sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Halloween significado bíblico: O problema não são fantasias ou doces, diz sacerdote - Rádio Jornal - inglês

Celebrado por adultos e crianças há décadas no exterior, o Halloween vem ganhando cada vez mais popularidade no Brasil. Apesar disso, alguns líderes religiosos ainda criticam a festividade, dizendo que se trata de um evento pagão e que pode estar relacionado com ideais satânicos. Nesta página, reunimos alguns textos publicados pela Agência Católica de Informações (ACI) sobre o assunto. Confira a seguir:

Halloween significado bíblico: O problema não está nas fantasias ou doces, diz sacerdote

Pe. Vincent Lampert, exorcista e pároco na Arquidiocese de Indianapolis, nos Estados Unidos, afirmou em diálogo com a CNA – agência em inglês do Grupo ACI – que os sacerdotes devem recordar as origens cristãs do Halloween e fazer uma celebração consistente na Véspera de Todos os Santos “em vez de glorificar o mal”.

“Em última instância, não acredito que há nada de ruim que as crianças se fantasiem, vistam-se de vaqueiro ou de Cinderela, pedindo doces nos seus bairros. É uma diversão saudável”, disse Pe. Lampert.

O sacerdote assegurou que o perigo está nas fantasias que glorificam o mal deliberadamente e infundem o medo, ou quando as pessoas pretendem “ter poderes especiais” através da magia e da bruxaria, mesmo por um simples entretenimento.

“No capítulo 18 do livro do Deuteronômio, mencionam sobre não tentar consultar os espíritos dos mortos, nem os espíritos que praticam magia, bruxaria ou atividades relacionadas a elas. Isso seria uma violação de um mandamento da Igreja, ao colocar outras coisas antes da relação com Deus”.

“E esse seria o perigo do Halloween, que de alguma maneira Deus se perde em tudo isso, que a conotação religiosa se perca e, finalmente, as pessoas glorifiquem o mal”, acrescentou.

Também disse que é importante recordar que o diabo e os espíritos malignos não têm nenhuma autoridade adicional no Halloween, embora pareça.

“O diabo age através do que as pessoas fazem, não porque ele em si mesmo faça algo. Talvez, pela maneira de celebrar esse dia, isso na verdade é o que convida o mal a entrar em nossas vidas”, disse.

Finalmente, Pe. Lampert assegurou que uma das melhores coisas que os sacerdotes podem fazer é usar o Halloween como um momento de aprendizagem e explicar às crianças “por que certas práticas não são favoráveis à nossa fé e identidade católica”.

Por outro lado, Anne Auger, uma mãe católica de três filhos, natural do estado de Wisconsin (Estados Unidos), disse à CNA que embora deixasse os seus filhos vestir fantasias e pedir doces, ela sempre verifica as casas por onde eles passarão, deste modo, evita que passem pelas casas que estão enfeitadas “com coisas assustadoras”.

“No ano passado, uma pessoa bateu na porta da minha casa vestida de lobo demoníaco. Às vezes, as pessoas se vestem de bruxas e posso entender isso, mas isso foi um nível totalmente novo, tão diferente de quando nós éramos pequenos”.

Também assegurou que os pais devem ensinar aos seus filhos o significado do Halloween, sempre em relação ao Dia de Todos os Santos.

“Nós falamos com eles que estamos tendo uma festa porque celebramos os santos que estão no céu, e por isso pedimos doces”, acrescentou.

Kate Lesnefsky, outra mãe católica, com filhos de 3 a 16 anos, também permite que eles escolham as suas fantasias para pedir doces, desde que não sejam assustadoras ou tenham uma aparência demoníaca.

No dia seguinte, leva os seus filhos à Missa de Todos os Santos e a família aproveita esta oportunidade para falar sobre o que significa a morte e a santidade.

“Eu tenho uma irmã que morreu aos 19 anos. Então, falamos de diferentes pessoas que sabemos que estão no céu, dos meus avós ou dos diferentes santos”, disse Lesnefsky.

Halloween é uma brincadeira inofensiva? De forma alguma, responde exorcista

“É a grande festa do mundo do oculto, o ano novo dos satanistas, conhecido como a festa deste deus das trevas”, declarou ao canal de televisão italiano TV 2000 o Pe. Aldo Buonaiuto, sacerdote exorcista e autor do livro “Halloween. O truque do diabo”.

