Imagine que em vez de demorar três horas a escolher um presente esse tempo era dedicado a selecionar e a preparar um embrulho. É o que por vezes acontece no Japão. Na cultura nipónica, oferecer um presente é como embrulhar o coração de quem o recebe e é por isso que no país o embrulho é tão ou mais importante do que o seu conteúdo. Serve para proteger o que é precioso — e é por isso que o ideograma da palavra japonesa tsutsumu, que significa embrulhar ou empacotar, é representado por um feto dentro do útero materno.
Por cá, no mundo ocidental, o esforço é direcionado para aquilo que o papel envolve — e os embrulhos são muitas vezes um acessório (necessário, é certo) para esconder a verdadeira essência daquilo que se quer oferecer. O significado está no presente, não naquilo que o embala. Mas há cada vez mais pessoas que começam a olhar para o embrulho com um maior cuidado. Seja porque recriam uma cultura que lhes dá maior significado, seja por questões estéticas, monetárias ou ecológicas.
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