quinta-feira, 7 de abril de 2022

Habeas corpus ou habeas data? Conheça o significado de termos jurídicos reunidos em livro de pesquisadores baianos - G1 - inglês

Grupo baiano cria “Constituição Popular” para explicar termos essenciais das leis brasileiras — Foto: Grupo de Pesquisa em Controle de Constitucionalidade (GPCC)

Grupo baiano cria “Constituição Popular” para explicar termos essenciais das leis brasileiras — Foto: Grupo de Pesquisa em Controle de Constitucionalidade (GPCC)

Você sabe o que é um habeas corpus ou um habeas data? Conhece a finalidade de uma ação popular? Sabe como o Ministério Público e a Defensoria Pública podem te ajudar?

Com o objetivo de ajudar o público a entender esses e outros termos típicos da linguagem jurídica, um grupo de pesquisadores baianos lançou o livro “Constituição Popular”, que sistematiza o significado de expressões que costumam causar dúvidas para quem não faz parte do mundo dos tribunais.

O livro, em formato digital, começou a ser divulgado em 9 de fevereiro deste ano e tem mais de 600 acessos.

Na publicação são encontradas informações referentes aos direitos e garantias fundamentais individuais e coletivos, tópicos relacionados ao artigo cinco da Constituição. Este é o artigo que diz:

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”

A obra começou a ser escrita em 2017, justamente pelo desejo de tornar a Constituição Federal de 1988 um marco legal mais acessível. Como explica o coordenador do projeto, o professor de direito na Universidade Federal da Bahia (Ufba) Gabriel Marques, o livro leva em consideração que a população, infelizmente, não tem contato com os artigos da Carta Magna desde a fase escolar.

"A ideia foi escolher a parte mais prática da Constituição, a mais voltada para o cidadão, que garante seus direitos, e transformar em uma linguagem mais agradável", explicou o professor.

Além da linguagem, o grupo investiu em cores, letras e imagens atrativas para que pessoas de fora da área do direito pudessem se informar.

O projeto foi escrito por estudantes e professores de direito da Universidade Federal da Bahia e Faculdade Baiana de Direito. Todos fazem parte do Grupo de Pesquisa em Controle de Constitucionalidade (GPCC), que tem como objetivo estudar mecanismos de como proteger a Constituição.

Grupo de Pesquisa em Controle de Constitucionalidade (GPCC) — Foto: Divulgação

Grupo de Pesquisa em Controle de Constitucionalidade (GPCC) — Foto: Divulgação

O download da "Constituição Popular" pode ser feito gratuitamente no site do GPCC. A data do lançamento oficial do livro será organizada pelo Instituto de Direito Constitucional da Bahia (IDCB) e ainda está em discussão. O grupo também planeja fazer uma live para Instagram e Youtube comentando a "Constituição Popular".

Outras iniciativas que aproximem a população das leis já existem no Brasil, como a “Constituição em Miúdos”, organizada pelo Senado Federal e direcionada para crianças. Há também uma campanha do Supremo Tribunal Federal, em parceria com os Estúdios Maurício de Sousa, de combate às fake news.

Termos que todo mundo precisa conhecer

  • Habeas Corpus

Protege a liberdade de locomoção do cidadão diante do abuso de poder ou qualquer forma ilegal que possa prejudicar esse direito. A solicitação de um habeas corpus pode ser feita mesmo sem a mediação de um advogado, basta que a pessoa se dirija a um Tribunal de Justiça e indique seu nome e o nome de quem está restringindo sua liberdade ilegalmente.

Para solicitar um habeas corpus, é preciso também detalhar a situação e indicar a residência de quem vai levar o processo até a justiça, além da assinatura dessa mesma pessoa para que seja dado início ao processo.

"Normalmente um Juiz tem o primeiro contato com um habeas corpus; posteriormente, um Tribunal.", disse Gabriel Marques

  • Ação popular

Uma ação popular defende os direitos de um grupo de pessoas. É a melhor escolha para defender o patrimônio público de interesses pessoais distorcidos.

Para que seja executada, é necessário que uma pessoa em dia com suas obrigações eleitorais e que tenha, no mínimo, 16 anos, lidere o processo e proteja o interesse do coletivo. Tendo sucesso, os efeitos da ação coletiva serão usufruídos por todos os que se beneficiam daquele bem público, e não apenas por aqueles que lutaram para que ele fosse conquistado.

  • Habeas data

Apesar da semelhança com o habeas corpus, o habeas data tem uma utilidade bem diferente. Este é o mecanismo que permite ao cidadão ter acesso, corrigir e atualizar informações sobre si mesmo em bancos de dados públicos.

Um exemplo dado no livro é o de uma pessoa que erroneamente está registrada com o nome sujo no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC). Através do habeas data, esta situação pode ser alterada.

Somente o dono das informações que estão incorretas pode pedir por este recurso da lei e é necessária a intermediação de um advogado para dar início ao pedido.

  • Mandado de segurança

O mandado de segurança é mais uma ação constitucional que permite ao cidadão proteger os seus direitos quando eles forem lesados ou ameaçados por uma autoridade. Deve ser solicitado em situações que não sejam possíveis a utilização de habeas corpus e habeas data.

Uma das suas principais características é rapidez. O mandado de segurança tem o prazo de 120 dias para que fique pronto.

A pessoa ou grupo que desejar solicitá-lo deve comprovar através de documentos que aquele direito ao qual está reivindicando existe e que a contempla. Uma vez que o processo foi iniciado, não podem ser adicionadas novas provas (tirando casos em que a autoridade se recusou a fornecer antes do início dos trâmites).

  • Ação civil pública

A ação civil pública deve ser solicitada para defender os interesses de um grupo diante de alguma ameaça. Pode parecer a mesma descrição de uma ação popular, mas a ação civil pública pode ser feita não só contra instituições públicas, mas também privadas. Por exemplo: um grupo de consumidores que se sentiu lesado ao comprar um produto com defeito e deseja ser reparado pela empresa fabricante.

Em caso de desistência da liderança original que esteja responsável pelo processo, o Ministério Público está autorizado a escolher outro representante, já que o órgão entende que a decisão acarretada por ela pode ser benéfica para toda a sociedade.

  • Defensoria pública

A Constituição diz que o Estado deve prestar assistência jurídica integral e gratuita aos que não tiverem recursos, e a Defensoria Pública é o órgão responsável por prestar esta assistência. Para ser atendido, é necessário apenas que o cidadão leve documento de identidade e comprovante de residência.

Em Salvador a triagem acontece na Casa de Acesso à Justiça I, no Bairro do Jardim Baiano, das 8h às 12h, de segunda a sexta ou através do Disque Defensoria, número 129. Informações sobre outros postos na Bahia no site da defensoria ou no Disque Defensoria.

  • Ministério Público

O Ministério Público é o órgão responsável por defender a ordem jurídica e fiscalizar o poder público.

Qualquer cidadão que comprove a violação de algum de seus direitos pode se dirigir até a sede do ministério e relatar o ocorrido de maneira escrita ou oral, preferencialmente com provas.

As sedes do órgão existem em capitais e cidades menores do Brasil. Em Salvador, a sede do Ministério Público fica localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB), no bairro de Sussuarana. Mais informações podem ser encontradas no site do Ministério Público da Bahia.

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