sábado, 25 de março de 2023

Bitconf realiza primeiro evento cripto com tradução em Libras ... - BeInCrypto Brazil - Dicionário

Acontece nesta sexta-feira (24) a bitconf 2023. O evento, que conta com grandes nomes do mercado, já entrou para a história ao ser a primeira conferência cripto com tradução simultânea em Libras, segundo a organização.

A iniciativa se deve às parcerias firmadas com a Blockdeaf e a uShark. A bitconf promove a tradução de palestras para a língua brasileira de sinais (Libras) desde 2018, mas a edição deste ano inovou ao ser a primeira 100% traduzida.

Bitconf 2023

Vale lembrar que no Brasil, há mais de 10 milhões de pessoas surdas. O país tem sido pioneiro na inserção deste grupo no mundo cripto-Web3, com a Blockdeaf tendo criado a primeira língua de sinais para a próxima revolução da internet recentemente.

A repórter do BeInCrypto Aline Fernandes entrevistou alguns dos participantes da Bitconf. Confira a seguir os principais destaques.

CEO da token.com comenta os últimos acontecimentos do mercado

Willian Ou, CEO da token.com, foi o primeiro palestrante do evento. Após realizar sua palestra, com o tema “Rumo ao primeiro bilhão de pessoas em cripto”, o empresário conversou com Fernandes sobre os últimos acontecimentos do mercado cripto.

Referente ao cenário cripto nacional, ele comentou sobre o infeliz episódio envolvendo jogadores do Palmeiras. Ou enfatizou que a prática de golpes e pirâmides financeiras não é uma exclusividade das criptomoedas, sendo algo visto muito antes da criação do Bitcoin.

“Eles [golpistas] usam cripto como pano de fundo porque cripto vende. Está no hype. Quando alguém oferta no mercado uma garantia de retorno em cripto, é preciso desconfiar. As criptomoedas oscilam bastante. Quem investe tem que entender que vai haver oscilação de preços. Não há ganho garantido”.

O palestrante ainda comentou sobre a crise dos bancos e o aumento dos juros nas principais economias do mundo. Apesar de concordar com a tese de que esses movimentos prejudicam os ativos de renda variável, como as criptomoedas, ele acredita que o enfraquecimento do sistema fiduciário pode gerar uma migração de capital para a indústria cripto.

“As pessoas podem pensar: se os bancos quebrarem, onde eu vou colocar meu dinheiro? Vou para cripto, pois cripto não é centralizado. Satoshi Nakamoto não irá quebrar o Bitcoin”

  • Ficou com alguma dúvida? O BeInCrypto tem um glossário para que você possa tirar suas dúvidas em relação ao mundo cripto!
  • Quer se manter atualizado em tudo o que é relevante no mundo cripto? O BeInCrypto tem uma comunidade no Telegram em que você pode ler em primeira mão as notícias relevantes e conversar com outros entusiastas em criptomoedas. Confira!

Ministério da Justiça está de olho nas criptomoedas

Aline também conversou com Ricardo Blattes, Diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça. Ele comentou sobre os desafios que o governo tem tido em relação ao mercado de criptomoedas.

“O mercado cripto ainda não tem dados. Se perguntar para a base da proteção do consumidor do Brasil, a rede de Procons e defensorias públicas, há muita preocupação e pouca informação sobre este setor.”

O diretor ressalta a necessidade de regulamentação da indústria, dizendo que defende que as criptomoedas sejam inseridas na “cesta de produtos” que o Ministério da Justiça lida. “Precisamos dar segurança e informação para a parte da população brasileira que tenha interesse nesses ativos”, disse Blattes.

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sexta-feira, 24 de março de 2023

As expressões francesas que vão surpreender os estrangeiros - Euronews - inglês

Em França, assinala-se a Semaine de la Langue Française et de la Francophonie - Semana da Língua Francesa e da Francofonia.

Portanto, esta é a melhor altura para celebrar a língua francesa e para pensarmos em algumas expressões que soam absurdas aos ouvidos estrangeiros.

