Taças de vinho — Foto: Maksym Kaharlytskyi/Unsplash
Você já ouviu os termos blend, bouquet, cepa, safra e terroir? Comuns no universo do vinho, as expressões usadas por especialistas -- muitas vezes em outro idioma -- representam diversos aspectos da bebida, abrangendo desde o cheiro ao "peso" que o líquido tem na boca.
Conhecer o "dicionário dos vinhos" não é obrigatório para apreciar e degustar a bebida, mas é um passo importante para quem quer aprender a avaliar os pontos positivos e negativos de um rótulo, segundo o presidente da Associação Brasileira de Sommeliers em Campinas (SP), Eduardo Sartori.
"É legal entender o que você está bebendo, ter alguns parâmetros para distinguir um vinho um pouco mais simples de um vinho mais elaborado, para você ter critérios para avaliar a bebida que você tanto gosta de beber. Saber se um vinho é bom, se é ruim, se tem defeitos ou não", afirma.
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Ao g1, Sartori listou e explicou algumas das palavras mais utilizadas por profissionais e consumidores mais experientes (veja a lista abaixo), mas ressaltou que o uso de expressões requintadas nem sempre é a melhor escolha.
"Eu, pelo menos, uso os termos de uma maneira mais simples, sem querer rebuscar demais porque acho que isso afungenta o público geral se você começa a falar coisas difíceis", explica.
Eduardo Sartori, presidente da Associação Brasileira de Sommeliers em Campinas (SP) — Foto: Eduardo Sartori/Arquivo pessoal
📚 Dicionário do vinho
- Acidez: é a sensação de frescor e salivação na boca que a bebida causa. "Geralmente é a espinha dorsal de um vinho. Todo vinho é ácido, mas temos predileção pelos mais ácidos", explica Sartori.
- Aroma: são as moléculas aromáticas desprendidas durante o processo de fermentação do vinho. "São raras as uvas que têm um aroma que passa para o vinho. Normalmente, os aromas vêm do processo fermentativo".
- Assemblage ou blend: trata-se do mesmo termo em dois idiomas, francês e inglês, nomeando misturas de vinhos, uvas ou estilos de vinificação diferentes.
- Borras: são as leveduras responsáveis pelo processo de fermentação e que se tornam resíduos finos.
- Bouquet: aromas terciários de surgem a partir do envelhecimento da bebida em garrafa.
- Brut: gradação de açúcar utilizada em espumantes. "Normalmente há entre 6 e 12 gramas de açúcar por litro do espumante brut", diz Sartori.
- Cabernet Sauvignon: talvez o tipo de uva tinta mais famoso do mundo, responsável pelos vinhos da região de Bordeaux, na França. "É uma uva muito tânica, encorpada e ácida", detalha.
- Cepa: trata-se da variedade de uva utilizada na produção do vinho.
- Champagne: espumante feito pelo método tradicional, ou seja, com a segunda fermentação ocorrendo dentro da garrafa. Além disso, a bebida só pode ser chamada de champagne se for feita na região de Champagne, na França.
- Chardonnay: uva branca da região da Borgonha, na França, usada em champanhes e vinhos com longo potencial de armazenamento.
- Corpo: é o "peso" que o vinho tem na boca, podendo ser leve, médio ou encorpado. "É como uma água é leve e um leite integral tem mais peso, mais estrutura".
- Espumante: vinho com gás carbônico aprisionado e, normalmente, cinco a seis atmosferas de pressão.
- Frisante: assim como o espumante, tem gás carbônico aprisionado, mas com até duas atmosferas de pressão e menos bolhas.
- Pinot Noir: uma das uvas mais famosas do mundo, por trás de grandes champanhes e vinhos tintos da Borgonha. Delicada, com pouca cor e muita acidez.
- Prosecco: espumante patenteado com uma denominação de origem na região do Vêneto, na Itália. Feito pelo método Charmat ou Martinotti, como eles chamam na Itália. A segunda fermentação é feita dentro de grandes tanques pressurizados.
- Safra: o ano no qual se colhe a uva.
- Sommelier: profissional que degusta, indica e trabalha com vinhos e outras bebidas, podendo atuar em importadoras, consultorias, empresas, restaurantes e turismo.
- Tanino: substância química chamada polifenol, responsável pela adstringência e muito presente nas cascas das uvas tintas. Antioxidante excelente para a saúde.
- Terroir: conjunto de 15 a 20 fatores que leva em conta questões como o solo, subsolo, microbiologia, inclinação, temperatura, clima e altitude de vinhedos, tornando o local onde a uva é plantada único.
Segundo Sartori, terroir é o conjunto de fatores que torna um vinhedo único — Foto: Marcelo Brandt/G1
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