sábado, 16 de abril de 2022

Líderes religiosos enfatizam o significado de uma Páscoa marcada pela esperança - Diário de Pernambuco - inglês

 (Foto: Arthur Souza/DP.)
Foto: Arthur Souza/DP.
 

A Semana Santa é celebrada do Domingo de Ramos ao Domingo de Páscoa, marcando as diferentes provações pelas quais Jesus Cristo passou antes de alcançar a vida eterna, de acordo com a tradição cristã. Mas o significado deste período abrange muitas outras religiões, que sofreram igualmente, nos últimos dois anos, mediante as limitações impostas pela pandemia.

O padre Pedro Santos, 48 anos, reitor do Santuário do Morro da Conceição, na Zona Norte do Recife, afirma que foram tempos muito difíceis na Igreja, não apenas durante as celebrações pascais. “Eu costumo dizer que esse morro ferve de fé e de presença das pessoas. Durante esses últimos dois anos, vi isso ser diminuído. Foram dias em que não tinha ninguém aqui no santuário, algo muito doloroso. Também foi doído presenciar as pessoas que antes vinham para agradecer, para pedir, vindo para chorar a perda de um ente querido, as dificuldades que estavam passando fruto do desemprego, da falta de condições geradas pela pandemia”, conta o padre.

A Páscoa deste ano está diferente, pois o governo já liberou a retirada das máscaras em locais abertos e a realização de eventos com até 10 mil pessoas. Com isso o padre Pedro espera que as celebrações sejam mais alegres. “Vivam a vida de modo intenso verdadeiro, fiel e sincero. Espero que as pessoas possam aproveitar a oportunidade da Páscoa para renovar seus compromissos neste tempo tão marcado pela dor, pela violência e pelas guerras. Que possamos fazer esse compromisso pela vida e pelas pessoas para que haja verdadeira alegria e felicidade no meio de nós.” 

 (Foto: Arquivo pessoal. )
Foto: Arquivo pessoal.
 

Pregador da igreja Pentecostal El-Shaday, o pastor Valdik Soriano diz que na pandemia os cultos foram adaptados para serem realizados por transmissão ao vivo, com apenas uma equipe reduzida para realizar a celebração e a transmissão. “Alguns irmãos adoeceram e até famílias inteiras tiveram Covid. Diante da crise, dor e perdas, Deus sempre foi abrigo e conforto. Tivemos muitos pedidos de oração e busca por aconselhamento pastoral, até mesmo de pessoas que não eram da igreja”, conta.

O pastor também comemora porque neste ano a Páscoa estará entre os fiéis realizando. “Estamos felizes em saber que desta vez estaremos juntos, não só em pensamento, mas de maneira física. Porém sabemos também que a pandemia ainda não acabou e consideramos o distanciamento e uso de máscaras durante os cultos”, afirma. 

Sabendo que este ano será diferente de 2020 e 2021, o pastor aproveita para deixar sua mensagem: “Hoje podemos refletir que dias difíceis e de dor passam e deles extraímos experiências e aprendizados que são de extrema importância. A Páscoa, principalmente nesse período pandêmico, nos traz a esperança de novos recomeços”, opina.

 (Foto: Arquivo pessoal. )
Foto: Arquivo pessoal.
 

Ana Flávia Oliveira é sacerdotisa da umbanda, religião afro-brasileira que prega luz, caridade e amor. Ela enfatiza que durante os últimos dois anos os praticantes da fé viveram momentos de muita turbulência, com a partida de entes queridos. Às vezes, Ana Flávia sentia como se o universo estivesse de cabeça para baixo. Todos os dias, porém, fazia listas de preces pela saúde dos que se encontravam enfermos e pelos que partiram.

“Com a abertura do terreiro, a demanda era muito grande. Eram pessoas carentes, necessitadas, precisando de muito acolhimento espiritual e nós ajudamos”, conta.

A sacerdotisa explica que, na vivência da Páscoa para os umbandistas, a Semana Santa é partilhada como um momento de reflexão e de amor ao próximo. “Aqui nos recolhemos os atabaques e lavamos as guias para que, de forma simbólica, seja retirada a tristeza da crucificação”, destaca.

Neste Sábado de Aleluia, Ana também deixou sua mensagem para nossa reflexão: “Passamos por uma grande tempestade, mas o Sol vai brilhar. Tudo está preste a florescer. Seguimos o caminho do bem independente da religião. Muita fé e saúde a todos.”

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