Aqui estão algumas delas!

"Tomber dans les pommes"

Tradução literal: Cair nas maçãs

Significado: Desmaiar

Origem: A expressão é resultado de uma deformação linguística, que deriva da expressão medieval "Tomber dans les pâmes" - "se pâmer" significa desmaiar.

"Ça ne casse pas trois pattes à un canard"

Tradução literal: Isso não parte três patas a um pato

Significado: Não é nada de espetacular / é banal

Origem: Desconhecida

"Poser un lapin"

Tradução literal: Dar um coelho

Significado: Não aparecer num encontro ou reunião

Origem: A expressão remonta ao século XIX, e originalmente significava "não retribuir os favores de uma mulher".

"On n'est pas sorti de l'auberge"

Tradução literária: Nós não saímos da estalagem

Significado: Enfrentar um problema complicado que está longe de ter terminado

Origem: A expressão remonta ao termo "auberge", que se referia a uma prisão - um lugar onde, como uma estalagem, é oferecido quarto e alimentação aos prisioneiros.

"Avoir le cul bordé de nouilles"

Tradução literal: Ter o rabo forrado com esparguete

Significado: Ter sorte

Origem: Acredita-se que se trata de outra referência à prisão. Os presos que concordavam em estabelecer relações homossexuais obtinham muitas vantagens - tais como proteção e privilégios.

"Être sur son 31"

Tradução literária: Estar no seu 31

Significado: Estar bem vestido e usar roupas elegantes. 

Origem: O '31' deriva possivelmente da palavra "trentain", outrora usada para descrever tecidos de luxo. Mas a origem aceite vem da Prússia, onde os soldados eram visitados pela hierarquia militar no 31º dia do mês. Para a ocasião, tinham de limpar o quartel e vestir-se para estar no seu melhor.

"Il y une couille dans le potage"

Tradução literal: A sopa tem um nó

Significado: Alguma coisa correu mal

Origem: A expressão vem da região de Vendée em França. As boas maneiras dizem que se deve retirar o "touille" (que significa colher se transforma em "testículo" com uma simples troca da primeira letra) da sopa antes de servir.

"J'ai le cafard"

Tradução literal: Tenho a barata

Significado: Estar deprimido. Os franceses não gostam de baratas

Origem: No século XVI, a palavra francesa "cafard" (que vem do árabe "kafir", que significa "malandro") referia-se a uma pessoa que não era muito religiosa e que fazia os outros acreditarem que era profundamente religiosa. Refere-se também a uma pessoa que denuncia os outros. Portanto, nada de bom.

"Avoir un poil dans la main"

Tradução literal: Ter um cabelo na mão

Significado: Ser preguiçoso

Origem: A expressão remonta ao início do século XIX e as suas origens não são conhecidas.

"Tu me cours sur le haricot"

Tradução literal: Tu corres no meu feijão.

Significado: Estás a enervar-me

Origem: A expressão francesa é uma mistura de várias origens: o verbo "courir" em francês significava "incomodar" no século XVI, e o verbo "haricoter" significava "ser mesquinho nos negócios" no início do século XIX.

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Ed Sheeran lança nova música, "Eyes Closed". Ouça com letra e ... - Vagalume - Dicionário

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Ed Sheeran lança nova música, "Eyes Closed". Ouça com letra e ...  Vagalume

Natalia Ginzburg radicaliza técnica no romance 'A cidade e a casa' - Estado de Minas - Dicionário