O presbítero expressou diante das câmaras que é importante compreender a instituição da festa de Todos os Santos no dia 1º de novembro, já que foi o Papa Gregório IV, por volta do ano 834, que a transferiu do dia 13 de maio para esta data, justamente a fim de deter a tradição que chegava da Irlanda e que adora o mundo das trevas e dos mortos.

Deste modo, destacou que atualmente tudo está relativizado, unido ao tétrico, à violência, ao horror, ao sangue e em forma de brincadeira.

“Nas escolas, eu escuto diferentes pais que nos falam de crianças que estão horrorizadas, têm pesadelos à noite e outras crianças que não entendem mais a diferença entre a vida e a morte”, lamentou Pe. Buonaiuto.

Em declarações a Interris.it, Pe. Buonaiuto disse que o livro procura “informar, educar e prevenir os perigos, um subsídio para os pais e educadores, para os catequistas e para os sacerdotes, assim como para as crianças, de maneira que exista consciência a respeito dos significados dos símbolos ocultos e satânicos deste carnaval do horror, que não deve ser trivializado”.

Sobre a tradição do “doce ou travessura” que as crianças dizem ao pediram caramelos de casa em casa no Halloween, advertiu que “esconde algo muito mais sério e preocupante do que podemos ver. No antigo culto pagão dos druidas, ‘trick or treat’, significava a ‘maldição ou sacrifício’: a obrigação de oferecer presentes aos sacerdotes do deus da morte, a fim de evitar vinganças do além”.

“Através desta conhecida moda festiva, difundem o prazer pelo horror como algo normal, a sedução de algo macabro, sentir mais atração pela morte do que pela vida. Está profanando o significado da morte. Como escrevi no livro, o truque do diabo é um doce mortal para a alma”.

Por outro lado, o sacerdote também criticou o aspecto comercial deste evento, muito seguido pelos jovens. “Na Europa, o lucro econômico com a ‘noite de bruxas’ supera os 400 milhões de euros”, assinalou.

“Trata-se de um fenômeno daninho, no plano social, antropológico e cultural: uma proposta de valores negativos, vinculados a uma visão materialista e utilitarista da vida e do prazer. E é uma profanação da verdadeira festa, cristã, do culto aos Santos, da devoção por homens e mulheres que trataram de imitar o exemplo perfeito de Jesus no amor ao próximo e no respeito aos mandamentos divinos”.

O sacerdote exorcista Aldo Buonaiuto é antropólogo, demonólogo e coordenador do Serviço Anti-Seitas da Comunidade Papa João XXIII. Estudou filosofia e teologia no Pontifício Ateneu “São Anselmo” (Roma) e antropologia teológica no Pontifício Ateneu Teresianum (Roma).

"Aniversário de Satanás"

Pe. Javier Luzón, sacerdote e exorcista da Arquidiocese de Madri (Espanha), explicou em entrevista que a celebração do Halloween é “o aniversário de Satanás” e também o começo do ano satânico celebrado pelos druidas vários séculos antes de Cristo.

Nesta entrevista que Pe. Luzón concedeu em 2018, explicou que “em uma sociedade na qual não se fala do demônio, dizer que o Halloween é uma prática relacionada ao ocultismo ou ao satanismo pode parecer um exagero. Mas não é assim. Existe uma grande ignorância sobre o que está por trás dessa celebração aparentemente inofensiva”.

Além do caráter comercial que esta festa tem, porque “movimenta muito dinheiro”, o sacerdote também assegura que há um “interesse ideológico” em torno dela.

“Estão nos empurrando esta festa por todos os lados. Uma criança cuja família diz para que não se fantasie de morte, mas lhe incentiva a vestir-se de algo positivo, é vista como estranha”, assegurou.

Por isso, o sacerdote da Arquidiocese de Madri lembrou que o famoso exorcista Pe. Gabriele Amorth costumava dizer que não se pode brincar com fogo, porque ele encontrou crianças e adolescentes com problemas por abrir portas por ocasião do Halloween.

Também disse que Halloween se trata de "uma celebração na qual se invoca o deus da morte porque nesse dia", de acordo com a tradição dos druidas, "abre-se as portas do averno para que os espíritos possam perturbar as pessoas".

