terça-feira, 15 de novembro de 2022

Chá de bebê, mesversário: qual o significado dessas celebrações para as famílias? - Crescer - inglês

Desde o início da gravidez até depois do nascimento de um bebê, não faltam motivos para os pais, amigos e familiares celebrarem o momento. Festas como chá de bebê, chá revelação, chá de fraldas e mesversários surgem como uma forma de comemorar em conjunto momentos marcantes desse desenvolvimento.

Chá de bebê e mesversários são comemorações comuns entre as famílias no país — Foto: Pexels/Kampus Production

Chá de bebê e mesversários são comemorações comuns entre as famílias no país — Foto: Pexels/Kampus Production

No Brasil, essa tendência é significativa entre as famílias. Segundo dados do estudo Parentalidade Real, promovido pela Huggies em parceria com o Instituto On The Go, o chá de bebê é o evento mais realizado por todos os grupos entrevistados (60%) — e também no qual os parceiros se envolvem com mais frequência, seguido pelos “mesversários” (36%), valorizados principalmente pelos pais de primeira viagem. Estes são tão realizados no país quanto os batizados: na Região Nordeste, por exemplo, os “mesversários” são maioria (40%).

Dentre os leitores da CRESCER, 608 relataram por meio de uma enquete nas redes sociais que já fizeram chá de bebê, e 454 aderiram aos mesversários ao menos uma vez.

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Apesar desse tipo de comemoração não ser realizada tão amplamente quanto as festas de aniversário, a tendência de realizar outras celebrações antes e depois do nascimento da criança pode gerar boas lembranças para as famílias, registros do desenvolvimento do bebê e, em alguns casos, se tornar tão importante quanto a comemoração de um novo ano da criança.

Celebrar a vida

Para Cristiane Martins, o nascimento de seu primeiro filho em fevereiro de 2020 foi muito especial e aguardado. Eduardo, hoje com 2 anos de idade, é um bebê arco-íris — aquele cujo nascimento acontece após a perda de um bebê antes de seu nascimento — e seus mesversários eram a distração da mãe nos meses da pandemia de covid-19. “A ideia era receber amigos a cada mês para participar da comemoração, porém um mês depois fechou tudo por causa da pandemia e me vi ali, sem poder receber visitas. Meu esposo ficou quase dois meses em casa, voltou a trabalhar e fiquei ainda mais sozinha. Minha distração era estudar muito sobre bebês e procurar o tema do próximo mesversário", explica Cristiane.

O primeiro chegou a acontecer antes do isolamento social ser recomendado no país devido ao coronavírus. “Encomendei o bolo, um body do mesmo tema e estavam meu pai, irmã, sogra, cunhado”, lembra. Nos demais meses, a mãe de Eduardo seguiu com as comemorações, porém em casa e sem outros convidados da família. “Era minha vizinha de porta ou só meu bebê, marido e eu. Um bolinho considerado pequeno durava uma eternidade. Foi uma delícia e até hoje tenho as recordações desse um ano do meu príncipe.”

Cristiane e seu marido em um dos mesversários do filho Eduardo — Foto: Arquivo pessoal

Cristiane e seu marido em um dos mesversários do filho Eduardo — Foto: Arquivo pessoal

Uma ajuda bem-vinda

Como forma de comemorar a nova criança na família, os chás de bebê e mesversários costumam ser uma ocasião para presentear os pais e o bebê com as mais diversas lembranças — roupas, fraldas, dentre outros — também como forma de carinho pela criança e sua família. Ana Eiko, mãe do Arthur, celebrou em dose dupla, com um chá de bebê no local onde trabalhava, onde esse tipo de festa já era tradição entre os colegas de trabalho, e outro com a família e amigos.

Além dos bons momentos e recordações que Ana guarda até hoje, atualmente morando no Japão, ela conta que, devido às festas, não teve gastos com fraldas para o pequeno por dois anos. “Em nenhum momento visei aos ‘ganhos’, só queria mesmo reunir o pessoal antes de ‘sair de cena’ com o nascimento. Utilizei a decoração que eu já tinha do quartinho dele e eu mesma fiz a maioria das comidas servidas, mas fui muito surpreendida com os presentes. Só tive que comprar fraldas para meu filho quando ele já estava quase desfraldando, aos 2 anos”, explica.

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“Achei importante celebrar o nascimento do meu filho que foi tão aguardado depois de um aborto espontâneo. As famílias também comemoraram muito porque fazia tempo que não tinham nascimentos”, lembra Ana. Hoje, com 7 anos de idade, seu filho Arthur espera o chá de bebê do irmão, com previsão de chegada para março de 2023.

Memórias em família

Se a espera de um bebê já rende momentos especiais, viver sua gestação simultaneamente com a de sua irmã trouxe ainda mais memórias para o chá de bebê de Elayne Pereira. Mãe da Mariana, hoje com 7 anos, ela conta que a gravidez aconteceu com apenas algumas semanas de diferença: a irmã engravidou primeiro, pela terceira vez, e seu teste positivo veio pouco tempo depois para anunciar a chegada do primeiro filho. “Tudo foi importante, fizemos ensaio de gestante juntas e muitas outras fotos, o chá de bebê, nos divertimos muito com nossas barrigas. Foi uma experiência linda e emocionante”, lembra. Elas decidiram juntar família e amigos em uma celebração conjunta para comemorar os dois bebês, numa festa com o tema “Arraiá de Bebê.”

Já na família de Daniela Pena, o que marcou foram os mesversários de seu filho Matteo, que ganharam uma memória única para os álbuns da família. De início, a ideia das comemorações mensais não estava nos planos, mas com a emoção do nascimento do primeiro neto e sobrinho, surgiu a vontade de chamar avós, tios e padrinhos para celebrar.

Para o avô paterno de Matteo, esses mesversários foram a oportunidade de participar das festas do neto. “Meu sogro participou no primeiro e segundo mês, ele estava muito apaixonado nesse neto e cheio de planos para eles quando ele estivesse maior. Morávamos no fundo da casa dele, ele ia todos os dias ver o bebê, porém ele tinha um câncer na bexiga”, explica a mãe. No segundo mês de vida do neto, o quadro se agravou, e o avô faleceu antes da comemoração do primeiro ano de Matteo.

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“Hoje eu vejo a importância de comemorar sempre que possível porque ele achou que ia ter tempo pra fazer um milhão de coisas com o neto e ser o vovô preferido, mas esse tempo foi cortado bruscamente e eles não tiveram tempo para aproveitar. O esperado bolo de aniversário de um ano ficou apenas no bolo mesversário de 1 e 2 meses e foi o que deu tempo, mas pelo menos ele pode participar de uma comemoração do Matteo”, diz Daniela.

Elayne Pereira concorda que, independentemente de qual forma seja escolhida para comemorar, o carinho da família e dos amigos é o elemento indispensável para a festa valer a pena. "Acho que não pode faltar as pessoas mais amadas e importantes nas nossas vidas, porque assim sempre tem muitos abraços, bate papo e boas risadas. Hoje em dia, com a rotina muito corrida de todo mundo, esses momentos são preciosos", finaliza.

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