Natalia Ginzburg (1916-1991)
Natalia Ginzburg (1916-1991): continuidade de linguagem entre seus livros de ficção, ensaios e discursos que ela proferia como deputada eleita pelo Partido Comunista italiano (foto: divulgação)
Sergio Karam
Especial para o EM
“A cidade e a casa”, de 1984, foi o último romance publicado pela italiana Natalia Ginzburg (1916-1991), agora lançado no Brasil pela Companhia das Letras, em tradução de Iara Machado Pinheiro. Assim como “Caro Michele”, de 1973, é um romance epistolar, mas nele a autora não se vale de nada além das cartas propriamente ditas, ao passo que no romance de 1973 ainda há trechos descritivos e alguns diálogos. Nesse sentido, é uma radicalização do processo – não que um romance epistolar fosse exatamente uma novidade em meados dos anos 1980.
Novidade ou não, o que realmente importa é a capacidade que Ginzburg tem de dar vida aos personagens usando exclusivamente as cartas que eles enviam uns aos outros. A história que ela conta é basicamente uma história de desagregação familiar, de relações afetivas complicadas (tem alguma que não seja?), de viagens de seus personagens dentro e fora da Itália, de mudanças de domicílio, de amizades improváveis, de amores ou quase-amores de todo tipo. E tudo chega ao leitor na linguagem elegante e límpida de Ginzburg, avessa ao palavreado obscuro, a mesma linguagem que ela utilizava em seus ensaios.
Aliás, um dos grandes prazeres proporcionados pela leitura de qualquer livro de Natalia Ginzburg é perceber essa continuidade de linguagem entre seus livros de ficção e seus livros de ensaios, algo que se reflete até mesmo nos discursos que ela proferia como deputada eleita pelo Partido Comunista italiano, a julgar pelos trechos reproduzidos numa biografia da autora. Em qualquer dos casos, é como se ela estivesse conversando conosco, em linguagem acessível, mas intensa e luminosa em sua generosidade.
Natalia Ginzburg integrou aquela turma de escritores ligados à editora italiana Einaudi, junto a Cesare Pavese, Elio Vittorini e Italo Calvino, autores que, além de escreverem seus próprios livros, atuaram como editores de outros – não à toa há um livro de Calvino chamado “I libri degli altri”, traduzido para o espanhol por Aurora Bernárdez (Editorial Siruela, 2014), mas não para o português brasileiro (alô, alô, editoras!).
Salvo engano, Ginzburg foi a primeira dentre eles a ter um livro traduzido no Brasil – seu terceiro romance, “Tutti i nostri ieri”, de 1952, saiu aqui com o título de “A vida não se importa”, já em 1960, pela editora Ibrasa. Depois disso, iriam se passar 26 anos até que ela tivesse outros livros traduzidos no Brasil: em 1986, foi publicada uma nova tradução de “Tutti i nostri ieri”, dessa vez com o título de “Todas as nossas lembranças”, pela Art Editora, na coleção As escritoras, e uma primeira tradução do romance “Caro Michele”, pela Editora Paz e Terra, na coleção Mulheres e literatura. Dois anos depois, dentro da mesma coleção da Paz e Terra, publicou-se o romance “Léxico familiar”, de 1963, seu livro mais conhecido.
Um salto de dez anos nos leva até 1998, quando se publica uma tradução do primeiro romance de Ginzburg, “O caminho que leva à cidade”, pela editora Primeira Edição, tradução assinada por uma certa Denise Tornimparte, que faz uma graça com o fato de Ginzburg ter publicado esse romance, em 1942, sob o pseudônimo de Alessandra Tornimparte. É na primeira década do século 21 que vai ocorrer a publicação mais regular dos livros da autora no Brasil: em 2001, a Berlendis & Vertecchia publica “Foi assim”, tradução do segundo romance de Ginzburg, dentro da coleção Letras italianas; em 2003, a José Olympio publica o volume “Família”, de 1977, reunindo dois contos longos, “Família” e “Burguesia”.
Em 2009 e 2010, a Cosac Naify republica dois romances de Ginzburg, dentro da coleção Mulheres Modernistas: uma nova tradução de “Caro Michele” e uma reedição de “Léxico Familiar”. Cinco anos depois, em 2015, é a vez de “As pequenas virtudes”, pequena joia reunindo onze textos de não-ficção (crônicas? ensaios? memórias? tudo isso junto?), publicado já nos estertores da Cosac Naify.
Desde 2017, a editora responsável pela publicação de quase todos os livros de Ginzburg no Brasil é a Companhia das Letras, que reeditou os três livros nomeados acima (pertencentes ao espólio da Cosac Naify) e publicou ainda “A família Manzoni” e “A cidade e a casa”, recém-saído do forno, além de “Todos os nossos ontens”, uma edição especial para o clube de assinatura TAG Livros. Uma exceção é o livro “Não me pergunte jamais”, reunião de 32 textos publicados na imprensa italiana entre 1968 e 1970, que saiu aqui pelas mãos da Editora  yiné, em 2022, dentro da coleção Das Andere.
Da obra de Natalia Ginzburg, o que ainda não foi traduzido no Brasil? Três romances, seus textos para teatro e alguns ensaios, entre eles um delicioso texto sobre o russo Anton Tchékhov, que tem tradução para o espanhol. Outro livro interessantíssimo, também traduzido para o espanhol, é “Natalia Ginzburg, audazmente tímida”, biografia escrita pela alemã Maja Pflug, lançada em 2020 na Argentina pela Editorial Siglo XXI, em tradução de Gabriela Adamo.
Em resumo: no Brasil foram publicados, até o momento, dez livros diferentes de Natalia Ginzburg: sete romances (dois deles com mais de uma tradução), um livro com dois contos longos e dois livros de ensaios/crônicas. É uma parte significativa de sua obra, mas, vindo de uma escritora como ela, não há por que não desejar a publicação de seus outros livros.

