI 6.1 já apontaram. Os recursos vão desde um chatbot IA e papéis de parede gerados por IA até expansão e edição de fotos, assim como ajustes de texto e resumo de notas.

A nova série Galaxy S24 será lançada no dia 18 de janeiro e recentemente teve seus preços na Europa revelados.

Editores 4gnews recomendam:

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Significado das cores no Ano Novo 2024: ChatGPT te diz qual roupa usar - TechTudo - inglês

É possível pedir ao ChatGPT para te indicar qual cor de roupa usar no Ano Novo 2024. Escolher uma tonalidade específica para vestir no Réveillon é costume entre muitos brasileiros, que acreditam que o ano que se inicia será influenciado pela vestimenta. Na tradição, branco serve para atrair paz, amarelo para atrair dinheiro, vermelho para o amor, dentre outras cores. Com tantas opções, você pode pedir ao chatbot da OpenAI para te ajudar na decisão com um comando simples. A seguir, veja como utilizar inteligência artificial para descobrir qual roupa utilizar no Ano Novo.

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O ChatGPT ajuda a escolher a cor ideal para passar a Virada do Ano 2024 — Foto: Reprodução/Pexels/cottonbro studio
O ChatGPT ajuda a escolher a cor ideal para passar a Virada do Ano 2024 — Foto: Reprodução/Pexels/cottonbro studio
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Qual o significado das cores?

Vale lembrar que, como não é um assunto científico, é possível que pessoas atribuam significados diferentes à mesma cor. Contudo, em geral, a relação abaixo costuma ser a mais popular.

  • Branco: paz e tranquilidade;
  • Vermelho: paixão;
  • Rosa: feminilidade; amor verdadeiro;
  • Azul: confiança e segurança;
  • Amarelo: alegria;
  • Verde: esperança;
  • Preto: mistério e poder;
  • Prata: trabalhos intelectuais;
  • Dourado: luxo e riqueza;
  • Roxo: ambição; imaginação;
  • Marrom: estabilidade e segurança.

3 formas de usar o ChatGPT para escolher a roupa do Ano Novo

1. Peça para que o ChatGPT liste o significado das cores para usar no Ano Novo 2024

De forma simples e direta, é possível utilizar um comando textual básico para perguntar o significado das cores no Ano Novo. Com isso, a ferramenta irá gerar uma lista simples informando o que significam as principais tonalidades. No entanto, é importante ter em mente que, por utilizar diversas fontes, é possível que o ChatGPT forneça alguns resultados diferentes dos significados mais comuns ou até mesmo dos listados acima. Além disso, algumas cores estão associadas a diversas características e conceitos e, por isso, pode haver variações.

Teste comandos textuais como:

  • Quais são os significados das cores de roupas para o Ano Novo? Liste [insira um número de cores] cores diferentes;
  • Quero usar [insira cor] no Ano Novo. O que ela significa?.
Comando textual sobre o significado das cores para a Virada do Ano 2024 — Foto: Reprodução/Millena Borges
Comando textual sobre o significado das cores para a Virada do Ano 2024 — Foto: Reprodução/Millena Borges

2. Pergunte ao ChatGPT qual cor é mais apropriada para o seu objetivo de 2024

Caso você já tenha um objetivo específico em mente, como passar em um concurso público, entrar na faculdade ou conseguir um intercâmbio, é possível perguntar à ferramenta qual é a cor ideal para atingi-lo. Basta utilizar um comando textual que informe o seu desejo, como nos exemplos abaixo. No entanto, indicamos que copie e cole, junto ao comando textual, a lista de cores e os significados delas. Dessa forma, a IA irá gerar um resultado mais correto e evitar variações dos significados.

