sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Tradutores recusam trabalhar com tribunais porque “pagam mal e tarde”. Escassez já os fez recorrer “a lojista chinesa da loja da esquina” - Expresso - Dicionário

A escassez de tradutores não é um problema exclusivo da Procuradoria-Geral da República (PGR), que dispõe de apenas dois tradutores para as centenas de páginas necessárias para formalizar o pedido de extradição de João Rendeiro junto das autoridades da África do Sul. Segundo o jornal “Público”, os tribunais também têm falta de tradutores.

A presidente da Associação de Profissionais de Tradução e de Interpretação (APTRAD), Paula Pinto Ribeiro, diz que “os tribunais pagam mal e tarde”, explicitando que “há tradutores à espera de receber há mais de 10 anos”. Ivana Santos é uma das tradutoras nesta situação: tem oito traduções para receber desde 2011 e 2012, de um Tribunal de Família e Menores da área Metropolitana de Lisboa, mas não é a única. “Também estou há mais de 10 anos para receber dez traduções. Uma delas é de 28 de outubro de 2011”, conta outra profissional, Paula Prudêncio.

A presidente da APTRAD contou que há situações em que os tribunais não conseguiram um tradutor de chinês e “foram buscar a lojista chinesa da loja da esquina”. “Tem noção do que pode significar usar um tradutor não certificado e que não perceba a linguagem jurídica?”, questiona.

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