quarta-feira, 31 de março de 2021

“iFood inglês”, Deliveroo faz o maior IPO da bolsa de Londres desde 2011 - Exame Notícias - inglês

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A startup de entrega de refeições Deliveroo, que tem a Amazon como sócia, deve realizar nesta quarta-feira, 31, o maior IPO da bolsa de valores de Londres desde 2011. Fundada em 2013 por William Shu, a companhia espera terminar o dia avaliada em 7,8 bilhões de libras esterlinas – algo próximo de 10,8 bilhões de dólares.

Sobre os detalhes da oferta, a startup estipulou a faixa indicativa de preço das ações entre 3,90 e 4,10 libras por ação, o que indica uma avaliação entre 7,6 bilhões e 7,8 bilhões de libras. O valor poderia chegar a até 8,8 bilhões de libras (12,1 bilhões de dólares) caso a companhia mantivesse a faixa indicativa inicial estipulada entre 3,90 e 4,60 libras por ação.

“Dadas as condições voláteis do mercado global para IPOs, a Deliveroo está optando por precificar com responsabilidade dentro da faixa inicial e em um ponto de entrada que maximize o valor de longo prazo para nossos novos investidores institucionais e de varejo”, informou a empresa por um porta-voz.

O problema: a cautela pode não ter sido suficiente. As ações da companhia encolheram até 30% nas pré-negociações desta quarta-feira, o que no limite pode levar a Deliveroo a cancelar as negociações até o dia 7 de abril. A maior preocupação dos investidores é com os direitos trabahistas dos entregradores. Decisões judiciais recentes favoráveis a parceiros de empresas como a Uber acenderam um sinal amarelo em Londres.

Se a projeção dos valores se concretizassem, esta seria a maior abertura de capital por IPO da bolsa inglesa desde 2011, desde a oferta pública inicial da gigante de mineração e energia Glencore, em maio daquele ano. A estreia da Deliveroo no mercado de capitais abertos marca a maior abertura de capital de uma companhia de tecnologia na bolsa londrina na história.

A oferta é coordenada pelos bancos JPMorgan e Goldman Sachs. Os bancos Bank of America, Citigroup, Jefferies e Numis também auxiliam a operação.

A London Stock Exchange, como é oficialmente chamada, é uma das maiores bolsas de valores do mundo e o segundo maior balcão de negócios para que empresas de capital aberto negociem ações na Europa. As mais de 1.100 empresas com ações listadas lá somam valor de mercado superior a 3 trilhões de dólares.

Na Europa, a bolsa londrina só fica atrás da Euronext, sediada em Amsterdã, na Holanda, mas que também opera ações em capitais como Bruxelas, Paris, Lisboa e Dublin. Dados de dezembro do ano passado mostravam que a Euronext listava 1.493 empresas e que tinham valor de mercado somado de 4,5 trilhões de euros.

Antes de abrir capital, a Deliveroo já havia captado 1,7 bilhão de dólares com investidores privados. A última injeção de capital foi recebida recentemente, em janeiro deste ano, com um aporte de 180 milhões de dólares liderado pelo Durable Capital Partners e pela Fidelity Management and Research Company.

Por falar em investidores, a lista da apoiadores do negócio conta com nomes de peso. Além de fundos como DST Global, General Catalyst, Index Ventures e T. Rowe Price, a startup já recebeu investimentos até mesmo da Amazon. A companhia fundada por Jeff Bezos liderou um aporte de Série G de 575 milhões de dólares, em maio de 2019.

Por conta da pandemia do novo coronavírus, a Deliveroo viu seus negócios aumentarem exponencialmente no último ano. Nos dados financeiros revelados no prospecto de abertura de capital, a startup informa que a receita aumentou 64% no ano passado, somando 4,1 bilhões de libras – ou 5,6 bilhões de dólares.

Movimento pede inviabilização do projeto do El Corte Inglés para a Boavista no Porto - Observador - inglês

O Movimento Por um Jardim na Boavista quer a inviabilização do despacho camarário que defere o Pedido de Informação Prévia do El Corte Inglés para terrenos no Porto, por resultar “inconveniente” para o interesse público.

Numa carta aberta enviada quarta-feira ao presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, o movimento de cidadãos salienta que a autorização, ao El Corte Inglés (ECI), de pagamento de uma compensação pela não cedência de 24.835 metros quadrados para área verde e equipamento público se incompatibiliza com um artigo do Código Regulamentar do Município do Porto (CRMP), “uma vez que resulta num evidente inconveniente para a prossecução do interesse público”.

