Houve um período em que a TV paga dublava seus programas estrangeiros, mas não oferecia legendas. A grita era grande. Esse problema acabou superado, felizmente. Quem prefere ouvir a língua original não sofre mais. Só que outro soluço, tão ruim quanto, se generaliza agora: as traduções ruins. Tenho falado bastante disso aqui, o que vem motivando mensagens de leitores irritados. Paulo Severo escreve para cá: “No episódio quatro de ‘The Gilded Age’, traduziram ‘picture’ por ‘foto’. Era uma tela de Degas”. Ridículo.
Nani Rubin, outra amiga da coluna, cita erros grosseiros: “No terceiro episódio, quando se fala sobre a construção de uma casa de ópera na cidade porque os novos ricos não conseguiram ‘boxes’ na que já existe, boxes foi traduzido por ‘caixas’, em vez de ‘camarotes’. E quando George Russell se refere à governanta da casa como jailer, carcereira, o que faz sentido, pois estava se referindo ao modo como mantinha a filha do casal sob rédea curta. A tradução? ‘Detenta’”. Pode isso?
A série da HBO Max é encantadora (leia a crítica), mas o assinante se sente abandonado a um desleixo inaceitável. É um problema urgente e que repele o espectador.
PS: Falando nisso, vale um elogio para a tradução de “Inventando Anna” (Netflix). Até as gírias estão bem convertidas para o português.
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