“Os druidas iam de casa em casa para que fizessem uma oferenda, como mulheres virgens, crianças ou outros sacrifícios... A família que concordava era respeitada. Mas, se não o fizesse, a casa ficava marcada, como uma maldição, para que os espíritos pudessem atacar a casa”.

Essa tradição foi exportada aos Estados Unidos "com a colonização norte-americana pelos irlandeses, onde a cultura celta sempre se manteve".

De fato, Pe. Luzón destacou que a Irlanda foi um dos poucos países que não chegou a ser exorcizado pelos filhos de São Bento, como fizeram com o resto da Europa.

"Depois que os povos bárbaros foram com suas bruxarias, os beneditinos foram por toda a Europa libertando-os das maldições e do mundo sombrio que é tão perigoso", assegurou.

Essa tradição que chegou aos Estados Unidos, segundo Pe. Luzón, "não é mais o culto ao deus da morte, mas diretamente o aniversário de Satanás".

“Há pessoas que foram líderes de seitas satânicas, que saíram delas e contam o que fazem como sacrifícios, também de seres humanos. Ou deixam as mulheres grávidas para sacrificar seus filhos, nesta noite que é a mais importante do satanismo. Ainda existem grupos druidas e satânicos que roubam as sagradas formas consagradas para realizar os ritos desta noite”.

Por isso enfatiza que essa festa “não é uma coisa inofensiva ou inocente, como nos apresentam, mas tem o mesmo simbolismo dos mortos: caveiras, dragões, monstros... E significa o que faziam estes [druidas] que era vestir-se destes seres que iam atacar durante essa noite para passar inadvertidos e que não lhes fizessem dano. É uma teosofia que incute nas crianças o medo, o terror ou a morte mal focada... Não é um tema inofensivo, mas pode ser grave e pode ter repercussões”.

No entanto, ressaltou que “isso não significa que, porque uma criança se veste com essas coisas, algo acontecerá com ela. Não necessariamente, mas pode e de fato há crianças que começam com terrores noturnos, visões estranhas, distúrbios do sono e quando se reza por elas pedindo a cura, manifesta-se que a origem é ter participado dessas celebrações”.

10 sugestões para celebrar os santos e “esquecer” o Halloween

1. Fantasias de santos

Que todos, crianças e adultos, se fantasiem de santos e cada um diga por que escolheu essa fantasia, o que mais gosta desse santo ou santa.

2. Doces com santinhos

Não dê guloseimas decoradas de Halloween para crianças que baterem à porta pedindo doces. Dê doces normais, enfeitados com carinhas sorridentes com auréolas; presenteie também com santinhos.

3. Realizar atividades por equipes

Divida os participantes da festa em equipes, dê materiais (papel, cordas etc.) para que se divirtam elaborando uma fantasia de santo para algum membro do grupo; que cada equipe explique por que escolheu aquele santo e conte o que sabe sobre sua vida. Dê a todos prêmios por sua criatividade e esforço.

4. Desenhar os santos

Que crianças e adultos se entretenham fazendo e pintando desenhos de seus santos favoritos (não precisa sair perfeito) para colá-los na parede em exposição.

5. Fazer fotografias dos participantes com auréolas

Recorte auréolas de papel e cole-as na parede em diferentes alturas, para que os participantes parem diante delas e possam fazer uma foto, na qual pareça que têm auréola. As fotografias de todos como santos ficam muito simpáticas.

6. Contar histórias

Que cada um dos participantes se prepare antecipadamente para contar alguma história interessante, comovente ou divertida sobre algum santo.

7. Festival de vídeo

Organize um mini festival de vídeos da vida dos santos.

8. Frases de santos por todo local

Coloque entre os avisos da Igreja ou em alguma parede do local papéis com frases favoritas de diversos santos, sobretudo, do santo padroeiro dessa igreja particular.

9. Celebrar uma Missa

Participem juntos no dia 1º de novembro da Missa da Solenidade de Todos os Santos.

10. Ler o Catecismo

Leia o que o Catecismo da Igreja Católica ensina sobre os santos (entre eles os numerais 956 e 957) e, ao final, faça uma oração para pedir a intercessão dos santos, em especial dos padroeiros ou favoritos dos participantes.

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