É por demais evidente que a extraordinária participação e movimentação cidadã a favor da preservação e reconversão da estação de comboios e da criação de um jardim público nestes terrenos, com petição subscrita por mais de 10.200 pessoas, transmite de forma inequívoca uma incompatibilidade com a substituição deste direito por uma compensação monetária, como sugerido pela CMP [Câmara Municipal do Porto] e cujo valor desconhecemos”, defendem.

O movimento salienta que a área de que a autarquia se propõe a abdicar, se aproxima da área de preservação reivindicada pelos cidadãos correspondente aos terrenos de domínio público ferroviário, correspondente a aproximadamente 27 mil metros quadrados.

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Assim, dizem, a vontade cidadã “pode ser pelo menos parcialmente atendida, se os requisitos vigentes no atual Plano Diretor Municipal (PDM) forem cumpridos”.

“Gostaríamos, por isso, de saber se há vontade política por parte da CMP para cumprir esta medida”, questiona o movimento que dirige também um pedido de reunião a Rui Moreira.

Os cidadãos consideram também que a aprovação precipitada do Pedido de Informação Prévia (PIP) do ECI por parte da CMP, em outubro de 2020, não reunia à data os elementos fundamentais para a tomada de decisão e por isso não deve ser considerada válida.

“Falamos do relatório de estudo de tráfego que estaria a ser elaborado pela Divisão Municipal de Gestão da Mobilidade e Tráfego (DMGMT) para conhecer o impacto deste empreendimento no sistema de tráfego rodoviário, já altamente congestionado nesta zona da cidade e cujos resultados não eram conhecidos na altura (e continuamos sem os conhecer ainda hoje)”, explicam na missiva.

Acresce que o resultado da apreciação municipal sobre o pedido de classificação do valor patrimonial do edifício da antiga estação ferroviária da Boavista, reencaminhado pela Direção Geral Património Cultural (DGPC), só veio a ser respondido no final de dezembro de 2020.

Esta decisão negligenciou aspetos fundamentais que estavam ainda em análise e que seriam necessários para a tomada de decisão informada sobre o impacto desta grande obra na cidade”, defendem.

O movimento reitera que a construção de mais um centro comercial na Boavista “configura um prejuízo demasiado elevado para a qualidade de vida dos portuenses, incluindo o impacto nefasto no pequeno comércio, no congestionamento de trânsito, entre outros, não salvaguardando os valores patrimoniais e ambientais.

Movimento considera abuso ceder 31 mil metros quadrados para área verde a Corte Inglés no Porto

Sobre o terreno da antiga estação ferroviária da Boavista pende um contrato celebrado entre a cadeia espanhola e a ex-Refer (empresa pública entretanto integrada na IP), datado do ano de 2000 e que prevê a opção de compra sobre aquele imóvel.

Em 24 de março, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, ouvido na Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, afirmou que “o Estado não vai rescindir” o contrato entre a Infraestruturas de Portugal (IP) e o ECL que prevê a compra dos terrenos da antiga estação ferroviária da Boavista, salientando que não cabe ao Governo decidir se “aquele terreno é para um centro comercial ou não”.

Para aqueles terrenos está prevista a construção de um grande armazém comercial, um hotel e um edifício de habitação, comércio e serviços.

A 16 de março, na mesma comissão, o presidente da IP anunciou uma reavaliação do valor a pagar pelo El Corte Inglês pelos terrenos, de forma ajustar o contrato aos preços atuais.

O presidente da IP explicou que o contrato promessa de constituição de Direito de Superfície para a construção de um centro comercial celebrado em 2000, prevê que o grupo espanhol pague à ex-Refer, atual IP, 20,82 milhões de euros por 27.000 metros quadrados de terreno (área bruta de construção de 37.612 m2), dos quais já pagou 19,97 ME.

Seduc convoca 9 mil selecionados para curso de Inglês EaD do MA Profissionalizado - G1 - inglês

Seduc convoca 9 mil selecionados para curso de Inglês EaD do MA Profissionalizado — Foto: France Telles/Arquivo Escolegis

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) divulgou nessa terça-feira (30) a relação de candidatos selecionados para o curso de Inglês EAD, ofertado pelo Programa Maranhão Profissionalizado na unidade do IEMA Idiomas.

