terça-feira, 31 de maio de 2022

Roubaram o significado do vocábulo "contribuinte" - UOL Notícias - inglês

A pretexto de ajustar seu orçamento ficcional à realidade, o governo cortou R$ 8,2 bilhões do orçamento federal de 2022. Entraram na faca setores estratégicos. A Educação, por exemplo, terá R$ 3,2 bilhões bloqueados. A Ciência e Tecnologia, que já está no osso, perderá mais R$ 3 bilhões. A Saúde, R$ 2,5 bilhões. Manteve-se intocada a fatia do orçamento reservada para a compra do apoio legislativo e eleitoral do centrão.

Ainda falta incluir na conta dos cortes os cerca de R$ 6 bilhões que serão necessários para que Bolsonaro conceda neste ano de eleições 5% de reajuste salarial para os eleitores abrigados na folha do funcionalismo federal. Antes que os cortes cheguem ao patamar de R$ 14 bilhões, Bolsonaro terá de decidir se vai ou não forçar a porta do cofre para conceder um mimo adicional à PF e à PRF, suas corporações de estimação.

Entre os supostos imprevistos que levaram o governo a manusear a faca está o Plano Safra. Parece brincadeira. Mas o Brasil, potência mundial na produção de alimentos, é governado por pessoas que tratam o financiamento da safra agrícola como algo imprevisto, a ser decidido num corte emergencial feito em cima do joelho.

Os cortes no orçamento chegam junto com o encerramento do prazo concedido pela Receita Federal para que os brasileiros entreguem suas declarações de Imposto de Renda, acertando suas contas com o fisco.

Noutra coincidência indigesta, acumulam-se no noticiário evidências de que prepostos do centrão assaltam à luz do dia nacos do orçamento secreto. A corrupção é tão assanhada que roubaram até o significado da palavra "contribuinte".

O fisco arranca à força do brasileiro tudo o que pode, Bolsonaro entrega ao centrão tudo o que não pode, e a Receita ainda continua chamando o cidadão assaltado de "contribuinte".

Adblock test (Why?)

Nenhum comentário:

Postar um comentário