Estante
As edições brasileiras de livros de Natalia Ginzburg

  •  “A vida não se importa”. São Paulo: Ibrasa, 1960. Trad. J. Monteiro. Coleção Biblioteca Literatura Moderna, v. 8. [tradução de Tutti i nostri ieri, de 1952]
  • “Todas as nossas lembranças”. São Paulo: Art Editora, 1986. Trad. Maria Betânia Amoroso. Coleção As escritoras, v. 8. [tradução de Tutti i nostri ieri, de 1952]
  • “Todos os nossos ontens”. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. Edição especial para o clube de assinatura de livros TAG Livros. Trad. Maria Betânia Amoroso (tradução refeita). Posfácio de Vilma Arêas. [tradução de Tutti i nostri ieri, de 1952]
  • “Caro Michele”. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. Trad. Federico Mengozzi. Coleção Mulheres e literatura, v. 1. [tradução de Caro Michele, de 1973]
  • “Caro Michele”. São Paulo: Cosac Naify, 2010. Trad. Homero Freitas de Andrade. Coleção Mulheres Modernistas. Reeditado pela Companhia das Letras em 2021, com posfácio de Vilma Arêas. [tradução de Caro Michele, de 1973]
  • “Léxico familiar”. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. Trad. Homero Freitas de Andrade. Coleção Mulheres e literatura, v. 4. Reeditado em 2009 pela Cosac Naify, na Coleção Mulheres Modernistas. Reeditado pela Companhia das Letras em 2018, com prefácio de Alejandro Zambra e posfácio de Ettore Finazzi-Agrò. [tradução de Lessico famigliare, de 1963]
  • “O caminho que leva à cidade”. São Paulo: Primeira Edição, 1998. Trad. Denise Tornimparte. [tradução de La strada che va in cittá, de 1942, seu primeiro romance, publicado sob o pseudônimo de Alessandra Tornimparte]
  • “Foi assim”. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2001. Trad. Édson Roberto Bogas Garcia, ilustrações de Paulo Pasta. Coleção Letras italianas, v. 4. [tradução de È stato così, de 1947]
  • “Família”. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003. Trad. Joana Angélica d’Ávila Melo. Inclui dois contos longos, “Família” e “Burguesia”, além de uma antologia crítica e uma cronologia da vida e das obras da autora. [tradução de Famiglia e Borghesia, de 1977]
  • “As pequenas virtudes”. São Paulo: Cosac Naify, 2015. Trad. Maurício Santana Dias. Inclui onze ensaios. Reeditado pela Companhia das Letras em 2020. [tradução de Le piccole virtù, de 1962]
  • “A família Manzoni”. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. Trad. Homero Freitas de Andrade. Introdução de Salvatore Silvano Nigro. [tradução de La famiglia Manzoni, de 1983]
  • “Não me pergunte jamais”. Belo Horizonte: Editora  Âyiné, 2022. Trad. Julia Scamparini. Coleção Das Andere, v. 40. Reúne 32 textos, a maioria deles publicados no jornal La Stampa, de Turim, entre dezembro de 1968 e outubro de 1970. [tradução de Mai devi domandarmi, de 1970]