Ao todo, nove mil candidatos foram selecionados e deverão efetuar a matrícula online, a partir das 8h desta quarta-feira (31) até às 23h do próximo dia 4 de abril, por meio do sistema disponível no site do IEMA.

O edital superou a expectativa de público e, no total, 30.767 pessoas se inscreveram pleiteando uma vaga. Por conta da grande procura, a Secretaria triplicou o número de vagas para efetivação de matrícula, aumentando para 9 mil matrículas nos cursos de Inglês Básico I, II, III e IV.

Confira a relação de classificados no site da Seduc e do Iema.

terça-feira, 30 de março de 2021

Rebecca Welch faz história no futebol inglês - A Bola - inglês

Rebecca Welch tornou-se, esta terça-feira, na primeira mulher a ser nomeada para apitar um jogo das competições profissionais inglês. A árbitra de 37 anos vai dirigir a partida entre Harrogate e Port Vale, do quarto escalão.

 

«Ainda estou a digerir isto, porque ainda não consegui descer à terra. É muito entusiasmante e um passo em frente na minha carreira. Tenho muita sorte de ter conseguido esta oportunidade e vou aproveitá-la», explicou à Sky Sportys.

 

Recorde-se que, em 2010, Amy Fearn já se tinha tornado na primeira mulher a dirigir um jogo profissional em Inglaterra. Na altura, Fearn teve de entrar a 20 minutos do fim como substituta do árbitro principal na partida entre o Coventry e Nottingham Forest.

Há um novo nome na história do futebol inglês: Rebecca Welch é a primeira árbitra nomeada para um jogo masculino - Tribuna Expresso - inglês

A árbitra Rebecca Welch tornou-se a primeira mulher nomeada para um jogo de futebol das ligas profissionais inglesas, depois de hoje a Liga Inglesa (EFL) a ter convocado para apitar o encontro Harrogate Town-Port Vale.

“Esta é a maior conquista da minha carreira. Arbitrei em Wembley a final feminina da Taça de Inglaterra, em 2017, que será sempre um marco importante. Mas é sempre bom conseguir coisas destas”, afirmou Welch, que deverá dirigir o encontro entre as duas equipas da 'league two', quarto escalão, na segunda-feira.

Em declarações à EFL, Rebecca Welch considerou que a sua nomeação mostra às mais jovens que há oportunidades reais de progredirem na carreira.

“Isto mostra que há oportunidades reais para as jovens, que se perguntam se são capazes de ser árbitras, ou para as que, já sendo, aspiram a mais”, disse, acrescentando que nos últimos 10 anos tem trabalhado “duro e de forma comprometida”.

Em fevereiro de 2010, Amy Fearn tornou-se a primeira mulher a dirigir uma partida de futebol masculino, quando apitou os últimos 20 minutos do jogo entre o Coventry City e o Nottingham Forest, da segunda liga inglesa, devido a uma lesão do árbitro principal.

Mais história a ser feita por Stéphanie Frappart: será a primeira mulher a arbitrar um jogo de qualificação de seleções masculinas

Depois de ser a primeira mulher a apitar um jogo de futebol masculino da Ligue 1, da Liga dos Campeões e da Super Taça Europeia, a francesa Stéphanie Frappart foi nomeada para arbitrar o Países Baixos-Letónia, a contar para a fase de apuramento para o Mundial de 2022

Entenda como a criação da Premier League revolucionou o futebol inglês - UOL - inglês

Criada em 1992, a Premier League significou uma série de mudanças que acarretaram na total transformação do futebol na Inglaterra. Desde imposições à padrões no estádio e em torcedores até à diferenças dentro de campo, o futebol inglês mudou completamente. Ao LANCE!, o ex-camisa dez do Liverpool, John Barnes, falou sobre as modificações no berço do futebol.

Veja a tabela do Campeonato Inglês

FUTEBOL DA AGRESSÃO
Antes do início da Premier League, a agressão era um fator predominante no cenário do futebol inglês, sendo vista dentro e fora de campo. O hooliganismo estava presente, e desastres como a 'Tragédia de Bradford' e o 'Desastre de Hillsborough' que, juntas, somam 152 mortes e 1022 feridos.

Dentro de campo, o futebol também não era feito para valorizar técnica, capacidade tática ou a arte do drible, mas sim para exaltar força e agressão. John Barnes, ex-jogador do Liverpool, conhecido por ter sido um camisa 10 de muita capacidade técnica e habilidade nos anos 80 e 90, falou ao LANCE! sobre o futebol de sua época.

