Apesar de ser uma belíssima planta, a Nymphaea nouchali, conhecida popularmente como flor de lótus, ficou famosa como um símbolo budista de pureza espiritual. Este significado lhe foi atribuído a partir de seu ciclo natural, visto que desabrocha em águas lodosas. Para os budistas, este percurso da lama à luz simboliza pureza, renovação e vida eterna.
Isso é possível graças a um rizoma vigoroso, que nasce a partir do fundo lodoso, formando folhas grandes e arrendondadas, com flores nas cores branco e rosa. "Durante a noite, suas flores se fecham e submergem. Mas quando os raios solares incidem novamente, as pétalas se abrem e elas reaparecem", explica o biólogo e paisagista Julio Souza.
Esse movimento das pétalas conforme a incidência solar rendeu o significado de nascimento e renascimento no Egito. Além disso, suas sementes podem ficar até 5 mil anos em estado de dormência, até que encontrem condições adequadas de germinação, como umidade e temperatura. Não à toa, em outras culturas, a flor de lótus também simboliza a longevidade.
Embora seus simbolismos sejam difundidos em todo o mundo, a herbácea aquática é originária do Japão, Filipinas, Índia e Austrália. Elas florescem em climas amenos, preferindo cursos de água lentos e água doce para se desenvolver, sempre em pouca profundidade, que possibilite fincar a raiz na lama, manter o caule na água e as pétalas abertas na superfície.
Recentemente, com o aumento na procura por flores exóticas, a flor de lótus tem aparecido em composições florais, como buquês e arranjos de mesa. Cultivá-la no Brasil costuma ser um desafio à parte, especialmente em vasos, já que a água parada não viabiliza o crescimento da espécie.
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