“A cidade e a casa”

  • Natalia Ginzburg
  • Tradução e posfácio de Iara Machado Pinheiro
  • Inclui “Últimas cartas de pessoas comuns”, entrevista concedida por Ginzburg a Severino Cesari.
  • Companhia das Letras 
  • 304 páginas
  • R$ 79,90  

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Ativistas processam Catedral de Notre-Dame por traduções apenas em inglês - VEJA - Dicionário

Um grupo de ativistas moveu uma ação legal na segunda-feira, 20, contra a Catedral de Notre-Dame por traduções em placas feitas somente para o inglês, e não para outras línguas. O caso foi enviado a um tribunal de Paris no dia do francófono, de acordo com um porta-voz do grupo Défense de la langue française (Defesa da língua francesa, em português).

As alegações da associação indicam que a sinalização em Notre-Dame e outros edifícios públicos violam uma lei de 1994 que exige uso do francês em publicações oficiais do governo, na publicidade, nos locais de trabalho, contratos comerciais e em todas as escolas públicas, assim como a tradução para mais duas línguas.

“Não especifica quais são os dois idiomas, mas os legisladores que criaram a legislação não queriam que o inglês superasse o francês”, disse Marceau Déchamps, membro do grupo.

+ As polêmicas em torno da reconstrução da Catedral de Notre-Dame

O processo acrescenta, ainda, que os painéis que explicam as obras de reparação da Notre-Dame estão apenas em inglês e francês. Com mais de 800 anos, a Catedral foi devastada por um grande incêndio em 2019. Jean-Louis Georgelin, que foi nomeado pelo Ministério da Cultura para supervisionar o trabalho de reparo no local, é citado no documento.

Não é a primeira vez que o grupo processa o Estado francês pela ausência de traduções para mais de uma língua. Em novembro do ano passado, os ativistas venceram uma ação legal que obrigou a adição de placas em espanhol na Torre Eiffel, principal ponto turístico de Paris.

A associação conta com ações em curso contra autoridades de Bouches du Rhône, a Universidade Sorbonne, a escola de engenharia EPF e o aeroporto Charles de Gaulle por questões que envolvem o uso exclusivo do inglês ou a ausência de tradução para mais de um idioma.

A Academia Francesa, forte defensora da língua francesa desde 1634, é conhecida pelas campanhas contra a infiltração do anglicismo. Na última edição de recomendações “Dire-ne pas dire” (não diga e diga, em tradução livre), condena o uso de palavras como “wishlist” (lista de desejos) e “millénial”.


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Natalia Ginzburg radicaliza técnica no romance 'A cidade e a casa' - Estado de Minas - Dicionário