- Naquela época, o futebol inglês era sobre luta, não sobre técnica, não sobre habilidade. O futebol inglês era uma questão de agressão, força e luta. Glenn Hoddle, Chris Waddle, Paul Gascoigne, a maioria dos jogadores ingleses eram apenas jogadores físicos fortes - disse John Barnes.

A Copa do Mundo de 1990, a segunda da carreira de Barnes, serviu para mostrar ao mundo que o futebol inglês tinha espaço no futebol europeu, visto que os clubes ingleses estavam fora de competições internacionais por cinco anos por conta da 'Tragédia de Heysel', ocorrida em 1985 na final da Champions League entre Liverpool e Juventus, quando os hooligans ingleses foram responsabilizados por 39 mortes.

SURGE A PREMIER LEAGUE
Após tantos desastres e punições, algo foi feito para mudar o futebol inglês e, em 1992, a Premier League foi criada seguindo regras como o 'Taylor Report', dizendo que os estádios deveriam ser compostos de forma integral por assentos, sem espaço para torcedores ficarem em pé, ainda dando recomendações sobre a venda de bebidas alcoólicas e o preço dos ingressos nos estádios.

Aos poucos, o futebol foi mudando na Inglaterra. Completamente dominante na Inglaterra antes da Premier League e sob comando de Kenny Dalglish, o Liverpool perdeu a sua força nos anos seguintes. Nos anos 80, a equipe dos Reds apresentava um toque diferente do restante da Liga.

- Naquela época, o futebol inglês não era uma questão de técnica e manter a posse para criar chances. Tratava-se de pegar a bola, ser agressivo, bolas longas, lutar, mas o Liverpool não jogava assim. O Liverpool jogou um futebol que me agradou. Passávamos, mantivemos a posse, mudávamos de posição, fazíamos rodízio de posições, fazíamos passes curtos, mas o futebol inglês não era assim - falou John Barnes.

Após a saída de Dalglish em 1991, o Liverpool perdeu o seu domínio no futebol inglês, e a força que chegou nos primeiros anos de Premier League foi o Manchester United, treinado pelo escocês Alex Ferguson.

Ferguson iniciou a sua passagem pelo Manchester United em 1986, e foi o treinador que soube se adaptar melhor às mudanças que a Premier League implementou no futebol inglês até o final de sua carreira, em 2013. Neste período, o treinador, que ganhou o título de 'Sir' pela Coroa Inglesa, foi campeão da Inglaterra em treze oportunidades.

Junto de Sir Alex Ferguson, o francês Arsène Wenger, que assumiu o Arsenal em 1996, também serviu para elevar o nível existente no futebol da Inglaterra. Dessa forma, Red Devills e Gunners protagonizaram as grandes disputas no final da década de 90 e início dos anos 2000 até a chegada de investimentos nos cofres dos clubes ingleses.

EMPRESÁRIOS CRIAM GIGANTES
O século XXI introduziu um fator grande na mudança do futebol inglês: o dinheiro. De início, o Chelsea foi comprado pelo empresário russo Roman Abramovich, e os investimentos começaram de forma intensa, com 305 milhões de euros sendo investidos em contratações nas duas primeiras temporadas do magnata.

Para competir com o Manchester United de Ferguson e o Arsenal de Wenger, o Chelsea precisava de um grande treinador e, em 2004, o português José Mourinho, que havia acabado de vencer a Champions League pelo Porto, chegou em Londres para assinar com os Blues.

O objetivo de Roman Abramovich não era só o título inglês, mas também a Champions League. Alex Ferguson e o Manchester United já haviam vencido a competição em 1999, repetindo o feito em 2008, e o Arsenal de Wenger bateu na trave em 2006, quando o brasileiro Beletti deu a vitória para o Barcelona. O Liverpool, mesmo sem vencer na Inglaterra, conquistou a competição europeia em 2005, e foi vice em 2007.

Mesmo com Mourinho no comando, o Chelsea levou duas taças de Premier League, e pavimentou o caminho para vencer a Champions League em 2012, após ser vice em 2008 para o Manchester United.

O iminente crescimento do futebol inglês pela Europa tinha, obviamente, mudanças dentro de campo, e os jogadores já não apresentavam o estilo de força física e agressão, como existia nos anos 80 e 90.