Teste comandos textuais como:

  • Com base na lista a seguir, me diga qual roupa devo usar para [insira seu objetivo aqui]? [Insira a lista de cores e significados];
  • Se desejo conquistar [insira a meta aqui] em 2024, qual é a cor mais adequada para esse objetivo e por quê? [Insira a lista de cores e significados].
Exemplo de comando textual sobre cor ideal para cada desejo para a Virada do Ano 2024 — Foto: Reprodução/Millena Borges
Exemplo de comando textual sobre cor ideal para cada desejo para a Virada do Ano 2024 — Foto: Reprodução/Millena Borges

3. Forneça ao ChatGPT informações sobre a sua vida

Também é possível gerar um pequeno resumo sobre a sua vida para receber orientações sobre qual é a roupa mais adequada para passar a Virada do Ano 2024. No texto, escreva os principais pontos da sua vida pessoal, profissional e até amorosa, informe planos para o futuro, sejam eles curtos, médios ou a longo prazo, e pergunte qual é a cor de roupa ideal para você. Inclua, também, a lista de tonalidades e significados para garantir um resultado eficiente e coerente com as respostas anteriores. Por fim, pergunte ao ChatGPT qual é a roupa que ele indicaria para você passar a virada do ano de acordo com os significados das cores.

Em seu comando textual, você pode incluir informações como:

  • Primeiro nome e idade;
  • Profissão ou objetivo de carreira;
  • Quais são os traços mais relevantes da sua personalidade;
  • O que deseja fazer em 2024 (novo curso, faculdade, com carro, mudar de estado etc);
  • Como está a sua vida amorosa e o que gostaria de mudar ou manter;
  • Como está sua vida familiar e o que gostaria de mudar ou manter;
  • Quais são seus planos a curto, médio e longo prazo.
O ChatGPT responde ao resumo da vida do usuário com uma lista de opções de cores ideais para a Virada do Ano — Foto: Reprodução/Millena Borges
O ChatGPT responde ao resumo da vida do usuário com uma lista de opções de cores ideais para a Virada do Ano — Foto: Reprodução/Millena Borges

Com informações de O Globo

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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Verdadeiro Significado do Natal: Veja História e Sentido - UOL Educação - inglês

Para outras religiões, Natal é tempo de alegria e confraternização

Muçulmanos, judeus e budistas não comemoram o Natal dentro de suas religiões. Mas, inseridos em um país em que a maioria da população seja católica ou evangélica - ambas linhas dentro do cristianismo -, é impossível "fugir" do tempo natalino.

Os muçulmanos não celebram o Natal, mas sentem os efeitos positivos, que são contemplados pelos valores sócio-culturais, que o Natal gera nas nossas sociedades. Hoje em dia, vale ressaltar, as famílias são religiosamente híbridas. Há cristãos, judeus, muçulmanos? e se estabelecem entre eles relações matrimoniais sem esquecer as outras religiões. E dividimos momentos de alegria, felicidade e amor.
Ali Momade, autoridade religiosa da Fambras (Federação das Associações Muçulmanas do Brasil)

Não é uma data judaica e a maioria dos judeus mora em países de maioria cristã, então, não passa despercebida. O judeu sabe viver, inclusive como minoria que é, em diálogo constante com essa maioria. Se a maioria está festejando, o judeu também está em um feriado.
Ruben Sternschein, rabino da CIP (Congregação Israelita Paulista).

Não há Natal no budismo. Mas na minha família todo mundo é cristão. Só eu me tornei budista. A imensa maioria dos budistas no Brasil não nasceu budista, experimentou Natal fora. Então, para mim, é muito tranquilo. Eu comemoro o Natal normalmente, do ponto de vista de reunir a família, desejar feliz Natal quando dá 00h, todo mundo junto no dia 25. Para mim é normal.
Denilson Lacerda, tutor no CEBB (Centro de Estudos Budistas Bodisatva) de Campinas (SP).

*Com informações de texto publicado em 2021.

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IA pode revelar os segredos de milhares de manuscritos medievais; entenda - Revista Galileu - Dicionário

Nos últimos dez anos, pesquisadores têm trabalhado gradualmente para ensinar os computadores a ler documentos escritos à mão. Como na maioria dos casos de aprendizado de máquina, um computador recebe dados de treinamento: neste caso, imagens de caligrafia e detalhes do que está escrito. Em seguida, ele aprende como as marcas em cada página correspondem às letras. Ele aprende que aquele meio círculo é um "c", que aquele traço vertical curto é um "i" e que, portanto, pode ser "arroz" o que você escreveu na sua lista de compras, por exemplo.

Ninguém sabe ao certo como ele faz isso — o aprendizado de máquina geralmente é uma caixa preta. Mas parece provável que ela esteja aprendendo, pelo menos em parte, quais caracteres provavelmente ocorrerão em sequência, determinando, assim, que é improvável que você queira comprar "qvjx", por mais que a palavra se pareça com isso.