Natalia Ginzburg (1916-1991)
Natalia Ginzburg (1916-1991): continuidade de linguagem entre seus livros de ficção, ensaios e discursos que ela proferia como deputada eleita pelo Partido Comunista italiano (foto: divulgação)
Sergio Karam
Especial para o EM
“A cidade e a casa”, de 1984, foi o último romance publicado pela italiana Natalia Ginzburg (1916-1991), agora lançado no Brasil pela Companhia das Letras, em tradução de Iara Machado Pinheiro. Assim como “Caro Michele”, de 1973, é um romance epistolar, mas nele a autora não se vale de nada além das cartas propriamente ditas, ao passo que no romance de 1973 ainda há trechos descritivos e alguns diálogos. Nesse sentido, é uma radicalização do processo – não que um romance epistolar fosse exatamente uma novidade em meados dos anos 1980.
Novidade ou não, o que realmente importa é a capacidade que Ginzburg tem de dar vida aos personagens usando exclusivamente as cartas que eles enviam uns aos outros. A história que ela conta é basicamente uma história de desagregação familiar, de relações afetivas complicadas (tem alguma que não seja?), de viagens de seus personagens dentro e fora da Itália, de mudanças de domicílio, de amizades improváveis, de amores ou quase-amores de todo tipo. E tudo chega ao leitor na linguagem elegante e límpida de Ginzburg, avessa ao palavreado obscuro, a mesma linguagem que ela utilizava em seus ensaios.
Aliás, um dos grandes prazeres proporcionados pela leitura de qualquer livro de Natalia Ginzburg é perceber essa continuidade de linguagem entre seus livros de ficção e seus livros de ensaios, algo que se reflete até mesmo nos discursos que ela proferia como deputada eleita pelo Partido Comunista italiano, a julgar pelos trechos reproduzidos numa biografia da autora. Em qualquer dos casos, é como se ela estivesse conversando conosco, em linguagem acessível, mas intensa e luminosa em sua generosidade.
Natalia Ginzburg integrou aquela turma de escritores ligados à editora italiana Einaudi, junto a Cesare Pavese, Elio Vittorini e Italo Calvino, autores que, além de escreverem seus próprios livros, atuaram como editores de outros – não à toa há um livro de Calvino chamado “I libri degli altri”, traduzido para o espanhol por Aurora Bernárdez (Editorial Siruela, 2014), mas não para o português brasileiro (alô, alô, editoras!).
Salvo engano, Ginzburg foi a primeira dentre eles a ter um livro traduzido no Brasil – seu terceiro romance, “Tutti i nostri ieri”, de 1952, saiu aqui com o título de “A vida não se importa”, já em 1960, pela editora Ibrasa. Depois disso, iriam se passar 26 anos até que ela tivesse outros livros traduzidos no Brasil: em 1986, foi publicada uma nova tradução de “Tutti i nostri ieri”, dessa vez com o título de “Todas as nossas lembranças”, pela Art Editora, na coleção As escritoras, e uma primeira tradução do romance “Caro Michele”, pela Editora Paz e Terra, na coleção Mulheres e literatura. Dois anos depois, dentro da mesma coleção da Paz e Terra, publicou-se o romance “Léxico familiar”, de 1963, seu livro mais conhecido.
Um salto de dez anos nos leva até 1998, quando se publica uma tradução do primeiro romance de Ginzburg, “O caminho que leva à cidade”, pela editora Primeira Edição, tradução assinada por uma certa Denise Tornimparte, que faz uma graça com o fato de Ginzburg ter publicado esse romance, em 1942, sob o pseudônimo de Alessandra Tornimparte. É na primeira década do século 21 que vai ocorrer a publicação mais regular dos livros da autora no Brasil: em 2001, a Berlendis & Vertecchia publica “Foi assim”, tradução do segundo romance de Ginzburg, dentro da coleção Letras italianas; em 2003, a José Olympio publica o volume “Família”, de 1977, reunindo dois contos longos, “Família” e “Burguesia”.
Em 2009 e 2010, a Cosac Naify republica dois romances de Ginzburg, dentro da coleção Mulheres Modernistas: uma nova tradução de “Caro Michele” e uma reedição de “Léxico Familiar”. Cinco anos depois, em 2015, é a vez de “As pequenas virtudes”, pequena joia reunindo onze textos de não-ficção (crônicas? ensaios? memórias? tudo isso junto?), publicado já nos estertores da Cosac Naify.
Desde 2017, a editora responsável pela publicação de quase todos os livros de Ginzburg no Brasil é a Companhia das Letras, que reeditou os três livros nomeados acima (pertencentes ao espólio da Cosac Naify) e publicou ainda “A família Manzoni” e “A cidade e a casa”, recém-saído do forno, além de “Todos os nossos ontens”, uma edição especial para o clube de assinatura TAG Livros. Uma exceção é o livro “Não me pergunte jamais”, reunião de 32 textos publicados na imprensa italiana entre 1968 e 1970, que saiu aqui pelas mãos da Editora  yiné, em 2022, dentro da coleção Das Andere.
Da obra de Natalia Ginzburg, o que ainda não foi traduzido no Brasil? Três romances, seus textos para teatro e alguns ensaios, entre eles um delicioso texto sobre o russo Anton Tchékhov, que tem tradução para o espanhol. Outro livro interessantíssimo, também traduzido para o espanhol, é “Natalia Ginzburg, audazmente tímida”, biografia escrita pela alemã Maja Pflug, lançada em 2020 na Argentina pela Editorial Siglo XXI, em tradução de Gabriela Adamo.
Em resumo: no Brasil foram publicados, até o momento, dez livros diferentes de Natalia Ginzburg: sete romances (dois deles com mais de uma tradução), um livro com dois contos longos e dois livros de ensaios/crônicas. É uma parte significativa de sua obra, mas, vindo de uma escritora como ela, não há por que não desejar a publicação de seus outros livros.