- Isso mudou porque as leis do jogo mudaram. É claro que as leis do futebol agora dizem que você não pode ser tão agressivo. Então, os jogadores de futebol ingleses tiveram que se adaptar para tornarem-se muito mais técnicos e manterem-se atualizados com o resto do mundo - comentou John Barnes.

A formação de jogadores com capacidade técnica elevada na Inglaterra passou a ser vista nos gramados ingleses, e os grandes tinham exemplares consigo. Frank Lampard no Chelsea, Paul Scholes e David Beckham no Manchester United e Steven Gerrard no Liverpool eram alguns exemplos desta geração de ouro que futebol inglês passou a apresentar.

EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO
Com o grande aumento do nível técnico das equipes, a chegada de investidores nos clubes e um grande pagamento nos direitos televisivos, a Premier League tornou-se sonho de jogadores e treinadores no mais alto nível, superando até mesmo a dupla Barcelona-Real Madrid.

O dinheiro do petróleo, investido pelo Sheikh Mansour, primeiro ministro dos Emirados Árabes Unidos, no Manchester City serviu para criar mais um gigante na Premier League. O projeto esportivo dos Citzens evoluiu desde a compra do clube, em 2008.

O clube optou por seguir o modelo do Barcelona, e muitos profissionais da equipe catalã mudaram-se para a Inglaterra. Para ter sucesso em seu projeto esportivo, dois nomes foram extremamente importantes para o Manchester City: Txiki Begiristain, ex-diretor do Barcelona, e Pep Guardiola, ex-treinador de Bayern de Munique e Barcelona.

Pep Guardiola e o seu jogo posicional, que é mais do que uma simples evolução do 'tiki-taka', passaram a enfrentar a concorrência de Jürgen Klopp no Liverpool com o seu 'Gegenpressing', um estilo de jogo baseado na pressão e no ataque constante. O City chegou ao recorde de pontos, e deixou o Liverpool para trás.

Sob comando de Jürgen Klopp, o Liverpool, após 30 anos, venceu novamente a Liga Inglesa. John Barnes, que esteve em campo em 1991 no último título dos Reds antes da grande seca, falou sobre o tema.

- Jurgen Klopp, em seus primeiros dois anos, eu não pensei que ganharíamos a Liga, e não foi até dois anos atrás, quando terminamos em segundo, que senti que tínhamos uma boa chance de vencer o liga. Então, não é como se em 1990 eu visse 2019 e pensasse que não ganharíamos a liga até então. Foi apenas nos primeiros quatro, cinco anos depois disso, que senti que tínhamos a chance de, depois de um tempo, saber que esse time não é bom o suficiente para ganhar o campeonato - disse.

O futebol inglês vive em constaste evolução, e o nível técnico da Premier League aumenta a cada temporada. Seus quase 30 anos mostram as mudanças vistas no campeonato, e como o mundo da bola é impactado positivamente por elas.

TV pra inglês ver - Dom Total - inglês

Alexis Parrot*

Se no Brasil o Big Brother impera na TV como uma das poucas produções inéditas, destacando-se em meio a reprises o final de uma novela das nove mais encurtada que as novas parcelas do auxílio emergencial, os ingleses têm ligado a televisão por motivos bem mais interessantes.

Graças a um esquema de produção cuja programação é planejada e executada com ampla antecedência, a TV britânica conseguiu manter um cronograma farto de lançamentos mesmo durante a pandemia. Só do final de fevereiro para cá foram três grandes estreias, provando mais uma vez sua soberania quando o assunto é drama policial.

Primeiro, a estreia de Bloodlands. Ambientada em Belfast e com quatro episódios, a série bagunça a vida e as certezas de seus personagens, quando um sequestro traz à tona o desaparecimento de militantes do IRA há mais de vinte anos. A expressão "desenterrar velhos esqueletos" encontra sua manifestação mais literal à medida que a narrativa avança.

Protagonizada por James Nesbitt (de Lucky man e da trilogia Hobbit), é intimista e sombria, com toques de humor negro, além de oferecer uma reviravolta surpreendente na trama. Trata-se de nova incursão pelo gênero do criador de Line of duty – que estreou sua última temporada assim que Bloodlands nos deixou de queixo caído com seu desfecho pouco convencional. O resultado foi tão excepcional (de audiência e crítica) que, logo após a estreia, a BBC já encomendou o retorno da série.

