sábado, 9 de dezembro de 2023

"Quero escrever letras com significado e as melhores músicas que ouvi são as que me fazem chorar" - Diário de Notícias - inglês

Como é que se sente por voltar a Portugal para o festival Authentica?
Estou muito animado por voltar. A última vez que estive em Portugal foi em abril, com três concertos esgotados. E sempre tive um carinho especial por Portugal. O público é sempre incrível, os fãs têm sido muito leais durante os últimos anos. E o público em Portugal é tão recetivo à música. Cada vez que toquei cá, senti-me tão honrado e privilegiado de poder vir a um país onde ainda não passei muito tempo. E, ainda assim, os fãs são milhares e vêm ver-me tocar e conhecem todas as músicas. Estes vão ser os últimos concertos do ano para mim. Estou muito animado por terminar estes concertos. Depois é Natal. No próximo ano, vou estar a "abrir" os concertos do Ed Sheeran por toda a Europa e Ásia.

Além dos concertos, está a trabalhar em algo?
Sim. Estou a trabalhar no meu terceiro álbum, o que é muito emocionante. Acho que houve aqui uma evolução desde o primeiro e segundo disco. Sinto que a música está a mudar, consoante as minhas experiências e também pelas minhas colaborações com Lost Frequencies, com o Jax Jones, com o Kygo e o Griffin.
Acho que a minha música se está a tornar mais feliz, o que é bom. Mas ainda vou fazer as pessoas chorarem. Foi sempre esse o meu sonho: fazer as pessoas sentir. Mas é bom fazer algo diferente. É bom ver a minha música mudar e não ficar sempre no mesmo caminho. Às vezes as pessoas querem dançar também, certo? E eu sinto que é assim que a minha música está a mudar. E também estou a escrever umas letras muito bonitas. Então, sinto que a minha música vai ser muito mais bem arrumada neste próximo álbum. Pretendo lançar no próximo ano mais música do que alguma vez lancei. Está a ser um momento muito emocionante para mim e para a minha música. Sinto que as coisas estão a começar a mudar para mim e todo o trabalho duro que fizemos nos últimos nove anos está a começar a notar-se.

Quando está a escrever um álbum ou uma música, qual é o processo?
Muda o tempo todo. Às vezes, tenho algo dentro de mim, de que eu quero falar como uma luta com o que estou a sentir. Um desgosto amoroso ou seja o que for que estou a sentir. Adoro escrever do coração e adoro escrever sobre coisas que me movem. Sejam histórias sobre mim mesmo ou histórias sobre outras pessoas. E sinto que isso muda com o tempo, o que é realmente muito emocionante. Não sou uma pessoa de se sentar no quarto a escrever músicas sozinho, porque eu sou o meu pior inimigo. E assim que escrevo algo, digo: isto está péssimo e ninguém vai ouvir. Então, preciso de pessoas na minha vida que me possam guiar. Mas é uma coisa muito colaborativa, o meu processo de escrever.
Nós sentamo-nos, falamos por muito tempo e tentamos encontrar algo que nos motive a escrever, seja amor, ou desespero, ou perda, ou até mesmo triunfo, sucesso e motivação. Quando as pessoas metem os "fones" e ouvem a minha música, quero que sintam algo e que se relacionem comigo. Então, isso vai mudando muito, mas acho que é isso que me deixa animado.


Referiu que a maioria das suas músicas são para as pessoas chorarem. Porque é que decide colocar essa emoção no seu trabalho?
Sou um rapaz sensível, mas acho que me ocorre naturalmente escrever do coração. Acho que é isso que faz as pessoas sentirem alguma coisa. Sei que não sou a pessoa que vai escrever vários singles e lançá-los na esperança que funcionem. Quero realmente escrever coisas com significado e as melhores músicas que já ouvi são as que me fazem chorar. Acho que ajuda, porque ao chorar estamos a explorar as nossas emoções e é uma coisa realmente saudável para se fazer. Apenas significa que a minha música pode ser também usada em momentos importantes, como um pedido de casamento, a primeira dança, para celebrar o nascimento de um bebé. Significa que a minha música pode ser usada em momentos muito importantes.