Estante
As edições brasileiras de livros de Natalia Ginzburg

  •  “A vida não se importa”. São Paulo: Ibrasa, 1960. Trad. J. Monteiro. Coleção Biblioteca Literatura Moderna, v. 8. [tradução de Tutti i nostri ieri, de 1952]
  • “Todas as nossas lembranças”. São Paulo: Art Editora, 1986. Trad. Maria Betânia Amoroso. Coleção As escritoras, v. 8. [tradução de Tutti i nostri ieri, de 1952]
  • “Todos os nossos ontens”. São Paulo: Companhia das Letras, 2020. Edição especial para o clube de assinatura de livros TAG Livros. Trad. Maria Betânia Amoroso (tradução refeita). Posfácio de Vilma Arêas. [tradução de Tutti i nostri ieri, de 1952]
  • “Caro Michele”. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. Trad. Federico Mengozzi. Coleção Mulheres e literatura, v. 1. [tradução de Caro Michele, de 1973]
  • “Caro Michele”. São Paulo: Cosac Naify, 2010. Trad. Homero Freitas de Andrade. Coleção Mulheres Modernistas. Reeditado pela Companhia das Letras em 2021, com posfácio de Vilma Arêas. [tradução de Caro Michele, de 1973]
  • “Léxico familiar”. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. Trad. Homero Freitas de Andrade. Coleção Mulheres e literatura, v. 4. Reeditado em 2009 pela Cosac Naify, na Coleção Mulheres Modernistas. Reeditado pela Companhia das Letras em 2018, com prefácio de Alejandro Zambra e posfácio de Ettore Finazzi-Agrò. [tradução de Lessico famigliare, de 1963]
  • “O caminho que leva à cidade”. São Paulo: Primeira Edição, 1998. Trad. Denise Tornimparte. [tradução de La strada che va in cittá, de 1942, seu primeiro romance, publicado sob o pseudônimo de Alessandra Tornimparte]
  • “Foi assim”. São Paulo: Berlendis & Vertecchia, 2001. Trad. Édson Roberto Bogas Garcia, ilustrações de Paulo Pasta. Coleção Letras italianas, v. 4. [tradução de È stato così, de 1947]
  • “Família”. Rio de Janeiro: José Olympio, 2003. Trad. Joana Angélica d’Ávila Melo. Inclui dois contos longos, “Família” e “Burguesia”, além de uma antologia crítica e uma cronologia da vida e das obras da autora. [tradução de Famiglia e Borghesia, de 1977]
  • “As pequenas virtudes”. São Paulo: Cosac Naify, 2015. Trad. Maurício Santana Dias. Inclui onze ensaios. Reeditado pela Companhia das Letras em 2020. [tradução de Le piccole virtù, de 1962]
  • “A família Manzoni”. São Paulo: Companhia das Letras, 2017. Trad. Homero Freitas de Andrade. Introdução de Salvatore Silvano Nigro. [tradução de La famiglia Manzoni, de 1983]
  • “Não me pergunte jamais”. Belo Horizonte: Editora  Âyiné, 2022. Trad. Julia Scamparini. Coleção Das Andere, v. 40. Reúne 32 textos, a maioria deles publicados no jornal La Stampa, de Turim, entre dezembro de 1968 e outubro de 1970. [tradução de Mai devi domandarmi, de 1970]

