sábado, 28 de agosto de 2021

Qual o significado e a origem das palavras Carioca e Fluminense? - Diário do Rio de Janeiro - inglês

Fim de tarde nas praias do Rio de Janeiro (Foto: Reprodução Redes Sociais)

Tudo mundo sabe: quem nasce na cidade do Rio de Janeiro é chamado de carioca, e quem nasce no estado, incluindo a capital, atende pelo gentílico de fluminense. Mas qual o significado dessas palavras que dizem tanto a respeito de nossa identidade como povo, e que utilizamos em diversas ocasiões do nosso dia a dia, muitos de nós sem ao menos fazer ideia de onde surgiram? Até onde esta distinção é realmente aplicada no dia-a-dia?

Muita gente vai dizer que ser carioca significa ser descolado, estiloso e, algumas vezes, até marrento. Que a grande maioria de nós não dispensa uma boa praia praia, futebol, samba e carnaval. Significa também falar com aquele chiado ‘goxtoso’. Sim, está certo. Mas não é “só” disso que estamos tratando aqui, estamos falando mesmo da origem e do sentido etimológico das expressões “Carioca” e “Fluminense“, isto é a história por trás dessas palavras.

Qual o significado de Carioca?

Assim como ocorre em outras diversas áreas da cultura brasileira, a palavra carioca vem da língua indígena Tupi e, mesmo cercada de controvérsias quanto à sua origem, a versão mais aceita entre estudiosos dá conta de que o termo deriva da expressão kara’i oka, que significa “Casa de Branco“. Na origem do nosso Rio, o local era povoado por uma tribo que ficava próxima ao Rio Carioca, na Floresta da Tijuca.

Este rio é um curso de água que nasce no Corcovado e desliza pelo bairro das Laranjeiras. Ainda pode ser visto (e ouvido, pois corre ‘goxtoso’ e faz alto e bom som) no Largo do Boticário, onde não foi canalizado. Na altura do Largo do Machado, as águas se acumulavam e  formava-se ali a Lagoa do Suruí (do tupi siri ‘y , que significa “rio dos siris”).

Ou seja, nosso gentílico – à parte de seu significado na língua indígena – homenageia o rio que dá o seu nome.

E Fluminense?

Quem nascia na capitania do Rio de Janeiro durante o período colonial (século XVI – século XVIII) era conhecido como “carioca”, em função do rio (mencionado acima) responsável por fornecer água potável à população.  Os aquedutos que transportavam as águas do rio eram consideradas grandes e raras obras para a época; sem dúvida um grande atrativo para nossa cidade. A partir de 1783, por decreto de D. Luiz de Vasconcelos, então vice-rei do Brasil, foi criado um novo gentílico, considerado pela elite da época mais “adequado” para o Rio de Janeiro: “fluminense”, tendo como ponto de partida o termo em latim flumine (=rio) mais o sufixo -ense (=natural), também em alusão ao “Rio Carioca”. Ou seja, natural do rio.

Rio Carioca (Foto: Reprodução Internet)

Desdobramentos históricos

Por se tratar de uma palavra de origem indígena, ser chamado de “carioca” não era tão bem visto pelos membros da Corte à época, que optaram por intitularem-se “fluminenses”. Com isso, a expressão “carioca” sobreviveu à extinção por conta do seu uso ininterrupto no vocabulário popular, informal, e principalmente nas demais províncias do Império do Brasil, que preferiam referir-se a nós como “cariocas”.

Em 1824, quando da outorga da primeira constituição brasileira, o município do Rio de Janeiro se separou da Província do Rio de Janeiro para constituir o Município Neutro, sob a batuta da corte imperial brasileira, que aqui ficou sediada. Éramos uma monarquia nos trópicos.

Já em 1891, logo após a proclamação da República do Brasil, ocorrida em 1889, o Município Neutro transformou-se em Distrito Federal e a província do Rio de Janeiro transformou-se no estado do Rio de Janeiro. 

Com mais de meio século de tradição no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, a Sergio Castro Imóveis – a empresa que resolve - contribui para a valorização da cultura carioca.
Com mais de meio século de tradição no mercado imobiliário do Rio de Janeiro, a Sergio Castro Imóveis – a empresa que resolve – contribui para a valorização da cultura carioca

Reviravolta para os “cariocas”

Diante da mudança da capital do país para Brasília, em 1960, o estado do Rio tornou-se estado da Guanabara e adotou oficialmente, pela primeira vez, a designação “carioca” para seus habitantes, oficializando, após mais de um século, o que já era de uso corrente. 

Com a fusão do estado da Guanabara com o estado do Rio de Janeiro, em 1975, o então estado da Guanabara passou a integrar o atual estado do Rio de Janeiro, e virou município e capital estadual. (a capital do estado antes da fusão era Niterói)

Oficialmente, optou-se por “fluminense” como gentílico oficial do novo estado, reduzindo novamente a abrangência do gentílico “carioca” à esfera municipal. 

Dias atuais

No entanto, é inegável que o termo “carioca” é muito mais popular que “fluminense” nos dias de hoje, sobretudo em termos nacionais. Até mesmo os moradores do chamado “Grande Rio”, que engloba cidades da região metropolitana, como Niterói e São Gonçalo, e municípios da Baixada Fluminense, são constantemente chamados de “cariocas”, principalmente pelos turistas pouco familiarizados com as denominações.

Desde o início dos anos 2000, segundo a wikipedia, o movimento “Somos Todos Cariocas” busca o reconhecimento de carioca como gentílico co-oficial do estado do Rio de Janeiro. E você, prefere ser chamado de carioca ou fluminense? O DIÁRIO é DO RIO até no nome.

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