sábado, 9 de abril de 2022

Sente-se solitário? Atividades que exigem concentração e tenham significado vão ajudá-lo a estar menos só - VISÃO - inglês

Um novo estudo realizado por uma equipa de pesquisadores internacionais, que pretendia perceber como é que estudantes universitários internacionais podiam sentir-se menos sozinhos durante a pandemia de Covid-19, concluiu que realizar atividades que tenham significado e sejam desafiantes nos tempos livres pode, além de reduzir a solidão, aumentar os pensamentos positivos.

Num artigo publicado na revista Leisure Sciences, os investigadores analisaram os níveis de solidão entre estudantes universitários internacionais em Taiwan, que estão longe de casa, fora da sua zona de conforto e longe das suas relações emocionais. Com a pandemia, as atividades que podiam existir para os integrar, deixaram de existir e, além disso, a equipa percebeu que os programas promovidos online também não eram ideais para esses estudantes, devido à língua, mas também à cultura, serem diferentes. No final de 2021, a mesma equipa tinha publicado também um artigo sobre formas de redução da solidão entre os idosos residentes em lares.

Vários estudos realizados nos últimos dois anos têm demonstrado como a pandemia aumentou os níveis de solidão e isolamento entre as pessoas, prejudicando seriamente a saúde mental. Em janeiro de 2021, por exemplo, os resultados da investigação “Saúde Mental em Tempos de Pandemia (SM-COVID19)”, realizada pelo  Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, revelaram que cerca de 25% dos participantes apresentava sintomas moderados a graves de ansiedade, depressão e stress pós-traumático, conclusões que estão em linha com outros estudos a nível mundial.

A nova investigação suporta as suas conclusões com o facto de, quando estamos a ter bons momentos, o tempo passar mais depressa e o dia, uma vez que é despendido a realizar uma atividade que exige atenção e foco, além de não ser entediante, provoca felicidade, mesmo que momentânea. Citado pelo Science Daily, John Dattilo, um dos investigadores do estudo, explica que “a solidão está muito ligada à nossa saúde” e que “a saúde psicológica, emocional e cognitiva é desafiada quando as pessoas se sentem solitárias”.

Atividades que exigem concentração e habilidade ajudam a reduzir a sensação de solidão

Por isso mesmo, os investigadores referem que realizar atividades que exigem tanto concentração como habilidade, além de terem significado para a pessoa, pode ajudar a reduzir a solidão e provocar uma sensação de felicidade momentânea. “Quando as pessoas ficam absorvidas no que estão fazer, entram num estado chamado ‘fluxo'”, explica Dattilo, acrescentando que este estado pode ser alcançado quando nos envolvemos “em atividades mentais ou físicas que valorizamos e que exigem que nos concentremos totalmente para usarmos as nossas competências”.

A equipa explica que as atividades escolhidas devem ser exigentes, sim, mas não ao ponto de se tornarem impossíveis de executar aos olhos de quem as pratica, para não se tornarem exercícios frustrantes: tocar piano ou pintar podem ser boas atividades, mas também escrever, contar histórias ou até esquiar, uma atividade mais física. A atividade escolhida e que vai induzir esse fluxo depende de cada pessoa, dos seus gostos e vontades pessoais, esclarecem os investigadores. “Quando saímos de um estado de fluxo, muitas vezes ficamos surpreendidos com o tempo que passou”, diz ainda John Dattilo. Por outro lado, o investigador explica que ver televisão, por exemplo, não ajuda, no geral, as pessoas a entrarem neste estado de fluxo, já que esta atividade não é desafiante.

Os investigadores deteteram que os alunos que se sentiam bastante apoiados a nível social eram menos solitários. Contudo, concluem que encontrar uma atividade para chegar a um estado de fluxo é ainda mais importante para reduzir este sentimento de solidão e que ajudar as pessoas a alcançar esse estado pode reduzir esse sentimento em situações em que o apoio social é insuficiente.

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