Essa tecnologia foi aplicada à caligrafia de muitos países e períodos, desde manuscritos medievais até diários do século XIX (se não ainda listas de compras do século XXI), em idiomas que vão do latim ao francês antigo e ao hebraico.

Como a tecnologia funciona com base na análise de imagens, ela é, em teoria, aplicável a qualquer tipo de escrita, desde hieróglifos egípcios até placas de cobre. Dez anos após seu desenvolvimento inicial, algumas consequências realmente interessantes do desenvolvimento de técnicas de reconhecimento de texto manuscrito (HTR) estão se tornando claras.

Aplicativos de arquivo da IA

Uma delas é que ela democratiza o acesso ao conhecimento. A digitalização de manuscritos tornou as coleções de muitas bibliotecas acessíveis com o clique de um botão (apesar da cibercriminalidade). Mas ainda é necessário um longo treinamento, disponível apenas em universidades selecionadas, para ler o que eles dizem (e alguns roteiros, como o Beneventan, têm o poder de fazer até mesmo pós-graduados rangerem os dentes).

O HTR tem o poder de gerar uma versão toleravelmente precisa e legível por máquina de um manuscrito com mais ou menos o clique de um botão. Se o idioma ainda for uma barreira para o usuário, essa transcrição pode ser submetida à tradução automática e uma versão viável em inglês (ou francês ou chinês) pode ser fornecida, lado a lado com o manuscrito.

A grande quantidade de dados que esses processos disponibilizarão tem ramificações significativas para o estudo. Muitos manuscritos medievais não são lidos desde a Idade Média. No passado, questões importantes (como a data de composição de obras fundamentais como Beowulf) eram frequentemente resolvidas com os menores fragmentos de dados, como uma única ortografia. Agora estamos começando a procurar responder a essas perguntas com conjuntos de dados de dezenas de milhares de grafias: com o HTR, serão centenas de milhares, se não milhões. E as respostas que obtivermos serão diferentes.

Além do qwerty

Os dados que o HTR pode gerar também são mais ricos. No último meio milênio, a representação de textos medievais foi fundamentalmente limitada pela prensa de impressão e pelo teclado do computador.

Alguns escribas medievais usam três formas diferentes de "s", mas todas foram transcritas como o familiar "s" em forma de cobra em um teclado. Os sinais de pontuação, como o pobre punctus elevatus (que se parece com um ponto-e-vírgula invertido), tiveram que ser modernizados para não serem vistos.

Como o HTR se baseia na tecnologia de reconhecimento visual, ele pode reconhecer qualquer número de formas de letras, não apenas as cerca de cem existentes em um teclado qwerty, e reproduzi-las com mais precisão do que um ser humano que se acostumou a copiar todas as quatro formas de "s" como "s".

Realizar essas possíveis aplicações para o inglês escrito mais antigo, do período anterior a 1150, é o objetivo do meu novo projeto piloto, Ansund, no Trinity College Dublin.

O objetivo da Ansund é usar o HTR para criar um corpus digital exaustivo e de acesso aberto de textos em inglês antigo, que transcreva todo o inglês antigo existente pela primeira vez e com um nível de detalhe sem igual. Estamos particularmente empolgados para ver quantas novas formas de letras descobriremos e para reunir os primeiros dados substanciais sobre a divisão de palavras em inglês antigo (os escribas nem sempre colocavam espaços onde poderíamos esperar).

A Ansund é uma das várias iniciativas da Trinity que visa aproveitar as novas tecnologias para aumentar o acesso aos manuscritos, incluindo o Trinity Centre for the Book, que se concentra na história da escrita e no compartilhamento do livro. A Biblioteca Virtual Trinity digitalizou mais de 60 manuscritos e será lançada esta semana com o Simpósio Many Lives of Medieval Manuscripts (Muitas vidas de manuscritos medievais, em tradução livre).

A ética e os perigos da IA receberam atenção importante no ano passado, mas seu poder de tornar legível e navegável nosso patrimônio cultural também merece atenção. Um dia, em breve, ela poderá até mesmo garantir que você consiga decodificar suas listas de compras confusas.

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