Tem uma colaboração com o artista brasileiro Bryan Behr para a música Da Primeira Vez . Como é que se encontrou com ele?
Disse à minha agência que tenho imensos fãs no Brasil e em Portugal e queria conectar-me com esses fãs a um nível mais profundo. Então, começámos a ver possíveis colaborações e o Bryan foi uma dessas vozes que, assim que a ouvi, pensei que a voz dele era tão bonita e que ele tem cabelos maravilhosos, e eu só queria trabalhar com ele. Acabamos por produzir a música Da Primeira Vez e isso me deu-me a oportunidade de cantar um pouco em português.


Como é que foi aprender português?
Quando falei com o Bryan, quando estávamos no Brasil juntos, eu pedi-lhe desculpa pela minha pronúncia horrível, mas ele foi um ótimo professor. Nós partilhámos o palco juntos, ele apoiou-me nos meus concertos e conseguimos cantar a música juntos ao vivo no palco. Foi realmente um prazer e foi incrível cantar em português. Para mim, poder cantar músicas, especialmente numa língua diferente e para um grupo de fãs que têm sido tão leais nos últimos anos, foi muito bom. Mesmo que o meu português não seja o melhor, ainda tento cantar em português, o que acho que é o mais importante.


E será possível uma colaboração futura com algum cantor português?
Adoraria. Estive no estúdio a trabalhar recentemente com a cantora brasileira Ludmilla. Nós estivemos apenas sentados no estúdio e ela estava a cantar e a gravar algo em que nós trabalhámos juntos. Eu adoraria trabalhar novamente com um artista português, e estou sempre à procura de pessoas com talento e que sejam incríveis para trabalhar.


Lançou uma música há alguns meses, chamada At Your Worst. Qual é a história por trás disso?
Então, At Your Worst é um pouco como uma carta de amor para mim mesmo. Estava a falar com um amigo meu e quando às vezes nós não estamos bem, descarregamos nas pessoas que amamos. E eu fiz isso ao meu amigo e não foi justo. Depois, fui para o estúdio e disse: sei que às vezes posso ser difícil de amar. O meu produtor perguntou-me o porquê de eu estar a dizer aquilo e respondi-lhe que era por causa do meu trabalho. Estou muito longe, sob pressão e posso ser difícil de amar. O meu produtor disse-me que devíamos escrever uma música sobre isso e que as pessoas, mesmo no seu pior , deviam tentar dar sempre o seu melhor. Começámos a escrever e foi muito fácil. Terminámos a música num dia. Mas, desta vez, deixei a produção ir e acabou por se tornar nesta música fixe, que é um pouco nostálgica mas que vos faz dançar. Estou muito feliz com a música, porque está a mostrar uma nova parte de mim para as pessoas e é o primeiro single do terceiro álbum. Esta música tem uma mensagem realmente importante, que é: temos que nos amar a nós mesmo. Se alguém à vossa volta está a passar uma situação difícil tem que saber que o importante é amar-se no seu pior, porque assim torna-se em alguém melhor.

De momento está em digressão, certo?
Então... no momento em que terminei a minha digressão mundial foi no Brasil. Estamos a fazer alguns concertos, estou a acabar o meu terceiro álbum, mas depois vou tentar "abrir" os concertos do Ed Sheeran. Mas estes concertos em Portugal serão os últimos em 2023.


Qual é a sua rotina quando está em digressão?
Tento ficar o mais saudável que posso. Tento fazer exercício o máximo que posso, porque adoro vinho tinto e chocolate. Infelizmente, não posso comer todo o chocolate e beber todo o vinho que quero sem aumentar um pouco de peso. Tenho que tentar ficar o mais saudável possível e passo o tempo a treinar. A coisa mais linda destes concertos é que vamos ter algum tempo para explorar os locais onde vamos atuar.

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