Mesmo com apenas dois episódios já exibidos, é lícito imaginar que o último ato da impecável Line of duty irá honrar a tradição do programa. Os dilemas e contradições dos detetives de Birminghan, responsáveis por investigar os malfeitos da própria corporação, chegam ao sexto ano com fôlego para mais seis temporadas, apesar de significar o seu canto do cisne.

Com perícia de ourives, o roteiro evoca toda a história da série. Personagens outrora coadjuvantes ganham o centro das atenções, situações já vistas em temporadas passadas se repetem e antigas subtramas voltam em busca de resolução. Segue também o hábito de escalar uma figura de peso para integrar o elenco a cada novo ciclo. Após a participação de nomes como Thandie Newton e Stephen Graham, dessa vez a convidada é a sempre competente Kelly Macdonald (de Trainspotting e Boardwalk empire).

Tratados como traidores pelos companheiros de farda, estes bravos detetives e seu comandante (o veterano Adrian Dunbar) são pagos para desconfiar. Tão ou mais imperfeitos que os próprios criminosos que se propõem a desmascarar, vivem na corda bamba entre o ético e o pragmático, além de pagar alto preço em nome do idealismo. Acabam sendo tão indispensáveis quanto ingênuos.

Last but not least, ontem à noite foi ao ar no Reino Unido o último episódio da temporada final de Unforgotten, o sensível drama de um esquadrão da polícia de Londres dedicado a desvendar crimes recém-descobertos, mas cometidos há trinta, quarenta anos atrás. Já escrevi sobre a série por aqui e costumo compará-la tematicamente à norte-americana Cold case, porém, com alma.

Além das investigações, acompanhamos também as agruras da vida pessoal da séria protagonista Cassie Stuart (Nicola Walker), e em menor grau de seu fiel escudeiro Sunil Khan (o irretocável Sanjeev Bhaskar). Após o melancólico epílogo da temporada anterior, quando se afastou do trabalho, vamos reencontrá-la de volta ao batente enquanto tenta lidar com o Alzheimer do pai.

Apesar de muito triste, o ponto final do programa é coerente com a trajetória de suas quatro temporadas. Consegue dar para a personagem de Walker a paz que nunca conseguiu encontrar como policial, testemunhando durante anos as consequências de crimes não resolvidos naqueles que sobrevivem com a dúvida e o sentimento de injustiça acumulados. 

Além das evidentes qualidades artísticas, as três séries apresentam alguns pontos de convergência. A política, por exemplo, é uma constante: vetor de corrupção, sinônimo de crime e desencanto. Todas elas (Line of duty especificamente nesta temporada e de maneira autorreferente) desenvolvem-se a partir do mote de que todo mundo tem um passado – que pode emergir a qualquer momento.

Outro fator comum é a conclusão que tudo se resume à família, com seus segredos, pecados, arrependimentos e raras alegrias. Em nome dessa instituição, loucuras são cometidas e por ela pode-se até morrer; mas nunca se livrar, por mais que se deseje. É como a morte; algo que não se pode evitar.

Enquanto diligências e interrogatórios vão se sucedendo, estes programas postulam discussões éticas e filosóficas; sem arrogância, tentam dizer do mundo em que vivemos, da natureza humana. Neste sentido, não deixam de ser descendentes de Broadchurch e Prime suspect, dois clássicos recentes da TV inglesa. Do ponto de vista dramatúrgico são exemplares por usar o gênero policial como meio para reflexões e não apenas um fim em si mesmo – como é o hábito da TV dos Estados Unidos.

A despedida de Line of duty e Unforgotten não é uma boa notícia, mas Bloodlands está aí (e outros programas virão, certamente) para sustentar este legado e amplificá-lo – com DNA de Sherlock Holmes e todas as bênçãos de Agatha Christie.

LINE OF DUTY: produção original BBC; cinco temporadas disponíveis na Netflix
BLOODLANDS: produção original BBC; indisponível no Brasil
UNFORGOTTEN: produção original ITV; indisponível no Brasil

Frase da semana

Do ex-juiz e ex-ministro Sergio 'não me lembro' Moro em live para empresários (com trechos reproduzidos ontem no Jornal Nacional), dizendo não se arrepender de nada que tenha feito (ao mesmo tempo em que revela involuntariamente a ignorância no francês):

"Dá pra tocar ao fundo a Edith Piá, o je ne me regrette rien"

*Alexis Parrot é crítico de TV, roteirista e jornalista. Escreve às terças-feiras para o DOM TOTAL.

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