“A cidade e a casa”

  • Natalia Ginzburg
  • Tradução e posfácio de Iara Machado Pinheiro
  • Inclui “Últimas cartas de pessoas comuns”, entrevista concedida por Ginzburg a Severino Cesari.
  • Companhia das Letras 
  • 304 páginas
  • R$ 79,90  

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quinta-feira, 23 de março de 2023

Entendendo o significado de débito e crédito na contabilidade - Contábeis - inglês

Qual o objeto de estudo da contabilidade? É o Patrimônio. O patrimonialismo, ou Teoria Patrimonialista, é atualmente o método mais adotado para a classificação das Contas.

Mas para entender qual é o verdadeiro sentido do DÉBITO e do CRÉDITO, é necessário estudar outra teoria: a PERSONALISTA.

Ela considera que as contas contábeis são como PESSOAS que realizam com a entidade operações de ENTREGA e RETIRADA de recursos. Memorize bem isso!

A Teoria Personalista divide as contas em Agentes Consignatários, Agentes Correspondentes e Contas De Proprietário:

  • Agentes Consignatários: Bens (Ativo)
  • Agentes Correspondentes: Direitos (Ativo) e Obrigações (Passivo)
  • Contas de Proprietários: Patrimônio Líquido, Receitas e Despesas.

Vamos adotar três premissas:

  • É uma operação triangular entre empresa, conta devedora e conta credora;
  • Todo recurso que entrou, tem que sair;
  • Todo recurso que a empresa recebeu de uma conta, obrigatoriamente, deve ser destinado a outra.

A entidade age como uma intermediadora entre as contas contábeis que entregam e entre aquelas que tomam recursos. As contas devem ser vistas como pessoas.

A pessoa (conta) que fez a entrega de recursos à entidade é credora dessa entidade. Por isso, no momento da escrituração, essa conta deve ser CREDITADA.

A pessoa (conta) que recebeu esse mesmo recurso da entidade é devedora dessa entidade. Por isso, no momento da escrituração, essa conta deve ser DEBITADA.

Exemplo

Não é nenhuma novidade pra você, iniciado na contabilidade, que a Compra de Mercadorias para revenda à prazo é contabilizada através do seguinte lançamento:

D – Estoque de Mercadorias

C – Fornecedores a Pagar

Mas eu pergunto: você conseguiu enxergar algum sentido nesse lançamento?

Se sua resposta foi não, tente aplicar a Teoria Personalista.

A conta “fornecedores” entregou recurso à empresa, ela é uma pessoa credora. Em determinado momento, ela terá direito a receber de volta esse recurso, por isso foi creditada.

Em contrapartida, a conta “estoque de mercadoria” recebeu da empresa esse mesmo recurso, ela é uma pessoa devedora perante a empresa. Em determinado momento, ela terá que devolver esse recurso, por isso foi debitada.

Agora que você entendeu o real significado do débito e crédito, tenho certeza de que nunca mais vai errar qualquer lançamento contábil. Basta lembrar que as contas são pessoas, as que fornecem recursos são credoras e as que recebem recursos são devedoras e a empresa faz a intermediação entre elas.

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