Desenho em pacotes de drogas que estavam em aeronave interceptada pela FAB — Foto: Divulgação
Nos pacotes que continham mais de meia tonelada de pasta base de cocaína há o desenho de um homem que se parece com soldados romanos antigo, montado em um cavalo (veja desenho acima). A polícia confirma que a droga veio do Paraguai e entrava no Brasil pela fronteira com Mato Grosso do Sul, mas não informou qual grupo usa essa imagem nas drogas que produz.
"Monitorar essas marcas é um trabalho de inteligência e deve ficar sob sigilo", diz a polícia.
Após ser interceptada por um caça da FAB, o avião de pequeno porte que transportava a droga desobedeceu a ordem de pouso no Paraná e seguiu até o estado de São Paulo. No distrito de Caporanga, em Santa Cruz do Rio Pardo (SP), o piloto foi obrigado a fazer um pouso forçado e a aeronave se partiu ao meio, espalhando os pacotes de cocaína em um laranjal (saiba mais abaixo).
Uma fonte da Polícia Federal explica que o desenho nas drogas é uma espécie de "marketing" do grupo criminoso.
"Adotam-se logomarcas para se distinguir uns dos outros e diferenciar seu 'produto' do de outros narcotraficantes. As logomarcas indicam que os traficantes produziram e pretendem distribuir determinados volumes de drogas. Selos ou logomarcas tornaram-se uma marca de certificação ou sinal de identificação dos cartéis de drogas", diz o policial federal.
Aeronave que fez pouso forçado em Santa Cruz do Rio Pardo ficou danificada — Foto: Amanda Sanches/TV TEM
O uso de imagens no transporte de drogas é comum. O delegado Rogério Oliveira, da Coordenação de Repressão às Drogas da Polícia Civil do Distrito Federal (CORD/PCDF), explica que, geralmente, os desenhos são colocados em cocaína.
"Às vezes aqui no DF a gente chega em laboratórios de cocaína e nos deparamos com drogas 'marcadas' ou com prensas com desenhos", diz o delegado.
Segundo o Rogério Oliveira, na produção e distribuição da maconha isso também acontece. "Eles imprimem um desenho que os represente e colocam na droga".
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Conforme a FAB, a aeronave com cocaína foi identificada na fronteira do Paraguai com o Brasil, na região de Mato Grosso do Sul. Ao ingressar no espaço aéreo brasileiro, sem plano de voo, o avião passou a ser monitorado pelo Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) e pela Polícia Federal.
Aeronaves A-29 Super Tucano e o avião radar E-99 da FAB seguiram para o local e a FAB determinou o pouso obrigatório da aeronave (ouça áudio acima). Com a falta de respostas, o avião de pequeno porte foi interceptado, ainda no Paraná.
Mas o piloto seguiu e acabou fazendo um pouso forçado na região de Santa Cruz do Rio Pardo (SP). O suspeito, de 30 anos, ainda tentou fugir pela mata, mas foi localizado pelo helicóptero da Polícia Federal e preso.
Segundo a FAB, os pilotos de defesa seguiram o protocolo das medidas de policiamento do espaço aéreo brasileiro, interrogando o piloto que transportava a droga, mas não obtiveram resposta.
A reportagem do g1 apurou que a aeronave estava com Certificado Aeronavegabilidade (CA) suspenso. O CA é documento emitido pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Ainda segundo a FAB, a aeronave de modelo CESNA-182 estava com a matrícula clonada.
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